24.12.01

BOTAFOGO VALLEY

Trick Track Bum! Bum!
Tabajara, Santa Marta, Rocinha, mundo novo e o corcovado sufocando. Esse é o ritmo. Cazuza, Zaccaria, Carmem Miranda e o diabo repousando naquele cenário de muita fantasia e heresia. Grafitado do jeito que tá fica muito mais colorido, estético e convidativo do que aqueles nebulosos e cinzentos anos oitenta.

A praça amsterdã era um lugar legal. O edificio argentina era um lugar legal… Os parquinhos grafitados de hoje são muito mais legais. Falta brincadeira mas sobra capoeira. No muro do cemitério São João Baptista letras garrafais bradavam que "Lamarca vive e vencerá" e que é necessário "despertar o furor revolucionário da mulher proletária". Sábado chuvoso e alagado nostalga qualquer um.

A semana toda vêm sendo bem quente. Trinta!? Quarenta!? Onde vai parar!? Imagina a humanidade daqui a quarenta anos… A boa é pegar umas praiazinhas pra poder tirar uma onda.

- Alá! Alá Tio Maxx é mó caôzeiro! Disse que no século passado fritava com seus personagens sob o sol colorido de caraíva.

Têm tempo que eu não passo por um inverno. 2001 foi bem generoso, inagurado na praia de trancoso, testemunhando um nado libertário contra o sol, testemunhando união e fidelidade, entre amigos, hermanos, brothers. Trabalho pra caralho, trabalho sério mais sempre descaralhado, de maratonas históricas do rock in rio a putaria e quase vitória do res fest, da euforia sossegada e certa sobre tudo do abril pro rock às surubas das festas do consulado, o carinho de todo o panteão de sereias, chicas, uma fadinha exepcional, lolitas, preciosidades, gêmeazinhas, iemanjás e emílias.

Sempre quente. O calor das estradas sosegadas de Macéio, onde usar um boné do MSt é muito mais perigoso do que queimar qualquer tipo de mato. Os sotaques e sossegos de Recife. A jornada sem fim pelas matas alagadas da Amazônia, o calor despoporcional da Flórida, onde não sei por que caralho eles terraplanam a areia com tratores a manhã toda. Manhã!? Eu ia virado pra praia, minha gatinha tinha que trabajar e eu ficava fritando e fumando feito um beach boy, sempre arrumando uma confusão. Carioca é carioca em qualquer lugar, marrento é a puta que pariu.

O pior inverno da minha vida foi no oriente médio. Eu tava lá em Tel Aviv no pior inverno do século XX, a única vez que nevou em jerusálem no século, descemos até Eilat, com todo o visual do mar vermelho e os extintos pilares do rei salomão, que escalei, e do topo cliquei meus primeiros clicks. Na volta, o Mitsubichi lancer automático penou pra atravessar as estradas alagadas, que pra quem tá acostumado com o péssimo saneamento de botafogo valley parecia mais um dilúvio de dimensões biblicas, por sinal bem pertinho de onde mosiah sobreviveu com seu povo hebreu, repartindo as águas e afogando os egípcios. Babilônia cairá uma vez mais são as palavras do sábio Rastaman.

"Ronaldo, Ronaldo" eram as palavras os egípcios da ensolarada e babilônica new york, onde no central park, sob muito bronw paper bag e grass até um hondurenho me zoou (quem mandou sair com a camisa onze!?), Romário, Romário… O outro parace que tá com febre… Um piloto da TAM também me cumprimentou, piloto de profissão e doidão de carteirinha, aquelas figuras que aparecem do nada pra te provar de que o mundo é pequeno.

Marcando o céu com fumaça e fogo derrubaram as torres e o pentágono, surprendendo a todos os militaristas que nunca viveram um bombardeiro. Fudendo feito uma praga todos os diretores e publicitários peixes de merda que usaram e abusaram desse clhicê. Boa oportunidade pra repensar a lagoa, o cristo, bondinho e a baía de guanabara. Puta que pariu, que que sbobrou!? Ahn, os arcos e as favelas grafitadas são staylee do baylee… cartão postal dois mil e um.

Na abarrotada boate outro dia um loki disse-me que tinha descolado uma boa, ia passara umas semanas no México, ouvindo bom som e tentando ir atrás do Peyote. Lembrei-me da muchacha que conheci em NY e suas histórias de mescalito y ongos. Toda uma nação (que não precisa de bandeira ou fronteira, no minímo um CD) entorpecida e expandida. Manu me mandou um e-mail de ano novo cujas últimas frases reproduzo no fim do post, sem conseguir lembrar da graça, do rosto e muito menos do nome daquela muchacha da abarrotada boate. A tendência tio maxx, é esquentar, e piorar… piorar…

O século tendia a ser chato pra caralho, prova e reprova da utopia do primeiro mundo e do capitalismo ocidental. Ainda bem que um bonde de maluco apareceu aê pra dar um sacode e animar tudo isto.

...Proxima estacion felicidad....(dentro de lo que cabe...)
...proxima estacion......alegria....(que nunca falte)....

20.12.01

maxx e as estrelas

Enquanto o segundo nada mais é do que o primeiro dos perdedores, o quarto (defunto, quase alemão) é o campeão dos perdedores, the king of the losers. O Res Fest foi uma puta experiência, \palestras sobre avanços tecnológicos na indústria, curtas muito bons como o "Limpador de piscina do Bon Jovi" e umas tantas animações como as impecáveis japonesas "Blood The Last Vampire" (melhor fotografia de animação da história) e "Ken Ishi". Papo de nerd! Teve também o turntablism do Scratch, meu vídeo "Operação Free Jazz" duas emfumaçadas vezes na telona e muchas fiestas, ano que vêm a gente ganha.

Numa quarta ensolarada viajem de um fino ao aeroporto Santos Dumont (o pai da aviação, um sujeito macanudo que estacionava seu dirigível na porta dos cafés parisienses feito um personagem do Jules Verne) encontrar com o Cleyton, repórter da Clube, uma revistinha da Conrad direcionada para menores desvirtuados. Daí cruzamos a cidade até o Projac, aquele vasto complexo cenográfico das corporações Grobo, famosa por seus hormônios e dunas. Uma assessora de imprensa desenhada pelo Crumb levou-nos de Taxi até o Sitio do pica pau amarelo, há uns trinta minutos de lá, olhos recheados pelas arvores e curvas que nos conduziriam a terra da fantasia, aquela com abundância de vinho, mel e lolitas.

Chegando lá, logo dei de cara com um casting de anões e um fotógrafo de uma revista de paisagismo, meia dúzia de palavras e já estavamos nos associando para editar uma revista que seria algo entre a High Times e a Cañamo, no final da história ele tava pragujando contra todos esses filhos da puta que topam essa "saída de merda, abaixo do valor do sindicato". Felizmente a ótima assessora resgatou-me pra trabalhar, logo de cara conhecemos o Saci (personagem da nebulosa mitologia brasileira, um moleque fumeta e perneta proteje as matas e aterroriza geral, um driade sul-tropical, sei lá) usando uma meia-calça azul pra fazer um chroma-key e ficar sem perna, Rabicó, Burro Falante, Cuca e demais bichos não passam de pessoas fantasiadas com máscaras robotizadas que obedecem sinais de controle remoto para fazer as feições, dubladas por um terceiro loki.

Quando tava começando a achar essa parafernalha grobal toda chata pra caralho aparece o Gilmar (Gilmar?), o dublê do saci, um negão de uns trinta e blau, todo sarado e de uma perna só, ninguém menos do que o saci da série original (exibida de 78 a 85… eu acho). Quando reunimos os dois sacis, mergulhamos numa conversa que foi da importância do resgate à obra de monteiro lobato a relatos secretos sobre a sociedade criadora de sacis e a existência das sacias, "porque de dois sacis não sai nada!".

A Tia Anastácia desfilou ao nosso lado, carregando uma galinha e cantarolando (ela só qué, só pensa em namorá) e todos aquelas cercas vivas, arvores frutiferas e animais começavam a parecer ser um pouco mais do que construções. Aí veio a Emília.

Com sete anos, nunca mais que meio metro, carinha pintada, cabelinhos de pano e fama de faladeira a Emília não deu muita trela na entrevista, mas em seguida quando pedi para fotografá-la, correu até um monte de árvores frutiferas colhendo acerolas com a mão e devorando-as em seguida. Eu ia perguntar se era de verdade ou tratava-se de alguma invenção cenográfica do plim-plim (piri-prim-prim? Prém prém?), quando vi o saci (o coroa, o de verdade!) pulando de um pé só pra dentro dos arbustos e colhendo as melhores acerolas e devorando-as.

"Se o Saci e a Emília comem deve ser bom…"

Algumas frutinhas depois e a Emília dispara pra dentro dos arbustos, tive quase que rastejar para driblar alguns dos obstáculos sem destruílos, tarefa fácil para alguém de meio metro. Chegamos numa clareira iluminada por um faixo de luz que vinha de uma espécie de túnel natural recortado por entre os arbustos. Era uma luz linda e vibrante, que usei pra fazer vários clicks de Emília, revezando sorrisos sapecas com biquinhos inocentes. Ela não queria avançar mais por medo de cobras e eu estava certo de que avançando, em direção aquele faixo de luz, entrariamos numa espécie de terra do nunca ou país das maravilhas, onde seríamos felizes para sempre e aquelas frutinhas jamais seriam extintas.

Foi quando eu percebi que logo logo o diretor, sempre monitorando de dentro de um oculto iglu, iria gritar pela Emília, e abandonei-a no portal indo de encontro ao Pedrinho, o único menino que já conseguiu caçar um saci. Fã de Dragon Ball Z, Pokemon e essas porras, o perfil que a gente precisava pra revista, empolgado com fotografia e dono de um SNES velho (velho!???). Antes disso fiz uma foto do trio pra capa da revista, tudo em grande angular, numa onda bem mais Beastie Boys do que monteiro lobato, porque afinal o Pedrinho passa e-mail e a Cuca é fashion, Cool como cú de Cult.

Alguém precisa mesmo recontar essas porras, porque o doente terminal sempre recupera forças para os últimos sopros, quando a terra fica forte e tudo o que pode ser acaba sendo. Sobrando espaço só para os preparados, você está!? Alea Jacta Est! Que comecem os jogos!

13.12.01

S O N H O

Vivendo até de manhã, e dormindo a manhã, loco, embriagado e maconhado você viaja. Você não troca o dia pela noite, mas curte a noite e sonha o dia, e nos seus sonhos mais loucos tudo cai, você cai, a casa cai, parentes morrem, inimigos parecem invenciveis e putas das boas (daquelas que tu só cruza naqueles puteiros de nível, a 180 cada quarenta minutos) te lambuzam de mel e cobrem de elogios. E têm os sonhos de estratégia onde tua guerrilha toma posições de assalto por vários flancos, mas também salta feito super mario depois da folinha. Sonhos, sonhos, hey Mr. Gaiman bring me a dream, e ele riu, ele ria bastante, sagaz demais pra um brit, vai saber. Ontem conduzi um bonde a um beck - ele conhece o Gaiman, ele sabe das coisas. Peraê! Ontem!?

São três horas!? Alô!? Ahn, tá dormindo!? Que horas são!? Nove horas! Que que eu faço de pé a esta hora!? E pior… Como é que eu voltei pra casa!? Mas que merda! Ontem foi lindo, o Odeon celebrou um evento capitaneado pelo Chacal e sua cabeça-de-vaca (e não cabeza, aquele filhadaputa!) onde o som tava montado na pista, do lado de for a do cinema, drum'n'bass, miami bass, funk-buça e dub na caixa. Artistas de vanguarda embrulhados pra presente, hypes, chics, fudidos e coloridos dançando frenéticamente ao lado de toda classe de bandidagem e fuleragem do centro da cidade na madruga, paz, amor e aquelas coisas que só a cidade maravilhosa te proporciona!

Porra! Cadê minha câmera!? Clickográfo nunca tá satisfeto, é chato pra caralho! Deve ser por isso que eu não amo ninguém! Minto! Amo sim! Deve ser por isso que eu não namoro ninguém, melhor! Aquela jornalista tava lá, ela tava lá bicando as sessões da mostra e as muchachas na insana festa do consulado. Outras divindades do panteão tavam lá, essa mostra vai ser complicada. Argh, ressaca as nove da manhã, mas nada que padaria, água e maconha não resolvam, argh hoje eu vou beber! Oba! Hoje é festa, boca-libre, lançamento de festival, celebração. E agora maxx!? Manter a linha e o personagem!? Ou despirocar, arrasar,estruir!? O doidão se diverte mais, mas não come ninguém, mas quando come…

19.11.01

NO LIMITE / SURVIVOR

Na BBS meu handle era BloodStorm

Tudo que eu queria era colher umas imagens dos Plocs da Barra e ouvir um somzinho do Agent Orange, TSOL e outras porras aê, lá na praia da Barra, num festival gratuito bancado por alguma marca de cigarro de Bali. Tava tentando afimrar que tinha superado qualquer preconceito infundado com esse bairro. Mas me fudi.

Primeiro aquela noia de prayboy brigando e policia acharcando maconheiro. Consigo umas imagens de uns caras com camisetas com o Bin Laden apertando um beck (a bomba do laden). Mais tarde paramos numa rodinha pra fazer a cabeça e um coroa cocaiômano empapuçado fica enchendo o nosso saco querendo falar que era cana. Quando nos livramos do mala eu e o garoto juca chegamos a um acordo.

- Isto aqui tá uma merda!
- ok! Vamos esperar a próxima merda e vazar!

Não deu outra um bonde de oito apareceu para assaltar a gente ali, na praia, na frente de todo mundo.

- olha só! na tranquilidade, isto é um assalto...

Levantei pra correr, protegendo a bolsa (com minha câmera) e a cara, enquanto os caras me chutavam e empurravam por alguns segundos, até a praia tornar-se uma batalha campal, e eu, bebado do sangue que escorria do meu nariz conseguir escapar.

Os policias apenas riram, os paramédicos jogaram uma aguinha; Mas tou inteiro, só levaram meu sangue mesmo; nenhum osso, nenhum corte; ah! sim! uma bola de golfe debaixo da palpebra, completamente roxa. Hmmm...Bem, o Gaiman usa óculos escuros de dia e de noite. O foda é que nada disso me acontece em quando circulo em botafogo, lapa, flamengo, centro, tijuca ou qualquer outro destes picos do lado de cá, sempre tidos como fudidos ou perigosos.

Vai vendo, sobrevivendo! Alguém por favor me leva pro No Limite, a comida daqui de casa é bizarra mermo, pelo menos lá as praias e Vizoos são fodas. Ah foda-se! Acho que pode ser mandinga de mina que é trabalho forte. Ah.... mas o corpo é fechado, vai vendo! A luta é pra vencer, mesmo que nenhuma faça sentido!

14.11.01

CUCARACHA VIDEOZINE
OPERAÇÃO FREE JAZZ: Indies, Plocs, Orixás e Wannabees


Hoje (quarta-feira 14/11) o público carioca poderá conferir na Casa da Matriz a pré-premiere do Videozine "Operação FreeJazz: Indies, Plocs, Orixás e Wannabees". Produzido pela Tarja Preta Terrorismo Editorial o Video foi executado em Mini-DV por Matias Maxx (Cucaracha Zine) e Remier Leon (Destruidores do Visual) durante o festival Free Jazz no Rio de Janeiro.

Além de uma extensa entrevista com integrantes do grupo de Rap Cubano Orishas (onde a história do Hip Hop da isla é passada a limpo) o video exibe trechos dos sets de Fatboy Slim, John Carter e Aphex Twin além dos shows do do Grandaddy, Sigöu Ros e Belle & Sebastian e Roni Size. Abrindo o Video uma reportagem onde diversas figuras dentre músicos, veejays, zineiros e anônimos divagam acerca o termo Indie e suas respectivas bandas.

O Video de 50 minutos será exibido hoje (quarta-feira 14/11) na Casa da Matriz (Rua Henrique de Novaes 107) em versão ainda não definitiva (faltam as legendas da entrevista com o Orishas e outras firulas) paralelamente à "Entrega de prêmios Indie destaque 2001" que encerra o evento "Algumas pessoas tentam a todocústico", organizado pelo selo independente Midsummer Madness.




5.11.01

O texto seguinte lotou uma página do Protozine de Outubro, com tiragem de 200 exemplares distribuidos randômicamente por aí. Ah! Eu fiz um lance meio djangobroder, falando de uma porrada de coisa que rola, me atiça ou incomoda. O Zé colmédia fez umas ilustrações que depois coloco aqui! É isso!

VIDA DE FREELANCER

Alguém aqui já beijou uma fada!? A minha tinha olhos verdes, cabelo curto, sorriso infantil e um corpo quente e delicioso, seus movimentos e caretas tão graciosos que observá-la, espreguiçando-se descabelada de manhã ou espalhando areia pelo corpo à tarde, sempre resultou relaxante e maravilhoso. Eu tenho essa mania de observar silenciosamente as muchachas, raramente esqueço um rosto, o que infelizmente não acontece com os nomes, sou um desastre pra nomes ainda mais sob o álcool que confunde e desfoca.

Com Nortec na caixa fica mais fácil comprender o que é um Naco, mulambo, fulêro ou fudido. Quando o playboy da mesa ao lado nota meu penteado bizarro eu já largo o dedo médio antes que ele possa comentar com suas piranhas, a cara de cú do mané não tem preço! Essa é minha vida, enquanto o mundo explode injustamente rumo cambaleante de foda-se ligado numa sequência sem fim de boas e roubadas, abraçando o rio de janeiro e o mundo. Fotografando, gravando, perturbando e me esforçando em tocar idéias e artes no circuito.

Aquele moleque que nunca tinha tido saco ou interesse em acompanhar o cenário da música pop internacional, encontra a vida que sempre quis quando mergulha na cena lançando seu primeiro zine impresso e na web em 1996. Na mesma época rolaria o antólogico show de Chico Science no Circo Voador, Finalmente testemunhava ao vivo aquele movimento encantador que me seduzia com sua fusão de sons e estética Afrociberdélica. Uma Planta de Poder me ensinou a voar e minha vida nunca mais foi a mesma. Minha vida muda novamente recentemente, quando chuto o balde, disposto a trabalhar para mim mesmo, tocando projetos inacabados adiante e vivendo de Freelinhas.
Tem que ser cascudo eu sei, mas é a vida que eu sempre quis, e porra! Eu já sofri pra caralho! Na faculdade suportei de tudo, professores maletas e invejosos, metodologias academicas retrógadas e desorganizadas até o dia que entreguei fanzines a colegas e depois de explicar do que se tratava (porque eles eram estudantes de jornalismo que não sabiam o que era fanzine) ouvi um: "mas pra que você faz isso!?". No ano e meio que se seguiram trabalhei como Web-developer de uma Dotcom que começou fundada por três doidões numa sala, cresceu, foi comprada por um yuppie cheio de termos yankees que finalmente revende a empresa à uma mega-corporação que instaurando inúmeras metodologias e cagações de regra acaba falindo e tendo de demitir mais da metade do quadro. Nasdaq neles! Os yuppies oportunistas que enfiem seus MBAs e últimos milhões no cú! A Rede é e sempre foi dos nerds e geeks, respectivamente proletários e administradores de uma rede rebelde com gritos de sobra.

Hoje tento acordar cedo pra finalizar um texto, só para descobrir que os depoimentos dos mexicanos entrevistados ainda não chegaram, peço mais prazo ao editor, sou o terror dos editores, nos prazos e nas edições. O telefone não para de tocar. Denoite rola um show e depois drum'n'bass na bunker, fumaça mais tarde e esta menina está dançando comigo, corpo colado nos joelhos, pelvis, peito e lábios. Braços afastados, sem toque, a língua imóvil e o inevitável espeto. Cada invasão da língua era retaliada, mas sem perder o teor erótico da dança. Não sei qual era a dela, cansei de tentar compreender as mujeres ou divagar sobre a loucura, mas tenho a certeza de que estar do lado "errado" é melhor do que ser um "normal" com medo de ser diferente. No dia seguinte a ressaca é monstruosa e o telefone não para de tocar, o e-mail dos mexicanos chega, fecho o texto com o dobro dos toques pedido nas esperança de que o editor sensibilize-se e me dê mais espaço. Tento voltar pro meu mundinho de projetos em andamento quando um bonde de vizinhos aparece cheio de oferendas. O telefone toca e a voz doutro lado me convida pra uma função - Passar o feriado todo, de manhã a madruga, registrando uma sessão de grafites numa comunidade, bancando os filmes e fitas - projeto pessoal! lógico que aceitei.

Porque clickar já é mais que um vício. E adicto musical que me tornei clicko shows como rotina, e aquele momento, eXpremido entre o furor da banda e o gozo da platéia é tudo. Como é uma arte cara e complicada, o fotógrafo arma-se de manhas, lábia e contatos para conseguir os clicks, que muitas vezes acabam parando em arquivos. Mas nenhum arquivo é morto a exemplo de um registro da primeira Hip Hop Rio em 1998 na Lapa que chega as bancas em 2001 como capa da coletânea da festa. Daí quando você pensa que já tem o contexto suficiente para conseguir os clicks que quiser o destino prega uma peça com seu egocentrismo. Numa quarta chego na UERJ disposto a registrar um show gratuito do impecável Rappa, mesmo não conseguindo entrar em contato com os músicos e produtores da banda achava que tratando-se de um show gratuito não enfrentaria problemas. Chegando lá é só tumulto, as senhas que tinham sido distribuidas antecipadamente estavam esgotadas e o pessoal que ficou de fora protestava alegando que ainda havia espaço no teatro. A segurança só tumultuava mais o ambiente fazendo um funil na entrada, tentativas de comunicar-me com a produção do evento, atraves do intermédio de alguma palhaça do teatro da faculdade revelaram-se um verdadeiro show de horror. Jogo de cintura definitivamente não se aprende na faculdade, malditos universotários! Para completar a frustração horas antes eu e um amigo bedúino haviamos falhado na missão space invaders; "tá babado playboy! Tá cheio de poliça!". Pelo menos no final da história nos empapuçamos num boteco onde conheci uma simpática e amável futura colaboradora do zine.
Quem é pior!? O egoísta que jura fidelidade e exclusividade ou o desesperado que divide e distribui seu coração!? Dia desses tava numa festa com essa menina que definitvamente não era minha fada mas cujo sorriso e graça jamais podem ser subestimados. No passado esta teria sido uma regra, um recurso estético unanime, uma musa platônica, mas não só por tesão ou atração é que observá-la sempre transpereceu um estilo de vida admirável e compatível. Vacilei ao levar o fanatismo ao extremo, queimando o filme e ficando a ver navios. Nestas ondas, cheguei a brigar sério com um par de meninas que realmente me amavam ao comentar a admiração com furor demais. Papo de pirado, desesperado e apaixonado.

29.10.01

algumacoisaemcomum

Em 1986, "Puma" uma banda de hip-hop formada por ex-black panthers realiza em Havana um show para panteras refugiados e o próprio Comandante Fidel. De música del enemi'o o movimento revezou popularidade com ilegalidade até firmar-se finalmente no final da década de 90, com grafite de rolinho e vinis vindos desde Miami. Sábado passado a cidade maravilhosa, pulou, gritou e rebolou quando os Orishas representaram (representaram?) o hip hop cubano.

Charutos confiscados, Rum servido na boquinha, farofada, suingue e scratches; direito de imagem socializado e camarim legalizado. Depois da passagem de som, a aula de rap cubano pelos super dispostos e simpáticos Roldan e Ruzzo, hmmm… agora que tengo que ir pra la isla, Mamá Mamá quiero ir a 'uba! Vinte minutos de material e uma hora de show… Hmmm… Bonito… Bonito… Cucaracha VideoZine vai ficar bonito…

A Parte 1 já tá pronta e leva o título de "O Indie", com os shows da primeira noite mais vários depoimentos. A parte 2 ainda não tem nome, mas tem alguns depoimentos e parte do show do Roni Size, Aphex Twin, Fatboy Slim e uma porrada de outros caras lá do Cream que ainda temos de identificar. A parte 3 vai ser pro Orishas. E só, porque ainda tinha que achar tempo pra sequestrar cervas do camarim, entrar-e-sair, dar rolé, dar beijinho, zoar, dançar, gozar!

22.10.01

LetsSingIt.com - Los Rabanes - No Hay Manera

Mientras el mondo explota bajo el tropico hace sol y todo pasa maravillosamente bien. Que Pasó!? Que Pasó!? Muchas ideas, orgias y dudas, pero como siempre feliz y adelante. La passíon naca de Titan y el desespero de los Rabanes. No hay manera!

21.10.01

tipo assim...

foi uma noite-dia lindo, colorido e orgástico...
são oito horas da manhã e o som que começa o papo é "Baby" dos mutantes...

o som, que só acompanha milhares de besitos e bitocas, ay, ay, ay,
começa dizendo que "você precisa saber da piscina, da margarina (da marguerita?),
ca Carolina, da gasolina..."
despede-se afirmando que "vivemos na melhor cidade da América do Sul"

ninguém tem dúvida que esta é rio de janeiro,
cidade maravilhosa
chapa quente dois mil e um,
caçaas bombando fogo e rango

mesmo que a música é do baiano cateano
e a execução dos paulistas baianos

no fim do mundo, qualquewr um pode ser novo baiano
já disse broder meu filosofando o apocalipse

século vinte um com´cou tem poucos meses,
o império yanke ruiu,
e a gente, que leu quadrinho a vida toda,
tem a certez de que essa foia desculpa pra um puta golpe de estado

sempre soube que ia terminar assim,
só não esperava tão logo.

agora foi!

[]'s
Maxx

18.10.01

MISSIONÁRIO JUNKIE

Burrito de carne, duas micheladas e um White Russian, a única modalidade de vodka que eu encaro. De destilado só tequila e mojito, e mesmo assim mais pela estética, e cada louco com suas manias. Sempre é massa ir ao Puebla Café e gastar conversa com o Pueblo, certeza de boa larica e risadas. Nesse dia eu tava acompanhado do mamata e de lá partimos pro Teco Taco, um sinuca sujo em humaitá, na missão de descolar uns charutos pra confecionar Blunts. Uma modalidade fedorenta e forte do cannabismo.

Na saída do puebla noto que um sujeito com pinta de universiotário playboy numa mesa cheio de semilares arregala os olhos ao notar o meu cabelo, então coms os dreads fazendo angulo de 90 graus com a cabeça, e rindo cutuca a sua mina pra me mostrar como se fosse um freak show. Quando a puta, e o resto dos universiotários, viram suas cabeças pra me observar eu já tou preparado esperando-os de dedo médio em riste. Pra deixar esses manézões sem graça é pura disposição.

O Teco Taco é meio caido, mas resolvemos parar para um par de chopes, a trilha sonora era o festiva de horrores que vinha da jukebox mas pelo menos tinha uma minazinha ótima jogando sinuca, seu corpito magrelo me colocava em momentos nostálgicos, mas era melhor deixar pra lá. Eu nem lembro mais que dia era esse. Talvez domingo, porque no dia seguinte, na fiesta cucaracha torrei o maior blunt. Acendi e apareceu essa mina meio patricinha, com aqueles body decotados, busto impressionante, cabelo de anúncio e bafo de capeta (sério! não tava dando!) pedindo pra eu por um trance. Ah! Eu coloquei uns DnB safados, depois emendei com Nortec e ninguém percebeu.

Na Sexta feira dia 12 de outubro, dia das crianças e da santa padroeira, acordei as nove da manhã com o Remier na campainha, preparamos meu equipamento de video digital e rumamos pra Ladeira do Tabajara, lá em copacabana onde encontramos o DV Crew dava início a uma sessão de grafite sob encomenda do presidente da asociação de moradores (que pagou as tintas). O pessoal escolheu uma série de muros num paltô em frente a quadra com uma puta vista pra botafogo. A idéia era o Ackme fazer um painelzaço no meio, o Hare e o Nir (moleque de 14 anos lá da) fazerem outro painel e os demais muros ficarem pra molecada da comunidade, que saiu do charpi faz pouco tempo mas já esculacha nos Bombers.

O resultado foi um painel maravilhoso, com uma mina estilo popozão fumando um cigarrito misterioso, pagando meia bunda de cara pra uma favela super colorida, abençoada por uma lua no estilo Melliet e opondo-se a um menor que empina uma pipa que cruza toda a favela. O painel ficou lindo e foi elogiado por todos os coroas bebuns da comunidade, que rasgavam elogios à mulata, só teve um crente mala pra cacete que ficou falando que ia passar o rodo. Fala sério…

Durante o dia tava rolando evento de dia das crianças, basicamente gingana onde duas equipes (equipe furacão e equipe tornado) se entretavam por brindes. Na quadra rolava também uns showzinhos de samba e até de um grupo de rap local. Na gingana de Funk a Axé, isso sob sol estúpido… Pura disposição.

E as fotos ficaram lindas, e o video ficou ótimo 1h15 de material bruto, panôramincas, detalhes das técnicas usadas no grafite, depoimentos, palhaçadas... E teve também a experiência maravilhosa de tar no meio de toda aquela criançada, sagaz e humilde, respeituosa mas sempre na atividade. Sempre saindo na porrada entre si e sempre amarradonas na nossa, sem contar o brilho nos olhos e na empolgação de toda aquela molecada ao testemunhar a transformação daquele paredão imundo numa bela obra de arte ao ar livre. O duro de aturar eram os bebuns que passaram o feriado enchendo a lata no bar adjacente. Quando caimos fora, lá por volta da meia noite, já conheciamos geral com destaques para um coroa de olhos amarelos e voz gravissima que disse trabalhar na "Babilônia Limitada" uma coletiva de reflorestamento que atua naquela série de morros que separam copacabana de botafogo. Conhecemos também uma ex-xacrete dos tempos da tupi, com histórias da Alemanha e Venezuela, mó doideira. Mas mais impressionante do que essas experiências com os coroas é a disposição dessa garotada começando a rabiscar, testemunhando essa cidade maravilhosa tatuando-se pouco a pouco…

***

Depois de voltar pra casa e assistir tudo denovo lembrei que estava rolando o bota-dentro do Xotapê lá em copa. Percebi como estava queimado o que me fez refletir "caralho! Há quanto tempo eu não passava tanto tempo direto na rua, de dia!?". Uma vez lá foi muito papo e uma sessão de Suquinho Mágico do Djames, um drink que a Cissa prepara, docinho, docinho, fraquinho, docinho, mas que tá sempre tocando o terror por onde o bonde passa.

De lá parti com um jornalista pilantra e um rock star pra Bunker, levei meu último fino pronto na carteira pra não ter treta com o segurança e passei batido. Tava bem cheio e o Wilson Power tava naquele momento New Metal, perdi o senso do ridiculo e entrei na roda, balançando a cabeça mas com o pé no bate-estaca, pelo menos não tava tocando air guitar. Será o Slipknot o Kiss do New Metal? Bem mais tarde e algumas cervejas a preços extorsivos depois resolvo acender meu beque, na atividade, não tem sido problema lançar um na bunker nas últimas vezes que tive lá, aliás as últimas vezes em que tive lá foram bem agradáveis, mas tem que sempre ficar na atividade onde você já rodou e é visado.

Dai aparece esta mina filando e dançando, não demorou pra ela colar bem junto e começar a deslisar meu colar em seus dedos, achando maneirissimo e nada mais que isso. Mais tarde reencontro a mina na pista, quando já tava ficando vazio e todo mundo já tava bem doidão, ela entra naquela de dançar junto. Corpo colado nos joelhos, pelvis, peito e lábios, os braços afastados sem tocar, a língua imóvil e o inivitável espeto. Eu não sei qual era a dela, eu não sei qual é a dessa gente, eu digo que as últimas vezes foram agradáveis mas confesso que só cruzo mina maluca. Sempre amei as mulheres de atitude, aquelas que muitos playboys debíl mentais chamam de foda-fácil, na real elas só são que nem eu. Entendo aquelas malucas que ficam sempre, ficam com todo mundo, normal! Mas se não entendo as que só ficam, e entendo menos ainda estas que curtem só um sarro, dança erótica, vai saber…

Cada descontrole de minha língua era respondido com uma retaliação, ela se afastava, colocava a palma da mão no meio peito, mas depois voltava ao contato. Não lembro como a gente se separou, lembro que ela disse que tinha gostado do meu colar, mas lá pras seis da manhã (ainda amanhecia as seis da manhã) depois que pararam o som, eu me impressionei em encontrar o boteco Bem Estar II aberto (se bem que eu já bebi o amanhecer lá varias vezes) e não resisti em consumir mais uma cerveja. Dai ela reaparece, a gente troca umas idéias mas fica por isso mesmo, bah afinal ela nem era grandes coisas…

14.10.01

¡¡¡ Fiesta CUCARACHA !!!

Em 1910 bandoleiros liderados por Emiliano Zapata tocaram o terror no Sul do México revezando guerrilhas com momentos de borracheria e fiesta ao som dos mariachis repetndio o clássico refrão "La cucaracha! la cucaracha! ya no puede caminar, por que no tiene, por que le falta, maryjuana que fumar!".

Na fiesta cucaracha não falta nada, sonoro ou alucinógeno. Nesta segunda feira, dia 15, na pista 2 da Casa da Matriz (Rua Henrique de Novaes 107, em botafogo) eu, Matias Maxx, estarei colocando som a convite da Festa Maldita, que rola na Pista 1 com o rock alternativo fita-pé de Zé e Gordinho. No set um pouquinho de Latintronica, muito rock, reggae e rap com sotaque terceiromundista, algo da cena local e bastante reggae dub e outros sons de expandir mente e sacudir os umbiguinhos.

Tipinhos mais boêmios e muchachas mais calientes remanescentes serão presenteados com cartões postais do cucaracha (se ficar pronto a tempo, cês sabem como é). Na sala de vídeo Tati Quebra o Barraco, Mr.Catra e Chatuba de Mesquita no documentário Febre de Funk. A festa começa meia noite com o lema "comece a semana se acabando" a entrada é 2 reais + 8 de consumo.

nos vemos!

11.10.01

PHOENIX DIGITAL

Não existe compromisso ao sul do equador! Quando voltei pra terrinha abandonei o reléogio de pulso e as olhadelas no visor do celular são só pra não perder a sessão do cinema. Dai que em algum momento desta madrugada eu tava assistindo ao DeFalla no Ball Ruim. O DeFalla é a banda do Edu K, aquele gaúcho que em quadrinho imortalizado pelo Alan Sieber caga a maior regra afirmando que inventou o Funk Metal antes do Mike Paton (e o pior é que é verdade!). O Poindexter (do Vital do Jimi James, que abriu o show com sessão de strip e o caralho!), o Planet Hemp, Soutien Xiita, geral do rio afirma ter babado nos primeiros shos do DeFalla na cidade maravilhosa, no circo voador há uns dez anos atrás. Depois de muito tempo desaparecido Edu ressurge em 1998, gordo e travestido num visual que soava um cruzamento entre o Marylin Mason e a Madonna e um som tecnotronico com uma baterista caozada porém gostosa. Foi vaiado, me lembro d eum coroa que insatisfeito urrava: "quem te viu! Quem te vê Edu!!!"

Porra! E o coroa não viu nada, depois de tentar regressar ao formato antigo, com o Edu de boné na cara e pose de garotão o produtor cruzou com a galera do MCsHCs, inventou o movimento Miami Rock e levou a elhor estourando os hits "Popozuda" e "Feiticeira" por toda a porra do país. Depois de perturbar muito pelas rádios a gauchada deu uma sumida e deu as caras de novo na LOUD! num show antologico com a Syoung na guitarra e participação do canastrissimo Paulo Cézar Peréio e a Socialite aditivada Narcisa Tamboranguelli! Porra! O Coroa não tinha visto nada!!

Nada mesmo, o Soninho, camarada sorridente de dois metros com quem cansei de me emborrachar na porta da Bunker depois de muito falar para todo mundo sobre sua admiração pela guitarra foi parar no Defalla. Lá tava ele, no maior estilo, bandana preta com caveirinhas, calça de couro e sem camisa. Bracelete de caixinha e dedo médio goela adentro, abraços e beijos no Edu K de cabelo grande, menos gordo e com um desses xales bem frufrus. A Syoung em toda sua forma e beleza passava batidona no canto, pena que não teve Narcisa pra soltarmos o corinho.

Dai eu não sei que horas eram quando eu acendi o baseado e passei a bola pra um broder animadissimo, de uns quinze ou desseseis anos sei lá, filho duma amiga figurinista e cascuda na cena. O segurança apareceu mas a gente consegiu dechavar, passamo a bola tinha passado pruma das gêmeas, o seu noivo catalão e de volta pra mim e o segurança pinta denovo e manda eu jogar no chão, com a ponta dos dedos separo a cinza da ponta e jogo a cinza no chão, ele pede pra eu abrir a mão e eu passo a ponta pras costas das mãos e abros os dedos, viro a mão e passo a ponta pra palma, que nem qualquer ilusionista barato de festinha, ou o Shadow em uma boa fração das páginas de American Gods do Gaiman. E tinham também aquelas outras gêmeas, cabelo preto e curto, o de uma solto, combinando com a formalidade de seus óculos, a outra com duas chuquinhas estilo Aeon Flux bem mais a ver com seus olhos deliciosos e sua Tattoo do gato Fritz. Elas gostaram do meu cabelo, apesar de chamarem de Pedrita, Pluto e afins… Ela também foi assistir "Batalha Real" duas vezes no cinema e por isso merece tar na lista das primeiras pessoas pra quem eu vou mostrar o meu quadrinho.

O olhar de fotógrafo agora desenha quadros na cuca, a parceria com o Gustavo Goose tá ficando ótima, ontem assistimos o "Batalha Real" juntos, depois voltamos pra casa e ele terminou o esboço da segunda página, eu já escrevi mais de vinte, e tenho umas 240 na cabeça… Papo pro maluco acompanhar mensalmente, tendo vários sites pela internet para ele se sintonizar e punhetizar no intervalo. O filme não podia ser mais apropriado, é uma produção japonesa, sobre um futuro próximo, onde depois de inúmeras manifestações e desordem estudantils os mandacuvas passaram uma lei que sorteia todo ano uma turma do ginásio para passar três dias numa ilha deserta monitorados por um colar, equipados de mantimentos e armas na missão de se matarem, uma vez que só um sobrevivente pode voltar pra casa. Mais que no limite é toda uma viagem sobre a barbárie e sentimentalismo extremo dos seres humanos, particularmente os de quinze anos de idade numa estética completamente Mangastica. Porra! No japão o filme deve ter bombado, mas se passar no Estados Unidos é desastre certo, ô cambada de caipira dirigindo tratores desgovernados.

A mostra foi tudo, quantos!? Vinte!? Trinta filmes!? Tenho que contar na moral, menos que ano passado, mas sempre bons filmes como o caso do estonteante "Metropolis" nova animaçnao de Katsushiro Otoma inspirada no clássico de Fritz Lang e muitos passos a frente de Akira, a elevação da arte a um novo nível, que nem os Grand Mixer DXT e QBERT pro turntablism em "Scratch". Muito filme, muitas sessões, muito papo, escurinho, cerveja, discussão e flerte na saída, dez dias dominado e seduzido pelo cinema, enquanto o mundo explode, com o cucaracha fora do ar e a mente em Marte, Jupiter, Plutão, não só os nove mas todos os doze ou treze, sei lá!

E se virando né!? Falando o nome de um filho da puta qualquer pro cara da rádio cidade te dar um convite, pirateando o show do Los Hermanos em video digital na cara dura e mostrando pros caras logo depois naquelas "boas vindas para os novos tempos", planejando explodir o mundo, fazendo umas resenhas e reportagens e mentindo via telefone ou e-mail, porque tudo que conquistei foi mentindo. Como um dos personagens do Iraniano "100 Anos de Cinema" que finge-se de cego para conseguir destaque no filme, e no final, quando desmascarado e interrogado quanto a sua fidelidade responde com o rosto em lágrimas: "Porque fiz isso!? Por que menti!? Pelo Cinema…"

O Amor é tudo, e a porra da solidão e do ciúme é só dos que não sabem amar!

22.9.01

Eu não sei - Garotos Podres (circa.1996)

"Esta é pra vocês que tão fazendo vestibular hoje em dia"

Não Não! Eu não sei,
o que vou ser quando crescer!

Não sei se devo,
assaltar bancos,
sequestrar aviões,
ou embaixadores!

21.9.01

SOLTA O CARA!

Puta que pariu! Eu sabia que era uma parada arriscada! Puta que pariu e eu sabia que o amigo tava voluntáriamente emendando roubada em roubada. A malandragem excessiva me irritava as vezes, mas a carinhosa e cumplice amizade vencia, ah! E tinha o respeito. O respeito de ter encontrado o único cara mais corajoso, louco, incosequente e irresponsável do que eu.

Era uma parada arriscada, mas tudo ia correr bem, era só não dar mole pro azar. Mas depois do segundo telefonema comecei a recomendar o "Abort Mission", "Isto está me cheirando a roubada", "cai fora daí, amanha a gente procura outro contato!". Mas o amigo disse que o cara tava atrasado, mas que tinha ligado, só isso! O vagabundo que tava com ele já tinha riscado e movimentado. Puta roubada, só faltava uma placa.

As trigêmias de Brasília discutiam com seu sotaque e termos bizarros, as minas pareciam mesmo dispostas a destruir a minha casa ou me expulsar dela, o que rolasse antes. Elas não bebiam, fumavam ou trepavam, nem diziam malaspalabras e eram magrinhas demais, mas exóticas, boas pro cartão postal. O Mamata tava querendo fazer o macarrão logo, cortei o gordo: "deixa pra quando ele chegar, se for prensolto denovo a gente refoga na madeira".

Beeem mais tarde, quando as trigêmias já tavam trancadas no quarto (elas tinham o costume de zanzar por aí nuas, sei lá!) a porra do telefone toca.

- já temo a parada, vamos dividir o k e rumar praí
- Cê tá maluco!? Ponte a esta hora!?? Não rola! Deve ter Blitz!
- Limpeza! Espera a tocha!

Foi algo mais ou menos assim, não me lembro direito.Era uma parada arriscada. Puta que pariu! Me lembro bem do telefonema seguinte:

- Cê até sabe o que aconteceu né!?

Eles tavam num ônibus. Puta que pariu! Ônibus! Cada um num canto, ele com o flagrante na pasta, traçando um danoninho na maior inocência. Os meganhas entraram pela frente e fizeram a cesta de chuá. E tem filho da puta que não acredita em X9!

Na delegacia, um babaca de algum jornal ficou enchendo o saco dele que retrucava fazendo careta pra foto, até muito puto soltar a pérola: "Porra! Já sei! Você é daqueles que copia Release!!!"

É que na semana passada uma vagabunda tinha me dito isso e deixado muito puto. Parece que esse reportér era o maior pentelho. Mas no trajeto até a delegacia tiveram vários telefonemas, negociações e finalmente um bolo em território remoto. Voltei daquele Leste Selvagem derrotado, enfraquecido e desiludido. Passei mal, não dormi e fui direto pra casa do Fred Raimundo, pra clicar ele pra BiZZ. Minhs mãos não paravam de tremer e ficou uma merda! Culpa, cumplicidade e a certeza de que se fosse minha pele, a coisa se resolvia com grana. Que derrota!

Visitei o amigo assim que rolou, na infecta 73, onde tiveram a piedade de colocar o mosca na cela dos Bíblia ("Seguro de cú malandro!"), um 3x4 com inúmeros piolhos do tamanho de um botão e mais de vinte crentes. Depois da revista básica o encontro rolava num pátio fechado, com as paredes furadas de bala, grade eletrecutada no teto e forte cheiro de merda. Todo mundo olhando pra baixo pra não arrumar encrenca pro lado de seu amigo. O Amigo manteve o bom humor, contou histórias bizarras e discursou como um religioso fanático, como sabia ler, ele começou a pregar a Bíblia pros detentos. Virou guru, enganou todo mundo, menos eu! "Aqui com um pouquinho de inteligência tu faz um estrago" confessou quando ninguém tava olhando.

Dai a gente fez vaquinha, arrumou um advogado da área e consegiu alegar que ele era um viciado irrecuperável e transfiriram o amigo pra um manicômio judiciário, com banho de sol diário (lá na 73 era uma vez por semana), futebolzinho, sinuca, tratamento psicológico, cama e rango pra todo mundo. Tinha também um computador pré-histórico que ele podia usar uma vez por semana sob desculpa de ser voluntário digitando "Metamorfose", um jornalzinho que circula nas cadeias, com poesias, textos e orações dos detentos. O cara fazia tudo na maior pressa e depois partia pro NotePad e o IE3.0 instalado na carroça, disse que desenvolveu um Purrinha em JavaScript que logo estará por aqui. Desenvoleu um clube da luta também, mostrou os machucados dele e dos amigos. Mas isso já é outra história…

Passam-se sete meses e finalmente rola a porra do julgamento semana passada. A gente fica sentado horas naquele Fórum sujo, povoado de canas pestilentos arrastando detentos pra lá e pra cá como peças de carne e advogados gordos e escrotos. Nada de assento de madeira lustrada pra platéia, teatrinho e perucas rídiculas. We're in the jungle baby! Tava todo mundo lá, menos os ratos de merda que pegaram ele e teriam de testemunhar contra. Mudaram o julgamento pra hoje, com todo mundo intimado a comparecer.

Hoje os furingos tavam lá e conforme acertado ateriormente, falaram que pegaram ele numa inspeção de rotina e só. A psicóloga e a médica do manicômio, conquistadas pelo amigo convenceram a juíza que ele era dependente, mas estava quase recuperado. Uma sócia da mega-corporação onde conheci e trabalhava com o amigo falou que sabia que seu funcionário era maconheiro, que inclusive ele tinha sido pego fumando na garagem com um colega (heehehehhe) pelo segurança do edificio, e que apesar disso ele trabalhava pra cacete e isso não afetava seu desempenho. Um ex-professor e muito próximo ao amigo também deu uma força.

E o Mosca voltou a voar! Tá na pista segunda! Foi foda! Vencemos esses hipocritas, com euforia e total descrédito no sistema, porque se ganhamos foi porque provamos que o cara não era um fudido. Só isso.

A cena mais escrota foi ver o rato de cinza, aquele que pegou o amigo sair de seu depoimento, aproximar-se de nós, lá mesmo no forum e dizer:

- Não tem justiça aqui... Você acha que tá numa democracia!?
Proibicionismo Surreal roubaram sete meses do meu amigo. E a cada dia rouba décadas da vida de jovens fudidos pelo Brasil. Use a inteligência e cague na Hipocrisia.
L E G A L I Z E J Á

Pra fechar, um som do Catra:

Vida Na Cadeia - Mr Catra

"Liberta Coração! Liberta Coração
A vida na cadeia amigo não é mole não
a vida na cadeia não dá nem pra imaginar
acredite meu amigo só vendo para falar

na mão do delegado ele tem que responder
não importa o motivo já sabe que vai sofrer
o elemento vai depondo o que aconteceu
escreveu não leu oi meu amigo pau comeu

chegou na carceragem vem a recepção
é dificil meu amigo a divisão de facção
de um lado só amigo, do outro só alemão
todos eles vêm sofrendo dia a dia na prisão

É Bangu I É Bangu II,
Força meus irmãos a liberdade os espera
Agua Santa Frei Caneca Sá Carvalho e o Galpão
que o justo amenize a dor no seu coração
Lemos Brito Hélio Gomes e a colônia de Magé
para todos os internos muita paz, amor e fé
Ilha grande acabou mas também teve sua história
pois lá muitos sofreram e ainda guardam na memória

Autoridades Competentes por favor tenham dó
Atravessem os internos para um mundo melhor
ajudem essas pessoas a ter recuperação
para que um dia possam ser chamado cidadão

No dia da visita é que é dor no coração
é ver os mais queridos passando humilhação
eles revistam seus parentes como fossem animais
até o respeito amigo não existe mais..."


20.9.01

WAR IN A BABYLON

Há anos abandonei a televisão, arrancando-a do meu quarto para dar mais espaço para meu micro e som. Quando fui morar sozinho, acabei ganhando uma TV, que passou a ficar constantemente ligada pelas hordas de vizinhos viciados que passaram a frequentar o apê. Mas isso é um fenomeno que rola no fim da tarde, assim que na maior parte do dia a TV fica desligada, afinal não rola cabo nem video.

Na manhã daquela terça feira encontrava-me largado na cama acompanhado de "Uma estranha realidade" do Castañeda quando um telefonema me fez ligar a TV para assistir os estados unidos sucumbirem a um múltiplo ataque suicida sem Kurt Russell ou Steven Seagle pra salvar a pátria. As primeiras reações combinaram o extâse de ver uma fantasia infantil realizada com toda aquela raiva e rancor terceiromundista bem guardados e disfarçados. Mas logo veio a reflexão que salvo as centenas de milicos de merda mortos no pentágono, tratava-se de milhares de mortes inocentes em New York, a capital que me seduziu em Julho, a ponto de por pouco não me fazer ficar.

Eu não sei se foi alguma insegurança ou a vontade carnal e histérica de prosseguir a viagem que não me fez ficar mais tempo em NY. De qualquer maneira, corri para o e-mail e telefone, tentando localizar os amigos que me trataram tão bem naquela viagem Também liguei para minha chica no hemisfério norte, ela trabalha num aeroporto, tinha sido dispensada e junto de toda a população dos E.U.A. encontrava-se chocada, ela foi bem direta:

- Matias! Seu filho da puta! Sanguinário! Sádico! Insensivel! Eu sabia que você ia me ligar! Milhares de inocentes morreram e aposto que você deve tar feliz da vida! Você deve tar gozando!! Você já deve tar bebado!

Bebado ainda não, mas um vizinho na hora do almoço do trabalho preparava-se para estourar uma bomba na sala. Acontce que essa garota é da paz saca!? Ela é daquelas que ainda acha que a gente pode conseguir a revolução pelos meios condicionais, repudia a violencia e agressividade humana e acha as reencarnações e mil e uma noites da cultura oriental uma beleza. Como eu penso um pouquinho diferente nós sempre fomos chegados a longas discussões, ela com a experiencia de quem viu o sistema socialista ruir pela maldade de um ditador e o sufoco de um embargo economico e eu com a experiencia de quem já rabsicou muro, jogou pedra, falou pra caralho e leu alguma coisa… sei lá… Desta vez ao invés de engajar-nos naquela discussão sem fim repensamos aqueles planos de juntar uma grana e tentar tocar a vida em New York, cidade cosmopolita maravilhosa que tem o azar de estar no país errado, destinada a sofrer o resto da história em paranoia.

Pensando a respeito dos Estados Unidos., onde salvo New York, California e um ou outro estado ou capital trata-se de um vasto território ranchero populado por caipiras devidamente representados em seu congresso cowboy e conservador. Um país interiorano tocando a história da humanidade, mas não por muito tempo.

Sai para tocar o bloco "música do terceiro mundo", do programa LOUD! da Rádio Interferencia da ECO-UFRJ. Após aquecermos no bar do campus, usando garrafas de guaraná para disfarçar o proibido consumo de bebidas alcóolicas no lugar rumamos para o estúdio, onde coloquei "Sidi H'Bibi", hino arábe do Mano Negra, "Hasta Siempre" versão do King Manfrudi pro clássico tributo a Che Guevara de Carlos Puebla e "A Original Dança do Patinho" do Funk Fuckers. Tudo muito temático a apropriado.

De lá parti para o Puebla Café, o mexicano da Cobal, onde permaneci umas quatro horas, testemunhando indas e vindas de vários casais, devorando Tacos, Nachos e Micheladas com a certeza de quem vai se fuder quando a conta chegar. Mas não é que miraculosamente sobrou dinheiro!? E isso sem que eu tivesse tido tempo de participar do ratátá, os remanescentes não entenderam direito e ficaram meio sem jeito. Resolvi tomar uma atitude:

- Vamos deixar pra ela ela foi paciente com a gente, ela merece! É linda! Maravilhosa…

Eu não sei… Geralmente eu sou um cara tímido, mas a dose certa de bebida me deixa dessa maneira, encabulando todas as chicas solteiras, como era o caso da bela garçonete de cabelo afiado e quadril armado. Pena que o limite é muito tênue, um drink a mais e eu tou desnorteado, fazendo um bando de palhaçada.

Na Quarta o apê do rock, tornou-se congresso dos maconheiros do bairro com o atentado em pauta. Enquanto a sala era bombardeada de mato queimado, opiniões anti-imperialistas e afirmações como "Porra! Podiam ter sido as duas torres de Brasília!" ou "caralho! Ouvi dizer que é Carnaval em Cuba", na mesa principal o ilustrador do Cucaracha, Gustavo Goose, preparava os croquis dos personagens de nossa HQ, sob observação do também cucaracha Zé Colméia. Em outro plano, um vizinho mais fanático estudava o mapa do Afaganistão, concluindo que trata-se de um paiseco tosco, desértico e acidentado, quase impossível de invadir. Alguém soltou a pérola - "Tem coisas que só o Oriente Médio faz por você!".

Quinta e Sexta seguriam o fluxo de expansão da mente em frente a TV. Enquanto milhões de idéias fervilhavam, e nenhum músculo era movido para comprir obrigações como a conclusão de uns Freelas e o roteiro da HQ. Dai eu encontro esse meu amigo filipeteiro que me descola uma entrada pra Rave Exxxperience do Ricca Cabral. Vamo lá!

Indo de Pablo Picasso, o trance fica super agradável e você não consegue sair do pequeno espaço que escolheu para loopar a batida. Aquela preciosidade maravilhosa que já foi apaixonada por você tá na area. A inocência de seu rosto e corpo de menina, trajado com meia sete oitavos e sainha é cortada pela maquiagem pesada e a certeza de suas ações. Agora ela cresceu, sobreviveu e seu estilinho é europeu, não vale mais a pena ficar gamada por esse maluco que a esta altura está vendo as cores da realidade separando-se como numa fotolitagem.

Matias Maxx, o freak de calça camuflada que vaga incomunicável pela Rave, pisoteando a lama como um guerrilheiro da FARC na Amazônia Colombiana. Desfilando com a certeza e empenho daquele que de Turbante e Fuzil AK acredita-se capaz de enfrentar qualquer exércit Yanke, nem que seja necessário explodir junto com ele.

Se meu último encontro com Picasso havia sido de total onda errada, desta vez eu não conseguia desligar o fluxo de visões, que apareciam rápido demais para que eu pudesse comprende-las. A realidade é que eu queria um Ecstacy, droga muito mais apropriada para uma situação destas, onde você quer socializar e transar. Mas não tinha e acabei detonando aquele Picasso há muito guardado, mesmo tendo prometido que multidões e sons repetitivos não combinavam com esse tipo de alucinógeno, diferente do Hoffman que me colocou em contato com toda a essência das Raves de trancoso. Talvez o surrealista tivesse algo pra me dizer, mas as condições eram adversas demais a observação.

Voltei estirado no ônibus tal qual uma peça de carne num caminhão frigorifico. Com a certeza de ter disperdicado uma bela oportunidade de reflexão, e a vontade de salvar a noite num Chil Out. Depois de marchar cabaleante junto dos primeiros atletas dominicais e turistas em Ipanema, consegui voltar ao bairro, em direção a casa do amigo filipeteiro que começou com tudo.

Na banca de jornal, comprei o JB e pude me ver na Revista de Domingo, deformado pela grande angular do fotógrafo xará, mas bem emoldurado pela vista da cidade maravilhosa. Pena que o Luciano não usou a maioria das coisas legais que eu tinha falado pra ele, aquelas minhas teorias de que a Internet é nossa, e não desses bundões das corporações. Mas deixa pra lá, aquilo lá é mais um link, e seja lá quem for que acessar só vai curtir se tiver a mesma afinidade revolucionária.

O Chill Out tava cheio de pessoas estropiadas portando incensos e baseados. O único que parecia realmente disposto era o Dee Jay, no mais aquela incomunibilidade latente e um casal de lésbicas em crise existencial. Depressão Freak Show 2001, tudo que precisava!

Chego em casa por volta de uma hora de domingo para surprender-me que a obra no apartamento em frente está em pleno vapor. Desde que se mudou há um par de meses, a gorda dona de casa comanda a série de interruptas e misteriosas obras, horas a fio de segunda a domingo. E que barulho os cretinos fazem, pra combater só com dub muito, muito altoBatizei a coroa ganhou o apelido de "Capitã do Mato" e a misetriosa e interminável obra de "canal do Panamá".

Passei o resto do dia enfraquecido, estirado na cama ouvindo som e tendo sonhos bizarros. Tinha essa mina que era alguém bem familiar, só lembro que era loira e tinha corpo dourado, parecia uma espécie de celebridade, mas na real soava como alguém que eu tivesse pra conhecer. Eu vencia um obstáculo e ela aparecia, dava um beijo e sumia, dando espaço a novos obstáculos, cada um mais bizarro que o outro num Loop que eu não conseguia combater, mesmo sonhando acordado.

Segunda feira não foi muito diferente… Com o diferencial que recebi visitas trazendo beises e cervejinhas que devorei entediado, até que aburrido me dei conta que não tirara os pés do apartamento o dia todo, e mesmo sendo pra lá de uma hora e estar chovendo me enfiei em três camadas de roupa e parti pra casa da matriz, pra maldita, a festa cujo tema é "comece a semana se acabando".

Alguém disse que o apocalipse é um ótima desculpa para tocar uma suruba, de fato a casa estava cheia de gente montada, animada e embebedada. Mas tava estranho, eu não tava conseguindo me sentir a vontade, tentei dançar e bebi. Mas algum desânimo tava tomando conta de mim, e eu não conseguia prender a atenção em algum broder por mais de dez minutos, a gente trocava umas idéias, depois partia seu lado.

Até que eu foquei os olhos nesta menina de dread, olho claro e inúmeras tatoos. Eu não sei quem deu a primeira palavra, mas a irmã dela, uma menina bem nova, me apresentou como "o fotógrafo Alexandre Matias", uma coleguinha de mais ou menos mesma idade completou "ele estudou no Zaccaria! Eu lembro!"

Dai foi aquela complicação pra explicar que eu era o fotógrafo Matias Maxx e ela desculpando-se, dizendo que eu não era quem ela pensava, o fotógrafo Alexandre Matoas. Tentei consertar explicando que eu era o fotógrafo e que o Alexandre Matias era um jornalista de São Paulo. O fato de eu conhecer o tal do outro matias só complicou mais a cabecinha das meninas, que logo dando sopa pra eu trocar algumas idéias com a mina dos dreads, profundamente decepcionada com o rio de janeiro e decidida a partir pro interior da Bahia bem em breve. Manjada fuga da desgraça do mundo, cada vez mais comentada por amigos worldwide, pode ser encarada como coragem ou covardia depende do contexto.

Mas esta mina de Dreads não parecia ser uma pessoa covarde, na real ela tinha bastante atitude e pulso. Mas uma misteriosa ferida, algo extremamente particular que a pertuba, mas ela guarda com segredo, com o poder de disfarçar facilmente a qualquer questionamento.

Puta que pariu! Ser curioso é mesmo uma grande merda!
A Semana virou, como meu broder Emerson Gasperin disse, cada um achou que o atenatdo teve uma influência em sua vida, o leteriro "famous pizza" de um dos videos do atentado parece até sacanagem. Meia caixa já foi, minha garganta sarou e o narguilée virou default denovo, mas não dá pra ouvir Rabanes ou Fermin Muguruza muito alto, eu perdi o aniversário da bunker mas preciso de algo mais. Ouvi dizer que o Marky toca hoje na Bunker, enterra dos ossos de ontem. O segurança é um merda. Mas lá sempre é limpeza. A buker era massa no primeor ano, quando desbancou a Guetto, que era foda, o primeiro e segudna aniversário eu tive, ontem dei mole, hoje tou lá!

"Me falta el Aliento, la culpa y la pasta, la gana de ver-te, en canto y la dor de mis ojos"
Estopa - Me Falta El Aliento

"Bere Bar"
Fermin Muguruza - Bere-Bar

10.9.01

360 Sushi Bar - A Taste of SONIC360.COM
Neste site você vai ouvir o que tá rolando de mais interessante por aí na onda eletrônica em Tijuana, Buenos Aires, Tóquio e até mesmo Londres. O Visual é alucinante mas tem que ter uma conexão violenta, flash e QuickTime e pra alegria geral o site é completamente Mac-friendly. De qualquer maneira também tem uma versão html do site.

O pessoal dese site também é resposável pela "La Leche", festa residente em londres, New York e Los Angeles com o melhor da Latintronica. Tive a feliz oportunidade de conferir uma edição em New York com Live Act do Fussible que foi mágico, e o Dj Zen (o dono da festa) desaparecendo com a linha de geral quando mixou Santana com DnB. Tinha também várias projeções, uma go-go-girl asiática, vários amigos PuertoRiqueños e Venezuelanos com um fumo do Queens, um X fajuto, a Hostess Oli com sua pistola de faíscas e aquela Russinha. Mas isso já é outra história...

Um dia a gente faz aqui no Rio! Ah! Faz sim!

Falando nisso o pepe mogt do Fussible acabou de me mandar um e-mail com um Mp3 da Intro da apresentação deles lá em Ibiza é o que ele chamou de downtempo nortec. Não sei se era pra divulgar mas foda-se, é pra baixar enquanto rola.

Realidade Alterada

Vou logo avisando, quando terminei o texto tava tão de saco cheio que não quis revisar, nem deixar pra fazer isso amanhã, porque perde a graça, e além do mais, não é nada de mais…

Quando não se têm mais patrão o conceito de "feriado" deixa de ter muito sentido, no entanto as transformações no meio (a maioria da população ainda está empregada, ainda!), estradas engarrafam, noites bombas, o centro esvazia e chove. É batata! Sempre em feriadão, principalmente se fez um sol de rachar coco na semana toda.

Neste feriado las ganas eran de viajar… mas venho evitando esse meu impulso atirado para plnejar un poquito mas as coisas. E além do mais eu tinha um deadline estourado para um freela bom, que em condições normais eu conluiría em horas, mas que até agora não tem avançado muito. E isso não é tudo, sempre tem mais. Sempre tem várias pendências. Puta que pariu!

E o que sucedeu foi aquilo né!? Muita fiesta introspecção e intromissão, tudo empulsionado por aquelas concidências, um esbarrão na rua, um telefonema inesperado, ou aparição no ICQ. E tarde e eu tou no micro, setando a máquina para que a conexão a cabo funcione na moral com o HD novo, a campainha toca e são os vizinhos com muita cerveja e muito bagulho.

Uma música capturada no MacTella (software de file sharing pra mac tenebroso) leva a uma página onde baixo mais sons, enquanto sigo uns links até que aparece um banner que me fez lembrar uma coisa que me levou a uma pesquisa no Google. Ai fudeu, você pode perder-se muito fácil, ou cair nuam cilada com muitos loops, banners, popu-ups e caô, caô!

Mas se você focar, você consegue achar coisas maravilhosas, entonces deixando todas a sresposnabilidade e compromissos profissionais de lado, resolvi mergulhar em releituras de coisas antigas, incompletas ou inacabadas e em pesquisas sobre novos temas.

Tem "Pit Boy", completo com 51 páginas, que eu até hoje não sei direito porque deixei de lado e nunca toquei pra frente. Tem "Casa de Praia", incompleto com umas 30 páginas porque eu nunca consegui pensar num final maneiro e finalmente o querido "elevador", curtissímo, de umas doze páginas e que só têm um diálogo super gostsoo num cenário que eu amo, mas que na verdade é completamente sem pé nem cabeça.

Dai eu desenterrei da cuca uma história que eu tinha bolado em 1999 e chegado a rabiscar algumas páginas, mas esquecer. Imprimi a porra toda, e tendo uma reimpretação do tema original dessa história dei um jeito de fechar a história em três partes e um epílogo, e em cada parte usar bastante coisa dos outros três roteiros. Dessa maneira dá pra amarrar todas aquelas idéias muito legais com uma história completamente atualizada e sintonizada.

Não quero falar muito, porque na real eu avancei muito poucas páginas, apesar de ter rabiscado na cuca e no micro o que que vai rolar, mas uma vez que eu tenho o hábito de largar as coisas assim… Vai ser basicamente a história de um carioca que depois de perder o emprego numa dotcom resolveu virar artista, só se fudeu, mas foi levando até que na vespera do carnaval rola uma proposta muito tentadora, mas é for a do rio…

Sei lá, pode parecer babaca pra caralho! Mas eu tou empolgado e escrevendo, acho que nesse ambiente dá pra explorar bastante coisa, detonar o corporativismo sob uma visão das bases que de todas aqueles clichês de exploração ao trabalhador pregado pelos sindicalistas clássicos só não tem de suportar o calor das caldeiras, o resto é tudo igual. E øbvio tudo isso contado com aqueles elementos mágicos, sexo, drogas, violência e música. Ah! E uma porrada de situação escrota pra caralho que eu presenciei, participei ou ouvi falar mas coloquei assim mesmo só mudando os nomes e aumentando. O nome da parada: djangobroder. Lógico!

Puta que pariu! Acho que eu tou falando demais. Eu devo tar carente! É isso! Acontece, às 3:23 da manhã de segunda feira fumacenta com a rádio fora do ar. Ah sim! Ando escutando a Batanga (http://www.batanga.com/) excelente site com várias rádios em Real Audio Streaming focadas nas diversas vertentes de música latina. As minhas favoritas são "Rap,Hip-Hop,Reggae", "Alternative Rock" e "Top 40", a rádio "Dance/Techno" as vezes manda uns lances pdoerosos do Coletivo Nortec ou do Titan, mas vacila pra caralho com umas farofadas sinistras. Ah! E tem Salsa, merengue, Mariachi, Norteño, Tango, Pop, Classic Rock… O Site é bem naquele estilinho portal-projetado, todo eficiente, com conteúdo, promoções e é claro "one-click shopping". Uó! Tou escutando há umas três semanas, tudo bem que depois do terceiro dia você começa a se ligar que "Baby Rasta", "Vico C", "Orishas", "Los Pericos", "Los Rabanes" e "Julieta Venegas" tocam o tempo todo. Mas tudo bem é bom pra caralho mesmo assim.

Hoje mesmo fiz uma pesquisa na Internerd parte focada num quadrinho que eu tou agitando em passos de tartaruga junto com o compadre Goose, digo parte por que qualquer pesquisa na Internet dá numa porrada de links e já sabe... Descobri coisas bem interessantes:

- Quino - http://www.quino.com.ar/
Página oficial do grande mestre do cartum argentino Quino, criador da contestadora mafalda.

- THCi The Honest Cannabis Information - http://www.thc.nl/
Site holandês que avalia a maconha e haxixe do mercado holandês. Fotos deliciosas de tabletes de haxixe de toda qualidade e pertubadores camarões de todo tipo de Skunk, do Northern Lights ao White Widow (ai que saudades!)

- Nortec - http://www.nor-tec.org
O novo som de tijuana é um híbrido do popular norteño (o som ranchero deles) com a eletrônica, tudo meio lo-fi, meio fuleiro… Neste site muchas informações e alguns Mp3z e RAs pra animar a fiesta.

- NaCo - www.chidochido.com
É a grife de um Loki de Tijuana que eu conheci em New York, pra que não sabe naco é o nome dado no méxico ao fuleiro, fudido, mulambo whatever mexicano.

- Índios da América do Sul - http://orbita.starmedia.com/~i.n.d.i.o.s/ias/ias.htm
Curso de um professor da UnB, cheio de bibliografias e pá…

- Secão de Fotos do Amerika Perdida Zine - http://orbita.starmedia.com/~amerikap/fotos.htm
Várias fotos de vários cantos da América Latina. Parte do Amerika Peridida Zine, de uma companheira Argentina.

E tem muito mais de onde veio tudo isso, além de vários Mp3s e Videos recheando o novo HD de 40 Gigas. Tudo culpa de uma tosse desgraçada que me fudeu nestes dias, fazendo-me aposentar o Narguilée e fazer o vizinho se sentir numa clinica de tuberculosos. Puta que pariu, amanhã preciso me lembrar de comprar mel com própolis. E se não der certo eu tento a Ayahusca, porque "Antibiótico e Anti-Inflamatório" amigo, nunca mais! nunca mais!!!

6.9.01

BOLUDO

Estes dias tive dormindo malzão, suando as bicas, longe voluntariamente de mãe e circunstancialmente das chicas maravillosas que eu amo. Acordando muito tarde e muito puto com o relógio, num cenário maravilhoso montado num fundo falso.

Quando a light disse que o consumo do mês de julho, quando eu estava no exterior, longe do apê do rock, foi maior que o de junho, quando eu permaneci tocando aquelas festinhas com som e micro ligado eu decidi que ia torcer pra Argentina neste jogo. Tava muito puto com o "flow" de tudo, e cada vez mais estressado e paranoico quanto a esse papo de racionamento. Decidi que a Argentina deveri esculachar, e o bRasil ficar fora da copa, de maneira que o mês de julho de 2002 seja ocupado por churrascos, guerras civis ou campeonatos de pelada. Ah! A copa é no Japão, são doze horas de diferença mermo…

Imagina algum oriental ganha essa copa, sei lá esses japoneses tão estudando esse sesporte já tem um tempinho, ningu´m sabe od que os caras são capazes agora jogando em casa. Se não tiver ninguém da sudamerica valendo a pena no campeonato, é certo que o titúlo é merecido pra algum africano, aquele continente perdido, onde o futebol ainda é selvagem, e se não fosse pela música, não era salv nem pelo Tarzan.

Daí quando a Argentina, aquela pátria de meu pai que sempre me agradou pelos seus grafites e ações diretas, cagou no pau geral, deijando a dolarização surtir seu efeito final, cagando a economia e disparando o desemprego geral desejei que o jog terminasse num deprimente zero a zero mesmo. Sei lá, dizem que esses momentos inspiram… tipo assim…

Tava no "Rouba mais", apelido do mercadinho cross the street, suprindo-me de cervas e otras laricas quando alguém ligou perguntando onde ia assistir o jogo. Logo a geladeira tava abarrotada das brejinhas e a sala repleta de tetosterona que apesar de toda pose foi incapaz de remover o enfeite que eu tinha feito obre a TV, com as camisas das seleções Argentina e Brasileira.

"Foi Gol Contra!" Disse Arnaldo Cézar Coelho Indignado na sequela daquele primeiro pseudo-gol da argentina, e eu fiquei feliz, pois assim o Brasil ganharia os pontos e tal, mas a manchete seria humilhante de qualquer maneira. Mas mesmo com todas as cervejas, bongadas e beques seguintes o final do jogo foi bizarro, dando num empate, uma virada (de gol contra) e o placar fechando em 2x1. Enquanto o pueblo decidia esquecer na base da verdinha, preparei um penne tricolore a napolitana e talz…

Eu vivo dizendo que meu neto vai achar que eu sou o maior KOzeiro quando lhe contar as histórias daqueles verões praianos na bahia, no rio, em manaus, na flórida, no caribe e por aí… E na sequencia do jogo, no jornal nacional anunciaram que a bancada conservadora do congresso, mesmo mediante uma fudida oposição e uma e outra manifestação aprovou uma lei completamente anti-ambientalista e pró-ruralista. A area amazônica permitida para a devastação passou de 50% pra 80%.

Em 1992, a cidade maravilhosa sediou a conferencia pelo meio ambiante A recém inaugurada linha vermelha sustentou tanques apontados pras favelas e o aterro do flamengo foi transformado no maravilhoso "forum global". O pessoal da minha escola (eu tinha doze anos e tava na sexta série então) participou dum daqueles "desfiles ecológicos", me lembro que cada um tinha de bordar uma bandeira na aula de educação artistíca pra carrear no ato. Geral fez coisas manjadas anti desmatamento, lixo nuclear (luta ecológica importada da europa), queimada e caça predatória. Eu fiz um passarinho escapando da gaiola. Ainda devo ter esse estarndarte em algum lugar, sei lá… Sei lá, sempre teve aquele papo do pessoal pegar os animais selvagens e escravizar, e eles se fodiam e tal… Mas o básico era aquele strugglle pela liberdade, ¿cierto?

Daí eu passiei pelo forum global com muchas outras crianças carregando estandartes e interagindo com atores homossexuais e fotógrafos mau-humorados. Me lembro que um gringo hippie e nudista apareceu na cena com uma camêra de video e levou um sacode do inspetor do colégio, bancando o segurança da situação.

Enquanto isso o Mano Negra se apresentava na lapa, do lado do Jello Biafra pra uma multidão de Lokis que certamente tiveram suas almas tocadas…

Os fudidos zenófobos lamentam a derrota brasileiram condendando os boludos e promovendo as riquezas naturais do brasil. E o telejornal me diz que essa lei devastamentista é sinônimo de progresso e combate a crise. Em que século estamos!? A chapa esquenta bem além do nervo colonial, exploratório e mineral. A putaria está na hipocrisia que dispara o colapso social e na inunidade que alimenta o sistema mafioso.

Pra eles é assim:
Tape o buraco o sudamericano requesting o FMI. Esqueça os martires e a massa culturada manifestada, alimente o entreguismo e aceite a ALCA.

Lamentavelmente este é o nosso terceiro mundo… Resistir é inútil, solução certa é sintonia… Sintonia… Sintonia…

Outro dia apareceu um bonde aqui em casa pra fumar. Era sexta feira e eu acabei deixando de ir na Febre, altos papos, sacodes e exibição do vídeo da EcoSystem1.0 para o Pueblo. Uma chica era atriz e pareceu interessada em me ajudar nuns projetos de DV que eu tou tendo. Tinha também uma chica que eu tinha clicado no meu único ensaio de moda, e que apresentou-se disposta a fechar os meus locks. Tinha um cara com os locks feitos por ela que ficou de cara com o som que eu coloquei (Sargent Garcia, P-18, Orishas, Rabanes, Manu Chao) e disse feliz da vida que tinah descolado um cd do mano negar, "a banda do manu chao".

Eu, naturalmente, e sem maldade alguma retruquei: "sei! Tenho todos os CDs…"

Tipo assim, o cara não sabia que eu era fã e tal, e ficou sem gração… Fiquei mó sem graça, até que o cara abriu sua bolsa e ofereceu um CD pro Mamata (que então tava comandando a discotecagem)…

Assim que os primeiros acordes soararam o loki me abordou:

- Conhece Belle And Sebastian!?
- Porra! Acho super caído!!!

E não era esse o som que o filho da puta tinha acabado de pedir pra por!?

Acabei tendo de apresentar o Orishas pro cara.

- Ouvi dizer que esses negões tão por aqui no Free Jazz.

Ah! O Clipe de 537 Cuba é lindo…
Outro dia me perguntaram:

- Porque todo esse amor por la Isla, você teve lá!?
- Não, mas casi…

Ivy Queen Rulez!

It happens! São quase medianoche, o DnB me chama!
Besos!

4.9.01

A\/\/AY


Si yo se, estuve sumido. Mas é que a vida recuperou aquele ritmo de freaky freelancer da selva de pedra carioca, uma caliente festa ali, discussões interessantes, viagens a estado de realidade alterada e etc. Ontem o Luciano Viana e o fotógrafo Max (outro! outro!) vieram fazer uns clicks pra uma matéria pra revista de Domingo. Foi bem divertido, pena que eles não gostaram do meus dreads nem do meu Bong, mas tudo bem, sairam de casa me prometendo muitas muchachas. Ha! Pelo menos isso!

Ele disse pra editora que eu fazia um Blog que era exclusivamente pra viagens, eu disse pra ele que eu sou um zineiro que descobriu que os blogs são mais populares que os zines e pra isso conta suas trips via Blog. Vamos ver o que o broder vai colocar, hehehehe...

De qualquer maneira ainda tenho que contar a história do Fiesta Cucaracha e uns outros acontecimentos tão revoltantes quanto apaixonantes. Nomais o ritmo abudante e irregular de sempre.

Tenho de ir! Mas antes uma mensagem pra quem tá de plantão!!! Estou rumando pra Rádio Interferência, onde vou ser convidado especial de um programa que o o Zé Felipe (da Maldita) e o Aúreo (da LOUD!) tão armando lá. Se você mora nas proximidades da ECO (Escola de Comunicação da UFRJ, campus da praia vermelha) tenta sintonizar, FM91,5, aqui em Botafogo tá pegando uma beleza. É isso, ótima oportunidade para disfrurtar de som de primeirissíma em plena FM. O programa rola as terças a partir das 20:00

ValeuZZZ _\|/_ _\|/_ _\|/_

26.8.01

Jah  Blog

"El uso de Violencia llama a la venganza,
La sangre llama a la sangre,
el orgullo a la muerte,
yo no soy policía, yo no soy militar,
y a otro hombre yo no quiero nunca matar"
(Amor pa'mi - Sargent Garcia)


De tempos em tempos a gente sempre é visitado por algum sujeito com fumo excelente, peças carinhosamente cromadas, historietas mil e aquela má intenção típica dos perdidos e iludidos. Confesso que deixei de aceitar ótimos negócios unicamente por motivos pessoais e não por humanidade, porque muitas vezes eu chego a ter a certeza momentanea de que algumas pessoas merecem uma bala na cara. Esses pseudo-malandros atuam bem enquanto dura seu prazo de validade, mas terminam mal, sempre terminam mal. E a cada queda, maior a clareza e a certeza de que vivemos na sociedade errada.

A madrugada de sábado foi bem estranha, Eleninha, preciosa amiga recém chegada de Ibiza me descolou um convite para o Axe Night, evento de música eletrônica realizado no terraço do Forte de Copacabana, com uma estrutura fudida, DJs Conhecidos e área vip com First Ice (uma bebida pseudoalcoolica) na faixa e vários babacas nos spot lights.

"Quem são esses merdas!?"
"Ah! Algum Global! Sei lé"
"Ah tá!"

Ontem, no terraço da LOUD! eu comentei com o Calbuque que hoje em dia, graças ao aquecimento global não chove mais no rio de janeiro, e agora podemos dançar tranquilamente ao ar livre até o amanhcer. Isso, esquecendo como era lindo quando chovia em Trancoso e a galera ficava debaixo da copa das arvores (super seguro), sendo borrifado pela agua que atravessava a folhagem e aterrisava nos nossos corpos tatuados que nem cristais multicoloridos.

O Balaco no clube militar tava correndo bemzão, dançavamos e conversavamos muito, tava bem quente e o céu prometia presentear-nos com um pôr do sol lindo, mas derepente, do nada, no meio do set do Ricca Amaral cortaram o som, acenderam a luz e os seguranças expulsaram todo mundo. Parece que algum sargento de pijama não gostou do barulho no forte e mandou cortar a festa. Lamentável!

A multidão esvaziava o clube que nem num exôdo, e nosso grupo, Eleninha, sua irmã, o Barcinsky e uma outra mina coberta de glitter que emanava alto astral em todas as direções acabou rumando pra Bunker, que fica a poucos passos de lá. Antigamente eu ia na Bunker de Quarta a Domingo, mas o pico acabou gastando e hoje em dia o legal é pintar lá esporadicamente, entrando quando a atração vale muito a pena (como o Marky no verão) e ficando a maioria do tempo do lado de for a, onde rola a ação. Visto isso a Bunker resolveu assumiu que a maioria das pessoas legais que frequentam o pico (aqueles doidões todos que dão fama ao lugar) não gostam mesmo de pagar entrada, nem pagar os preços extorsivos da bebida lá dentro e para resolver o problema abriu um boteco, do lado da porta, servindo cerveja ao mesmo preço do concorrente português, além de outros drinks mais exóticos. Os doidões, por consideração, bebem lá.

Na quarta feira vespera de meu aniversário fui na Bunker e na porta conheci duas meninas muito bacanas, uma dela era baixinha e gordinha, usava gravata e falava muito, a outra era bem branca, usava maquiagem borrada, vestidinho preto e não falava muito, as duas tinham tomado alguma bola e apresentaram um fino.

- Eu não sei se vou conseguir entrar, não trouxe minha carteira!
- E quantos anos você têm!?
- Quinze!
- Fala sério!! Então é por isso que eu não te vejo muito aqui…

Péssimo hein Matias Maxx? Pior foi quando perguntei porque a amiga dela andava tão quieta e ela respondeu algo como "é que ela é meio assim porque é heterossexual", ah tá! Claro!!! Heterossexualismo enrustido! Um grande mal dessa juventude do novo século. A glamourização do homossexualismo já foi pauta de debates com amigos meus engajados, e mesmo indo contra a modismos passageiros eu acho que esse orgulho gay que vem a tona com trilha de música eletrônica ajuda bastante a nos tornar-nos gente menos machista e preconceituosa, agora se aquela menina vai continuar lésbica aos vinte anos, ou se aquela outra mina vai resolver seu impasse só o tempo vai dizer.

Mais tarde fui tentar dar uma animada na chica, mas daí descobri que tratava-se de fã de Marilyn Manson. Ah tá!

Na madrugada de sábado, não tive a mesma sorte, logo na entrada da bunker, o segurança mané achou uma ponta esquecida no meu bolso e começou aquela palhaçada, abrir os bolsos e tudo mais. Quando o cara pediu pra eu abrir o desodorante Axe (que eu tinha ganhado no Axe Night e carregava no bolso) protestei, achando isso rídiculo afinal o desodorante tava lacrado, o cara se emputeceu e aos empurrões me expulsou da da boate. Filho da puta! Que vontade de enfiar um dedo na cara desse cretino, dizer "tá fudido!" e topar o negócio do primeiro amigo pseudomalandro (daqueles!) que aparecer pela frente. Eu fico puto, a gente já tá em dois mil e um e ainda tem gente que acha que pode te intimidar com físico de orangotango! Mais que físico, o que assusta é a mentalidade de orangotango, capaz de realizar várias cagadas sem dar ouvidos a diálogo algum, contra o físico de orangotango o mundo já apresenta várias opções a alcance de qualquer um. Eu disse ao alcance de qualquer um.

Mas fiquei relax, não gosto de deixar essas merdas tomarem conta da minha cabeça, por isso acenei pras meninas que tavam do lado de dentro vendo tudo e protestando, e eram meninas muito, muito bonitas, o que deve ter deixado o merdão do segurança mais puto ainda. Não! Para tudo! Um cara que ganha dinheiro apalpando os outros e tocando marra não merece mais que dois paragrafos.

Já eram umas quatro horas, acenei pras meninas e calculei que elas não iam ficar por lá mais de uma hora, por isso sai e encontrei a companhia de Gabriel Thomaz, e começamos a nos empapuçar. Conversávamos sobre o show na LOUD! de sábado e outras doideiras quando o circo montou-se outra vez: um playboy, de camiseta camuflada, coturno e muita marra estava discutindo com o chefe de segurança da Bunker, um carinha super posudo que só dirige a palavra pra mulheres e que tava encarando o cara, quieto e controlado. Depois de uns dez minutos de trocas de ameaças o playboy resolveu agir atacando o segurança com algum golpe patético, facilmente esquivado e revidado por um único soco que deixou o cara estirado no chão que nem uma pilha de pecinhas de lego desmontadas por mais uns dez minutos, quando os próprios seguranças o tiraram de lá e arremessaram num taxi. A cara do filha da puta tava coberta de sangue, bem que a briga podia ter rolado mais e o saldo sido dividido, mas não é sempre que dá pra gente se divertir. Já era dia a bastante tempo.

Uma hora mais tarde, mais ou menos, na altura da Prado Junior, todos se levantaram do ônibus para observar uma confusão que rolava na rua, um coroa com cara e mãos cobertas de sangue esmurrava um carro que tentava fugir meio que atropelando todo mundo. Ninguém entendeu nada. Fica na cuca de todos a certeza de que uma noite muito interessante pode ser cortada por uma sucessão de desgraças, e as vezes você perde muito mais do que a night. Uma série de frases na chapação do fim de noite, pode queimar seu filme com aquela garota tão simpática que apresentou-se agora pouco. Mas jah lê Blog e resolveu me dar mais uma chance, da maneira mais complicada possível, claro, ay! Ay! Ay! Jules Rimet na área, ao resgate antes que fundam!

Outro dia eu conto o que rolou na Fiesta Cucaracha…

22.8.01

SILICON SERENATA


"Pero despues te fuistes a otro país vivir,
y yo no sabía ni onde escribir,

yo quiero amor pa'mí, Todo lo que yo quiero
es amor pa'mí, Por que amor pa'tí
Todo lo que yo tengo, es amor pa'tí

libre de cora, libre de cora, libre de corazón,
Yo me voy por la vida mamá, libre de corazón,

No me meto con nadie, yo voy libre de corazón,
El sargento vive pregonando, libre de corazón,"
(Amor pa'mi - Sargent Garcia)

Pouco antes de viajar, depois que desmontei minha humilde exposição na premiere do "Febre de Funk" arrastei um bonde pro apê do rock pra uma fiesta que só acabou antes do amanhecer porque o segurança do prédio apareceu pra reclamar (é que no andra de baixo rola um casal de fachada, onde o coroa dorme na sala, a coroa ocupa toda a cama, a cozinha tá sempre nebulosa por causa da porra das quentinhas e o cachorro perturba e caga tudo). A essa altura uma mina que matava uma garaffa de Orloff manifestou que terça feira já era seu aniversário e que podiamos ir colher a chepa da maldita para comemorare continuar no roque. Os poucos corpos extendidos pelo chão manifetsram silêncio absoluto, podia rolar uma trilha do Doors ou do Iggy Pop. Escolhe o filme.

Pro meu aniversário planejo algo mais light. Começando cedo, a partior das nove vou arrastar vários móveis e transformar a sala do aparelho CPC em sala de vídeo, onde pretendo exibir os brutos das filmagens que eu fiz em Manaus, na EcoSystem 1.0 e num rolé pelo mato. Vou pendurar umas fotos na parede pra ter histórias pra contar e é claro não vai faltar cerveja e alucinógenos. Entonces, considere-se "envitado". E que fique clro que não aceito desculpas, entonces caso você tenha perdido o endereço, ou realmente não faça idéia das cordenadas e-mail-me (matias@cucaracha.com.br) ou liga mermo... 9976-8997

Nos Vemos!

21.8.01

SIDESHOW BOB


O filme "Bonitinha mais ordinária" baseado num conto de Nelson Rodrigues é um grande clássico do que convencionou-se chamar de "Pornochanchada Nacional". Além de grandes diálogos coroados com pérolas como "Eu Pago a Costura!" e "Eu posso ser um ex-continuo mas você é um filho da puta" o filme tem outros grandes momentos menos lembrados como a cena em que José Wilker aparece pagando peito peludo coberto de espuma em frente a um balde d'agua na área de serviço exclamando algo como - Onde já se viu um país onde o sujeito têm de tomar banho de balde!!! É o Brasil!!! É o Brasil!!! - Um claro protesto a ineficiência dos serviços prestados a população.

De volta de uma viagem à Sampa eu muito gostaria de relatar os felizes momentos no apê do Tomate, onde acompanhado de toda a família (Nêga, Pepê e Virginia) faziamos a cabeça comentando uma série de sons que a gente curte não porque ninguém conhece (porque o mundo seria muito melhor se todos conhecessem) e sim porque são bons e cabeçudissímos. Sons de quem se alimenta de canabióides.

No entanto os primeiros minutos de volta a casa me revoltaram o suficiente para esquecer tudo. Resulta que fui examinar a minha conta de eletrecidade para constatar que pela segunda vez passei a minha cota de eletrecidade e minha uz pode ser cortada em 48 horas. Não que eu acredite que isso ocorrerá, uma vez que a própria Light manifestou-se incapaz de cortar a luz de todas as centenas de milhares de domicílios que extrapolaram a cota, a revolta manifesta-se em dois fatores. Primeiramente a cota imposta para meu domícilio é a de ridículos 97MW. É que o calcúlo foi baseado a partir do consumo dos meses de Maio, Junho e Julho do ano passado, sendo que eu me mudei para o apê do Rock em Julho, antes disso tratava-se de um apê vazio onde o único consumidor de energia eram as lâmpadas nunca ligadas. Assim que minha mãe recebeu a conta (eu estava viajando na ocasião) ela foi pedir revisão da meta, e obteve a rídicula resposta de que essa revisão só é concebida aqueles que tem recém nascidos ou pessoas enfermas em casa. Para piorar a situação a conta do mês de Julho veio de 160MW, e a de Junho 100MW, sendo que eu passei 27 dos 31 dias de Julho no exterior deixando apenas a geladeira ligada, a mesma que ficou ligada em Junho, junto do computador, luzes, som e uma porrada de outros consumidores elétricos.

Filhos da puta! Ladrões do caralho!Mas foda-se, declarei torcida pra argentina e fui pra lapa num dia e pra LOUD! no outro, dessa vez com a camiseta do maradona sob uma camisa com folhas da maldita. A Anita tava lá e gostou, uma desgraçada do passado fugiu mas o quartinho guiou o corpo tramquilamente ao som do debê, ahn o reggae da lapa é lindo, porra como é que eu dou mole e não pinto mais por aqui? Puta que prariu, a LOUD! é linda e fica foda na lua cheia, mas o que que foi aquela Rave!? Aquilo foi coisa de louco! Porra, vai demorar pra acontecer algo tão maneira denovo, talvez só ano que vem na próxima rave. Dei mole, deveria ter caído mais tempo em Manaus, encarado aquele hidroavião e ido parar num finzinho de mundo, ver rituais indigenas e beber a ahayscua. Tinha a fita, rabiscada em caderno que nem mapa de indiana jones, um guia suspeito mas nenhum outro loki na disposição de encarar. Tinha também aquela loucura de ir na estrada pr avenezuel, indios e guerrilheiros no caminho. Mas sei lá, tou guardando folego pra fazer uma expedição maneira pela américa latrina no verão e se tudo de errado, correr, correr. Socorro! Estamos na beira do absimo, daqui pra frente é só queda, acerta o planador, o parapente ou para quedas o importante não é a queda é a aterrisagem. Peligroso está el bairro.

Podia ter sido diferente, tudo, tudo se me metesse num esquema de documentos frios e um tempinho trampando em produção e cavando uns freelas unha de fomes dava pra ter me esticado lá no norte caindo de favor, pelo menos até o fim do verão…. Sabe lá, talvez ano que vêm, mas só se tudo der errado. De aniversário vou montar um laboratório, e daí viajar em aproveitar o máximo de meus negativos e fazer uma exposição de foder!!! Tomara que ano que vem a EcoSyetsm seja em Setembro e dê pra colar o endless summer numa boa, se bem que o rio tá calientito, eu é que tou meio fudido da garganta por causa de sampa, mas o degelo ta aí, afundando new york, amsterdã e calamizando o tercieor mundo, que nem no A.I. do Spielberg (ah, o nome do kubrick aparece uma vez só!).

O Wado me acordou hoje reativando o projeto do clipe de "Uma Raiz, uma flor" e convidando para uma babilônia no fim do mês que vem. O Gustavo Caldas ligou querendo reler um roteiro inacabado que eu rabisquei em 1999 pra mostrar pra umas pessoas, mas eu acaei de perceber que ele tá bem caído e precisando de um finl breve. Porra! E tem o lance do Calbuque! Tudo seria ótimamente resolvido numa virada de noite se não fosse uma roubada em que eu me meti.

Vendi minha alma! Precisava de grana pra tampar buracos das trips e reunir capital para próximas, daí topei um freela pra minha antiga dotcom! Pelas próximas duas semanas estarei escravizado de volta a minha exempresa para montar uma pá de páginas num prazo absurdo. Heheheheheh preparem-se para me ver muito mal humorado por um tempo…

Parece que o o Cucaracha Zine apareceu no Piores Clipes do mundo, será que o Filé Mignon curtiu as cucarachas rebeldes da abertura, aliás outro dia uma chica me enviou uma receita de Dulces Cucarachas que ainda não provei mas ela garanta ser deliciosas. Em manaus conehci o loki que mostrou o cucaracha na TV Cultura, parece que no Vitrine e no Metropolis. Massa, pena que eu perdi todas essas aparaições, afinal sou totalmente desligado da TV… Trampando e cheio de sonhos então que fica fueda!

Mas não se preucupem, eu e o tomate também temos um projeto de zine. E porra! Eu prometi a mim mesmo concluir o Cucaracha Zine impresso até Outubro, quando cumpre um ano da edição cinco. Alias o P@RaToDoS fez cinco anos semana passada e eu faço vinte e um quinat feira. Eu ainda não sei onde vai ser, mas porra!!! Apresente-se convidado pra festinha, festinha… hehehehehehehe…Alias complicou, em 1999 teve Autoramas, Los Djangos e Acabou La Tequila, e um beck gigante. 2000 teve estréia de André Nervoso e B.Negão solo, responsa, pena que choveu pra caralho! Este ano tem que armar alguma coisa, hmmmm… promete! Porra perdi o bloquinho e gente que valia a pena sumiu no equador. Ahn! Que Pasó!? Que pasó!? O mundo enlouquece, mas tá cada vez menor…

Como que deixam essa globalização da miséria e da burrice se espalhar!? Como que castigam e reprimem em nome da hipocrisia? Como que tem a maldade de roubar fundos para desenvolvimento para alimenatar casas flutuantes em Miami que só seus filhos vão curtir até um dia desmoronarem. Como que roubam minha luz, como é que me repassam os juros que todos esses filhos da puta causaram e sairam ilesos, como é que roubam e continuam inpunes e nas manchetes. Porra porque o Lalau pode!? E por que meu amigo preso comuma quantidade de maryjuana, que a OMS julga menso problematica que o alcool e o cigarro e a The Economist mais beneficiente se legalizada, encontra-se preso que nem animal há sete meses, aguardando julgamento e tratado de louco!??? A legalização é o caminho dos civilizados pela paz, repressão e tudo mais é papo de ARBUSTO. É o Brasil!! É o Brasil… Gol da Argentina!!!

10.8.01

¿¡quantos singnificados pra django!?



da pedra de selva até a terra da selva, será copcabana capital do mundo!? NY is the place to be, antes que afunde, porque tudo isto aqui vai babar, vai acabar, afundar! Muito moleque não vai saber o que é praia quando botas pisarem e sangrarem o pulmão. Quem governa e proibe só merece repúdio, mas ir vai atrás do proibido não tem nada a ver com glamour...

Almoçando comida de microndas ligo na MTV para ter a sorte de conferir a estréia de "Ninguém domina a América" (ou algo parecido) do Rappa com o Sepultura. O som é maneirissímo, é o Rappa né!? Revezando o Dub com um peso responsa, o vocal loko e engajado do Falcão cortado por rugidos do Derick, produção do Tom Capone e do Yuka, sempre presente nas rabiscadas cenas de estúdio. Mensagens sobre o MST e satélites são ilustradas por imagens de crianças brincando e do presidente Bush e suas macacadas. Tocante pra caralho, preciso ver mais pra me ligar na música. Parece que eles tocam na premiação da MTV. Hmmmm...

Sim, de volta a casa, revisão de metas e leseira. Revelei algumas fotos, revi alguns videos e putz! garanto que queria dar uma assentada e arrumar tudo isso. Mas é foda já acertei uma passagem em sampa é dia dos pais e eu sempre o passo com meu avô, e uma passsagem em sampa leva dias, sempre se tem alguma coisa pra correr atrás por lá. Ah! mas o que eu queria mesm era ficar uma semana aqui quieto editando meu material, sem nada pra me atrapalhar ou distrair... Mas já tenho propostas pra fazer uns trabalhos puxados e pentelhos por um par de semanas por um preço bacana... Ai, ai, ai que medo de cair em roubadas...

Ontem fui no Free Jazz Project conferir BerimBrown e a Nação Zumbi, mal peguei minha credencial topei com um alegre Athayde, que me comprimentou dizendo que o disco da Hip Hop Rio já tá no forno, abriu a carteira e me pagou. Fiquei tão surpreso que até esqueci de pedir as fotos que tão com ele de volta. Bacana, não contava com essa grana assim, derepente, muito menos ontem, que tinha saido de casa com três reais porque a porra dos caixas eletrônicos tão desligados pelo apagão e muito puto e triste pro ter perdido o bloco de notas com todos os e-mails, telefones e contatos que vinha coletando desde New York... Além dos Brainstorms para minha série de quadrinhos que vai fazer uito sucesso no futuro (heheheh).

- Não é muita grana! é simbólico.
- ok! Quando vier o disco de ouro rola uma intéra...

Sempre disse que o mundo está a dois telefonemas de casa. Daí fui pertubando pessoas no ICQ, telefonando, passando e-mails e devagar reconstituindo uma pequena agendinha e ficando mais por dentro da cena. Miami está mais perto! um telefonema da embratel em avisa que agora eu só vou precisar pagar 6 centavos por minuto em ligações internacionais. Outro telefonema me diz que Ibiza ganhou definitivamente uma preciosidade extra. ..

Os últimos dias em Manaus foram estranhos, passei a segunda feira toda dormindo e Cheking-Out, na terça me mudei para um outro hotel no bizarro centro de Manaus, um lugar onde num determinao ponto da noite a cidade se esvazia num piscar de olhos e só restam os traficantes de pó e merla e as prostitutas, e bagulho que é bom nada. Muitos Hustlers, aqueles caras que avistam gringo a distância e que podem servir de avião, engraxate ou pentelho. A cidade é estranha, as favelas são de palafitas e o sol queima duro, é claro que isso era o centro, tem também lugares como a Ponta Preta, a Barra deles, com calçadão e tudo...

Almoçar peixe de rio num resturante flutuante, conferir os jacarés dando rolés sobre as vitórias régia e penetrar Igapós e Igarapés. A selva é outra história, junto com os canadenses armamos um rolé pelo rio numa embarcação que parecia uma canoa motorizada junto com um guia Guiano com dente de ouro e um piloteiro caboclo. Vicent gravava o barulho dos animais (ao anoitecer bizarro, bizarro milhões de sapos, aves, macacos e peixes emitindo ondas sonoras para a superficie), Pierre gravava com a camera pontente alugada com fundos de entidades Quebequianas e eu clicava e gravav com a TRV900 que muambei de NY.

"Já vim lá da Guiania até Manaus pedalando. 1100 km."

Os botos eram infilmaveis, a genet só via aquela carne rosa subindo e descendo levantando bastante espuma, numa parte do rolé gravei umas mensagens ecológicas. Assim que descolar a manha eu coloco aqui no site. Gravei bastante coisa, podia ter pego mais entrevistas, como naquele dia em que negões do UK, da Jamaica, de New York e Matias Maxx (vermelho) debateram sobre miséria, governos filhos da puta e muchachas, claro.

O Rio pulsa numa vibração estonmetante quando o sol está para se por, a água do rio negro é mais quente que a do Rio solimões, uma pena que não acordei para aquele passeio de avião. Da próxima vez quero encara um rolé numa daquelas reservas distantes, saca!? Alguns dias de barco ou uma graninha de avião (daqueles que pousam na agua) e varião opcões de macadas e aguas ótimas descritas com muita empolgação por uma Paranaense no aeroporto, consolando a longa espera do pessoal do tropical pra me buscar.

Porra! Perdi meu bloquinho!

Hora de ir conferir um showzinho... espero que meu instintos cariocas não me traiam e o show seja habitalmente despontual. Besitos! :*