29.10.01

algumacoisaemcomum

Em 1986, "Puma" uma banda de hip-hop formada por ex-black panthers realiza em Havana um show para panteras refugiados e o próprio Comandante Fidel. De música del enemi'o o movimento revezou popularidade com ilegalidade até firmar-se finalmente no final da década de 90, com grafite de rolinho e vinis vindos desde Miami. Sábado passado a cidade maravilhosa, pulou, gritou e rebolou quando os Orishas representaram (representaram?) o hip hop cubano.

Charutos confiscados, Rum servido na boquinha, farofada, suingue e scratches; direito de imagem socializado e camarim legalizado. Depois da passagem de som, a aula de rap cubano pelos super dispostos e simpáticos Roldan e Ruzzo, hmmm… agora que tengo que ir pra la isla, Mamá Mamá quiero ir a 'uba! Vinte minutos de material e uma hora de show… Hmmm… Bonito… Bonito… Cucaracha VideoZine vai ficar bonito…

A Parte 1 já tá pronta e leva o título de "O Indie", com os shows da primeira noite mais vários depoimentos. A parte 2 ainda não tem nome, mas tem alguns depoimentos e parte do show do Roni Size, Aphex Twin, Fatboy Slim e uma porrada de outros caras lá do Cream que ainda temos de identificar. A parte 3 vai ser pro Orishas. E só, porque ainda tinha que achar tempo pra sequestrar cervas do camarim, entrar-e-sair, dar rolé, dar beijinho, zoar, dançar, gozar!

22.10.01

LetsSingIt.com - Los Rabanes - No Hay Manera

Mientras el mondo explota bajo el tropico hace sol y todo pasa maravillosamente bien. Que Pasó!? Que Pasó!? Muchas ideas, orgias y dudas, pero como siempre feliz y adelante. La passíon naca de Titan y el desespero de los Rabanes. No hay manera!

21.10.01

tipo assim...

foi uma noite-dia lindo, colorido e orgástico...
são oito horas da manhã e o som que começa o papo é "Baby" dos mutantes...

o som, que só acompanha milhares de besitos e bitocas, ay, ay, ay,
começa dizendo que "você precisa saber da piscina, da margarina (da marguerita?),
ca Carolina, da gasolina..."
despede-se afirmando que "vivemos na melhor cidade da América do Sul"

ninguém tem dúvida que esta é rio de janeiro,
cidade maravilhosa
chapa quente dois mil e um,
caçaas bombando fogo e rango

mesmo que a música é do baiano cateano
e a execução dos paulistas baianos

no fim do mundo, qualquewr um pode ser novo baiano
já disse broder meu filosofando o apocalipse

século vinte um com´cou tem poucos meses,
o império yanke ruiu,
e a gente, que leu quadrinho a vida toda,
tem a certez de que essa foia desculpa pra um puta golpe de estado

sempre soube que ia terminar assim,
só não esperava tão logo.

agora foi!

[]'s
Maxx

18.10.01

MISSIONÁRIO JUNKIE

Burrito de carne, duas micheladas e um White Russian, a única modalidade de vodka que eu encaro. De destilado só tequila e mojito, e mesmo assim mais pela estética, e cada louco com suas manias. Sempre é massa ir ao Puebla Café e gastar conversa com o Pueblo, certeza de boa larica e risadas. Nesse dia eu tava acompanhado do mamata e de lá partimos pro Teco Taco, um sinuca sujo em humaitá, na missão de descolar uns charutos pra confecionar Blunts. Uma modalidade fedorenta e forte do cannabismo.

Na saída do puebla noto que um sujeito com pinta de universiotário playboy numa mesa cheio de semilares arregala os olhos ao notar o meu cabelo, então coms os dreads fazendo angulo de 90 graus com a cabeça, e rindo cutuca a sua mina pra me mostrar como se fosse um freak show. Quando a puta, e o resto dos universiotários, viram suas cabeças pra me observar eu já tou preparado esperando-os de dedo médio em riste. Pra deixar esses manézões sem graça é pura disposição.

O Teco Taco é meio caido, mas resolvemos parar para um par de chopes, a trilha sonora era o festiva de horrores que vinha da jukebox mas pelo menos tinha uma minazinha ótima jogando sinuca, seu corpito magrelo me colocava em momentos nostálgicos, mas era melhor deixar pra lá. Eu nem lembro mais que dia era esse. Talvez domingo, porque no dia seguinte, na fiesta cucaracha torrei o maior blunt. Acendi e apareceu essa mina meio patricinha, com aqueles body decotados, busto impressionante, cabelo de anúncio e bafo de capeta (sério! não tava dando!) pedindo pra eu por um trance. Ah! Eu coloquei uns DnB safados, depois emendei com Nortec e ninguém percebeu.

Na Sexta feira dia 12 de outubro, dia das crianças e da santa padroeira, acordei as nove da manhã com o Remier na campainha, preparamos meu equipamento de video digital e rumamos pra Ladeira do Tabajara, lá em copacabana onde encontramos o DV Crew dava início a uma sessão de grafite sob encomenda do presidente da asociação de moradores (que pagou as tintas). O pessoal escolheu uma série de muros num paltô em frente a quadra com uma puta vista pra botafogo. A idéia era o Ackme fazer um painelzaço no meio, o Hare e o Nir (moleque de 14 anos lá da) fazerem outro painel e os demais muros ficarem pra molecada da comunidade, que saiu do charpi faz pouco tempo mas já esculacha nos Bombers.

O resultado foi um painel maravilhoso, com uma mina estilo popozão fumando um cigarrito misterioso, pagando meia bunda de cara pra uma favela super colorida, abençoada por uma lua no estilo Melliet e opondo-se a um menor que empina uma pipa que cruza toda a favela. O painel ficou lindo e foi elogiado por todos os coroas bebuns da comunidade, que rasgavam elogios à mulata, só teve um crente mala pra cacete que ficou falando que ia passar o rodo. Fala sério…

Durante o dia tava rolando evento de dia das crianças, basicamente gingana onde duas equipes (equipe furacão e equipe tornado) se entretavam por brindes. Na quadra rolava também uns showzinhos de samba e até de um grupo de rap local. Na gingana de Funk a Axé, isso sob sol estúpido… Pura disposição.

E as fotos ficaram lindas, e o video ficou ótimo 1h15 de material bruto, panôramincas, detalhes das técnicas usadas no grafite, depoimentos, palhaçadas... E teve também a experiência maravilhosa de tar no meio de toda aquela criançada, sagaz e humilde, respeituosa mas sempre na atividade. Sempre saindo na porrada entre si e sempre amarradonas na nossa, sem contar o brilho nos olhos e na empolgação de toda aquela molecada ao testemunhar a transformação daquele paredão imundo numa bela obra de arte ao ar livre. O duro de aturar eram os bebuns que passaram o feriado enchendo a lata no bar adjacente. Quando caimos fora, lá por volta da meia noite, já conheciamos geral com destaques para um coroa de olhos amarelos e voz gravissima que disse trabalhar na "Babilônia Limitada" uma coletiva de reflorestamento que atua naquela série de morros que separam copacabana de botafogo. Conhecemos também uma ex-xacrete dos tempos da tupi, com histórias da Alemanha e Venezuela, mó doideira. Mas mais impressionante do que essas experiências com os coroas é a disposição dessa garotada começando a rabiscar, testemunhando essa cidade maravilhosa tatuando-se pouco a pouco…

***

Depois de voltar pra casa e assistir tudo denovo lembrei que estava rolando o bota-dentro do Xotapê lá em copa. Percebi como estava queimado o que me fez refletir "caralho! Há quanto tempo eu não passava tanto tempo direto na rua, de dia!?". Uma vez lá foi muito papo e uma sessão de Suquinho Mágico do Djames, um drink que a Cissa prepara, docinho, docinho, fraquinho, docinho, mas que tá sempre tocando o terror por onde o bonde passa.

De lá parti com um jornalista pilantra e um rock star pra Bunker, levei meu último fino pronto na carteira pra não ter treta com o segurança e passei batido. Tava bem cheio e o Wilson Power tava naquele momento New Metal, perdi o senso do ridiculo e entrei na roda, balançando a cabeça mas com o pé no bate-estaca, pelo menos não tava tocando air guitar. Será o Slipknot o Kiss do New Metal? Bem mais tarde e algumas cervejas a preços extorsivos depois resolvo acender meu beque, na atividade, não tem sido problema lançar um na bunker nas últimas vezes que tive lá, aliás as últimas vezes em que tive lá foram bem agradáveis, mas tem que sempre ficar na atividade onde você já rodou e é visado.

Dai aparece esta mina filando e dançando, não demorou pra ela colar bem junto e começar a deslisar meu colar em seus dedos, achando maneirissimo e nada mais que isso. Mais tarde reencontro a mina na pista, quando já tava ficando vazio e todo mundo já tava bem doidão, ela entra naquela de dançar junto. Corpo colado nos joelhos, pelvis, peito e lábios, os braços afastados sem tocar, a língua imóvil e o inivitável espeto. Eu não sei qual era a dela, eu não sei qual é a dessa gente, eu digo que as últimas vezes foram agradáveis mas confesso que só cruzo mina maluca. Sempre amei as mulheres de atitude, aquelas que muitos playboys debíl mentais chamam de foda-fácil, na real elas só são que nem eu. Entendo aquelas malucas que ficam sempre, ficam com todo mundo, normal! Mas se não entendo as que só ficam, e entendo menos ainda estas que curtem só um sarro, dança erótica, vai saber…

Cada descontrole de minha língua era respondido com uma retaliação, ela se afastava, colocava a palma da mão no meio peito, mas depois voltava ao contato. Não lembro como a gente se separou, lembro que ela disse que tinha gostado do meu colar, mas lá pras seis da manhã (ainda amanhecia as seis da manhã) depois que pararam o som, eu me impressionei em encontrar o boteco Bem Estar II aberto (se bem que eu já bebi o amanhecer lá varias vezes) e não resisti em consumir mais uma cerveja. Dai ela reaparece, a gente troca umas idéias mas fica por isso mesmo, bah afinal ela nem era grandes coisas…

14.10.01

¡¡¡ Fiesta CUCARACHA !!!

Em 1910 bandoleiros liderados por Emiliano Zapata tocaram o terror no Sul do México revezando guerrilhas com momentos de borracheria e fiesta ao som dos mariachis repetndio o clássico refrão "La cucaracha! la cucaracha! ya no puede caminar, por que no tiene, por que le falta, maryjuana que fumar!".

Na fiesta cucaracha não falta nada, sonoro ou alucinógeno. Nesta segunda feira, dia 15, na pista 2 da Casa da Matriz (Rua Henrique de Novaes 107, em botafogo) eu, Matias Maxx, estarei colocando som a convite da Festa Maldita, que rola na Pista 1 com o rock alternativo fita-pé de Zé e Gordinho. No set um pouquinho de Latintronica, muito rock, reggae e rap com sotaque terceiromundista, algo da cena local e bastante reggae dub e outros sons de expandir mente e sacudir os umbiguinhos.

Tipinhos mais boêmios e muchachas mais calientes remanescentes serão presenteados com cartões postais do cucaracha (se ficar pronto a tempo, cês sabem como é). Na sala de vídeo Tati Quebra o Barraco, Mr.Catra e Chatuba de Mesquita no documentário Febre de Funk. A festa começa meia noite com o lema "comece a semana se acabando" a entrada é 2 reais + 8 de consumo.

nos vemos!

11.10.01

PHOENIX DIGITAL

Não existe compromisso ao sul do equador! Quando voltei pra terrinha abandonei o reléogio de pulso e as olhadelas no visor do celular são só pra não perder a sessão do cinema. Dai que em algum momento desta madrugada eu tava assistindo ao DeFalla no Ball Ruim. O DeFalla é a banda do Edu K, aquele gaúcho que em quadrinho imortalizado pelo Alan Sieber caga a maior regra afirmando que inventou o Funk Metal antes do Mike Paton (e o pior é que é verdade!). O Poindexter (do Vital do Jimi James, que abriu o show com sessão de strip e o caralho!), o Planet Hemp, Soutien Xiita, geral do rio afirma ter babado nos primeiros shos do DeFalla na cidade maravilhosa, no circo voador há uns dez anos atrás. Depois de muito tempo desaparecido Edu ressurge em 1998, gordo e travestido num visual que soava um cruzamento entre o Marylin Mason e a Madonna e um som tecnotronico com uma baterista caozada porém gostosa. Foi vaiado, me lembro d eum coroa que insatisfeito urrava: "quem te viu! Quem te vê Edu!!!"

Porra! E o coroa não viu nada, depois de tentar regressar ao formato antigo, com o Edu de boné na cara e pose de garotão o produtor cruzou com a galera do MCsHCs, inventou o movimento Miami Rock e levou a elhor estourando os hits "Popozuda" e "Feiticeira" por toda a porra do país. Depois de perturbar muito pelas rádios a gauchada deu uma sumida e deu as caras de novo na LOUD! num show antologico com a Syoung na guitarra e participação do canastrissimo Paulo Cézar Peréio e a Socialite aditivada Narcisa Tamboranguelli! Porra! O Coroa não tinha visto nada!!

Nada mesmo, o Soninho, camarada sorridente de dois metros com quem cansei de me emborrachar na porta da Bunker depois de muito falar para todo mundo sobre sua admiração pela guitarra foi parar no Defalla. Lá tava ele, no maior estilo, bandana preta com caveirinhas, calça de couro e sem camisa. Bracelete de caixinha e dedo médio goela adentro, abraços e beijos no Edu K de cabelo grande, menos gordo e com um desses xales bem frufrus. A Syoung em toda sua forma e beleza passava batidona no canto, pena que não teve Narcisa pra soltarmos o corinho.

Dai eu não sei que horas eram quando eu acendi o baseado e passei a bola pra um broder animadissimo, de uns quinze ou desseseis anos sei lá, filho duma amiga figurinista e cascuda na cena. O segurança apareceu mas a gente consegiu dechavar, passamo a bola tinha passado pruma das gêmeas, o seu noivo catalão e de volta pra mim e o segurança pinta denovo e manda eu jogar no chão, com a ponta dos dedos separo a cinza da ponta e jogo a cinza no chão, ele pede pra eu abrir a mão e eu passo a ponta pras costas das mãos e abros os dedos, viro a mão e passo a ponta pra palma, que nem qualquer ilusionista barato de festinha, ou o Shadow em uma boa fração das páginas de American Gods do Gaiman. E tinham também aquelas outras gêmeas, cabelo preto e curto, o de uma solto, combinando com a formalidade de seus óculos, a outra com duas chuquinhas estilo Aeon Flux bem mais a ver com seus olhos deliciosos e sua Tattoo do gato Fritz. Elas gostaram do meu cabelo, apesar de chamarem de Pedrita, Pluto e afins… Ela também foi assistir "Batalha Real" duas vezes no cinema e por isso merece tar na lista das primeiras pessoas pra quem eu vou mostrar o meu quadrinho.

O olhar de fotógrafo agora desenha quadros na cuca, a parceria com o Gustavo Goose tá ficando ótima, ontem assistimos o "Batalha Real" juntos, depois voltamos pra casa e ele terminou o esboço da segunda página, eu já escrevi mais de vinte, e tenho umas 240 na cabeça… Papo pro maluco acompanhar mensalmente, tendo vários sites pela internet para ele se sintonizar e punhetizar no intervalo. O filme não podia ser mais apropriado, é uma produção japonesa, sobre um futuro próximo, onde depois de inúmeras manifestações e desordem estudantils os mandacuvas passaram uma lei que sorteia todo ano uma turma do ginásio para passar três dias numa ilha deserta monitorados por um colar, equipados de mantimentos e armas na missão de se matarem, uma vez que só um sobrevivente pode voltar pra casa. Mais que no limite é toda uma viagem sobre a barbárie e sentimentalismo extremo dos seres humanos, particularmente os de quinze anos de idade numa estética completamente Mangastica. Porra! No japão o filme deve ter bombado, mas se passar no Estados Unidos é desastre certo, ô cambada de caipira dirigindo tratores desgovernados.

A mostra foi tudo, quantos!? Vinte!? Trinta filmes!? Tenho que contar na moral, menos que ano passado, mas sempre bons filmes como o caso do estonteante "Metropolis" nova animaçnao de Katsushiro Otoma inspirada no clássico de Fritz Lang e muitos passos a frente de Akira, a elevação da arte a um novo nível, que nem os Grand Mixer DXT e QBERT pro turntablism em "Scratch". Muito filme, muitas sessões, muito papo, escurinho, cerveja, discussão e flerte na saída, dez dias dominado e seduzido pelo cinema, enquanto o mundo explode, com o cucaracha fora do ar e a mente em Marte, Jupiter, Plutão, não só os nove mas todos os doze ou treze, sei lá!

E se virando né!? Falando o nome de um filho da puta qualquer pro cara da rádio cidade te dar um convite, pirateando o show do Los Hermanos em video digital na cara dura e mostrando pros caras logo depois naquelas "boas vindas para os novos tempos", planejando explodir o mundo, fazendo umas resenhas e reportagens e mentindo via telefone ou e-mail, porque tudo que conquistei foi mentindo. Como um dos personagens do Iraniano "100 Anos de Cinema" que finge-se de cego para conseguir destaque no filme, e no final, quando desmascarado e interrogado quanto a sua fidelidade responde com o rosto em lágrimas: "Porque fiz isso!? Por que menti!? Pelo Cinema…"

O Amor é tudo, e a porra da solidão e do ciúme é só dos que não sabem amar!