30.7.01

com a palavra de Fidel Nadal:

"Es la buena vida hermano que te das
tocando y cantando para Selassie I
es la buena vida que nos damos aca
escreviendo letra y tocando musica

no babilonia
no nos puede quitar
aunque maten tu cuerpo y chupen tu sangre
siempre van a estar muertos de hambre

por que la buena vida no se pode parar"

Ultimos preparamentos antes de chegar (atrasado) na maldita tocar una noche muy aluciniada con amores perros y humo sonoro.
Estou dando uma geral no Cucaracha, adicionei uma seção de Fotos para a galera conhecer um pouco do meu material, por enquanto só coloquei uns lances de funk pra testar mas pouco a pouco pretendo sair colocando tudo que é material meu aí. Bem como vocês devem notar tá rolando uma barra de navegação nova...

Ah! pintem na casa da matriz nesta Maldita (30/7), vou tar invadindo a pista 2 prometo colocar muita fumaça sonora sob minha conta, além da Pista 1 no comando do Zé e Gordinho, os donos da festa!!

ValeuZZ

29.7.01

Nada como um dia após o outro...


Cheguei! Sai AOL, entra conexão a cabo! Sai Noteboook PC fuleiro entra Macintosh! Sai repressão consumista entra miséria e malandragem. Sai verão e chega o inverno...
A casa tava limpa e impecável, sinal de que mamãe teve por aqui arrumando e bisbilhotando as coisas, não demorow pra eu bagunçar tudo, fazer testdrives com os bagulhos em conserva daqui e o greenzinho que trouxe, escutar as dezenas de vinis que trouxe e tentar pensar numa maneira de organizar os meus CDs... Sabe que eu nunca fui organizado com meus CDs? E são muitos... Porra, mas que tipo de virginiano eu sou!?

Bem, que quiser conferir um pouco de minha discoteca Latino-Maconheira poderá conferir eu colocando som (aviso logo! não sou DJ, apenas coloco som!) na Maldita amanhã (segunda feira dia 29). A festa começa tipo umas onze, a entrada é 2 real mais 8 de consumo minimo. Se você me encher o saco lá eu encho o saco do Zé e derepente ele libera a entrada. É isso, ah bagulho sempre é bem vindo!

Ah! A maldita fica na Casa da matriz que pra quem não conhece, fica na Rua Henrique de Novaes 107, em Botafogo, entre a São João Batista e a Real Grandeza. Nos vemos!!

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27.7.01

The Land of the Free... Huh!? Get lost!


Sábado fui pra praia com Lolita, como ela não tava na disposição de pular o muro caminhamos bajo el sol hasta o parking que dá acesso a praia. Escolhemos um lugar mais ou menos afastado daquelas gordas de fralda (elas chamas aquilo de biquini?) e foi só eu terminar de passar o protetor nas costas dela pra nublar. Quando entramos na água começou a chover e todas as familias começaram a embalar seus picknicks e rumar para seu carros grandes e poluentes e dar o fora, como se alguem na praia tinha de ficar preucupado em se molhar. Nós achamos o máximo, agora a praia era nossa, e quem já nadou na chuva sabe como é bom. Foi quando apareceu um baywatch num bugre e alto-falante vermelho pra estragar a brincadeira.

"...you should leave the beach regarding to the blah blah bla policy..."

Foi o que eu consegui entender, a voz do puto saia do alto-falante feito a voz da professora do charlie brown.

- but Why!?
"...look at the weather!!! It is risky" - disse o yanke pau mandado estraga prazer.

O que preucupa esses filhos da puta!? A possivel perda de um contribuente consumista ou o transtorno que seria levar o corpo de bombeiros pra praia para resgatar o corpo!? Mas que paizínho de merda é este onde não se tem nem mais o direito de morrer eletrecutado na praia!? Ah! Por favor...

Cada vez o rio de janeiro fica melhor, cada vez sampa fica mais patética... O mais legal de passar uma temporada os EUA é que se aprende a dar muito mais valor ao terceiro mundo, apesar de todos os perrengues, é aquela velha relação de amor e ódio. land of the free but with too many rules!

Em South Beach, depois das dez as Liquor Stores fecham as portas e as grocerys e as lojas de conveniencia são proibidas de vender bebidas alcoolicas. Uma maneira de prevenir que jovens retardados se embriagem ou uma maneira de enriquecer os Clubs!? Um six-pack num supermercado custa 5 doletas. Uma cervejinha num club custa 4 doletas and up...

E é o país com mais alcoolatras, mais junkies, mais estrupos e mais presos do mundo... Quando o Clinton bombaredeou o Iraque nas vesperas do depoimento da Levinsky ele recuperou populariedade perdida. Vai entender!

Sábado a noite fomos encontrar com a Tabata pra ela nos levar na LOUD! daqui, mas a gente se atrasou e eles já tinham partido. Resolvemos ir no cinema, pegamos a última sessão, antes de entrar na sala fui comprar alguma larica e soda, afinal estavamos num multiplex americano right!?

Era a última sessão e a lanchonete do multiplex tava fechando, e dentre as pessoas que formavam a fila única encontravam-se dois casais bem bizarros que pareciam saidos de um filme de aérobica dos anos oitenta. Os caras eram baixinhos, tinham ombros largos e peitorais inchados e peludos, um tinha o cabelo arrepiado e o outro um mullet, aposto como eles devem trabalhar naqueles anuncios de TV em que um bando de sarado tenta vender aquelas porcarias de plástico que supostamente ajudam gordas chocolatras a fazer abdominais. E como tem gente gorda neste paizínho.
As minas eram menores ainda, eram saradas, usavam roupinhas de malhação, não tinham bunda mas em compensação dois airbags na frente. Uma delas perguntou pro pessoal da lanchonete se ainda tinham nachos, quando ouviu o "sorry we're closing"de um dos negões que trampavam lá a mina revoltou-se.

- What's a Movie Theater in America without Nachos!?????

Se eu fosse um cara religioso eu juraria que ouvi um "Hooray" coletivo, enquanto a peituda chamava o gerente, que movido por aquela história de que o cliente tem sempre a razão entrou na lanchonete e reabriu a cozinha e os caixas na base do esporro. Eu pude ver o ódio nos olhos dos negros e latinos por trás dos balcõo e decidi não pedir o nachos, uma vez que eu não sabia o que poderia vir no molho a esta altura.

Quando o gerente apareceu da cozinha com os chips e as pipocas a fila se desfez e todo mundo foi pro balcão com notas na mão tal como numa arena chinesa. Eu que tava na frente fui esmagado por uma multidão de yankes repulsivamente gordos, um me empurrou, colocou o braço gordo sobre meu ombro e fez o pedido.

- Hey! You don't need to push! Filho da Puta!!!

O Latino do outro lado do caixa sorriu ao reconhecer a última palavra e ignorando o gordo foi me atender, deixando o cara ainda mais puto.

- One large coke hermano! Que es que les pasa a estes gringos?
- Yo no se. Pero que se jodan todos!

E fui assistir o filme com minha coca, feliz dos estragos que nós ainda vamos fazer nesta sociedade hipocrita e mal-educada. Porra! No Brasil o povo é burro por falta de opção, um moleque pega num AR-15 e grita "É o comando" por falta de opção. Agora aqui todo mundo tem direito a um ensino público decente e gratuito. Existem estados em que crianças pegas matando aula podem ir em cana. E mesmo assim dos paises em que estive é o que vi a classe média mais burra e arrogante do mundo, é onde eu vi os jovens com mais necessidade de posar de mau. Puta que pariu, a Lolita me falou hoje que o chefe no seu trabalho não sabia o que é a Amazônia, e o cara é dono de uma agência de turismo.

Mesmo assim é um país onde se trabalha por salários decentes e com o dinheiro (e esforço) suficiente você consegue o que quizer. Acabei de ler "American Gods" e tou louco pra re-encontrar o Gaiman, uma vez que agora tenho outras 768 perguntas pra lhe fazer. Se os meus dois dias com o mestre esclareceram muita coisa sobre o Sandman, este fantástico livro me encheu de novas questões. É do caralho porque Gaiman, como Brit vivendo nos estados unidos há quase uma década pode desvendar esta terra sem deuses de maneira imparcial e maravilhosa. A tridimensionalidade dos personagens e cenários, o perrengue dos velhos deuses para se adaptar no presente e a arrogância dos novos costurados em quase 500 páginas, muitos estados, estradas e mitos tão reais quanto ficionais. Mitos dos siberianos e seu transe induzido pela urina alucinógena da sacerdotiza, mitos dos nativos e seus passásaros trovões, da ignorância dos Europeus e seus Leprechauns, Trolls, Kobolds e outras criaturas. Da velha disputa de Odin e Loki o trapaçeiro... Me pergunto se o esquilo que ajudou Shadow na arvore era o ajudante de Ganesha. Ah Mr. Gaiman, será que a gente se esbarra denovo? I Hope so...

Assisti "The Score" , "Lista de Espera", "A.I." e "Startup.com" (este ultimo em NY), quando tiver paciência publico as resenhas. Cinema é a maior diversão!

Fingir-se de estudante, comprar um social security falso e ficar preso no país. É alto o custo de ser ilegal, mas para aqueles que já se decepcionaram de vez com seu país de terceiro mundo não é nada. O personagem de "Lista de Espera" está certo de que seu país só pode se livrar da injustiç do embargo se todo o seu povo se empenhar e trabalhar. Terminou sua teoria chamando os fugitivos de covardes, e silenciando a platéia cubana que lotava a sala. Manu dedicou um disco todo a causa dos imigrantes e um telejornal daqui outro dia mostrou como os balseiros são bem recebidos pelas autoridades da Flórida, que com ajuda de gas lacrimogenio e cassetetes faz de tudo para que estes não cheguem a praia (onde podem pedir asilo político e depois de alguns dias no xadrez podem gozar de vários privilégios que não são dados a nenhum outro povo latino, basta falar que Fidel e o Comunismo são uma merda, os Yankes ainda tão nessa! belive it!). No mesmo telejornal assisti a desastrada operação de uns dez policiais armados ao tentar prender dois sujeitos armados de canivetes. No final um dos bandidos morreu espancado e um policial morreu com um tiro. Adivinha de quem!? Polícia é polícia em qualquer lugar... O 174 sempre sai da garagem.

Segunda passei no trampo da Tábata e ela tava partindo pra uma festa na casa de um colega garçom e Brasileiro. Chegamos lá e a geladeira tava cheia de bebidas que eles pegaram emprestadas de seu restaurante. Caipirinha, Cuba Libre, Sex on The Beach e Budweiser. Eu sei que no final da festa decidimos abrir a tequila e competir qual nacionalidade conseguia beber mais (direto do gargalo sem direito a sal ou limãozinho). Saimos de lá pra casa da Tabata, onde não me lembro nem de quem apertou. Me lembro de que acordei umas seis e meia, ainda bebado e fedendo muito, e envergonhado fugi de lá, caminhei até a washington onde esperei o onibus comendo uma pizza de peperoni super gordurosa que só serviu pra piorar as coisas.

Cheguei em casa e fui direto pra praia, onde me desntoxiquei estirado ao sol observando os"saudáveis" que corriam na praia. Algum palhaço amarrou um saco de lixo na água de maneira que parecia uma barbatana de tubarão. A porra da secadora encolheu minhas camisetas e cuecas. Nas noites seguintes tive de dormir de luzes acesas ontem porque sempre que apagava apareciam uma porrada de fantasmas. Puta que pariu! Rastafaris das doze tribos pregavam em dowtown, malhavam o ouro e a herô do Hip Hop,mas it's enought! I had enough of the US... Amanhão eu tou de volta pra casa, segunda vou tomar todas as vacinas imaginaveis e quinta já tou em Manaus brincando de GI-Joe.

Esperando la última ola.... Buscando un ideal...

23.7.01

Rage Against The Machine


"...You can fool some people sometimes
But you can't fool all the people all the time..."
Get Up Stand Up - Bob Marley


É sempre assim... Desejo, necessidade, vontade! Uma galera desceu o morro e plantou uma boca informal naquela praça, o boteco póximo abriga chopadas e barulho. A área, que já não era muito nobre desvaloriza de vez, e logo seus apes de um ou dois quartos (re-apertados) passam a ser populados, por um, dois, três grupos de jovens. Universitários de outros estados, Freaks locais e todo tipo de pessoa, trabalhador ou malandrage... A coroa do andar de cima reclama do cheiro do incenso e do barulho, portando festa em casa só "After", isto é, das seis da manhã adiante!

É sempre assim... Os caras compartilham um ideal e de sua garagem com vasta vista para o mundo digital constroem seu negócio. Praticidade e satisfação são objetivos que conquistam a admiração dos usuários por ser um trabalho competente, feito por gente competente. Por que o mundo digital é supostamente destes, "interatividade" e "virtual" são expressoes que a mídia iventou par explicar o universo anarquico D.I.Y. da rede.

Mas como bem dizem por aí, "tem sempre um filha da puta por perto". O Bicho papão do consumismo-capitalismo-globalziante. O monstro que Já não é só um governo, ou oito governo. É o dinheiro, são as ações, as corporações e seus avatares vestem os ternos e celulares dos Yuppies.

O yuppie conquista os idealistas com seu MBA, seus gráficos e aquelas expressões ingleasas idiotas e tão correntes numa Meio & Mensagem ou Exame qualquer. O quadro de empregados e as ambições crescem. Jovens com zeros-e-um no sangue são recrutados para formar as bases, Jovens com cifrões no sangue são recrutados para cagar regra no topo, e salvo a injusta distribuição de renda tudo corre aparentemente tranquilo, dentre uma pizza e outra (porque mesmo na nova economia, horas extras significam pizza e nada mais).

Quando a estrutura finalmente quebra os primeiros a rodar são as bases, aqueles caras que realmente entendem do assunto. Os cabelos dos CEOs caem, e os bussinessmans evitam folhar suas queridas revistas. Os jovens com zeroeum estão nas ruas, pelo menos com mais tempo para suas listas e Blogs. O serviço torna-se uma porcaria mascarada por uma série de logos pomposos. Mas não se pode enganar toda a gente o tempo todo...

O inimigo joga pesado e não adianta rezar, os deuses tradicionais estão mortos junto dos idealismos romanticos. Acreditamos nas estradas e nos homens de preto, e por isso aprendemos que a melhor resistencia é justamente a descretralização e a autogestão. O mundo está cada vez menor e as nossas cucas cada vez mais sintonizadas. Eles não vão aprender nossos signos, pois não temos bandeiras, não vão poder comprar nossos líderes porque eles não existem e só vão conseguir se infiltrar se conseguirem pensar como nós, o que vai muito além de suas mentalidades lineares, sistematicas e corporativistas.

Somos aquele garoto com um cocktail molotov na reunião do G-8, somos aquele pivete com uma AK no chapeu mangueira, aquela garota com um brown-paper-bag e um Blunt poluindo uma highway qualquer e aquele casal transando despreucupado no parque. Vamos lutar a nossa maneira, usando todos os meios e recursos possíveis e necessários, e não pensaremos duas vezes antes de impregar a violência que este mundo nos ensinou tão bem...

"Jailhouse keeps empty [rudie gets healt'y]
Baton sticks get shorter [rudie gets taller]
Can't fight against the youth now coz they so wrong [yout' a good good rudie]
Can't fight against the youth now coz 'e is strong [yout' a good good rudie]...
...we gonna rule this land..."
Jailhouse - Bob Marley

20.7.01

@ @ @


Encontrei com a Tabata na quarta feira, dia em que o Megazine publicou aquela matéria sobre Blog, com foto do Pedro Ivo e do Nickolas, irmão da Tabata. Encontrei com ela as nove no seu apê num pré de tr≖s andares super-sussu lá em South Beach. Foi bem legal ver aqueles rostos todos familiares e falar carioqueix solto. Ar condicionado, Internet a cabo, cigarritos e o Ney (o irmão mais velho) super encucado com a configuraçao de um dos seus 22 laptops P/B 486 (se bem que ele tava apanhando do Pentium I, o melhorzinho). Parece que o cara comprou tudo por US$150,00 e planeja através deles transformar o apê em algo parecido com a residência dos Jetsons.

Sob efeito pegamos os camelos e prtimos pra Ocean Drive, mais precisamente no Compass Cafe, onde a tabata trampa (quarta era seu day-off), lá conheci o Argentino Ramiro, bartender workaholic do pico que nos descolou dois Blue Hawaii (drink cremoso aul fluorecente delicoso). Tinha também um gringo maleta que não deixava de alugar a Tabata e por isso mesmo ganhou o apelido de "Green Card". Mais tarde, quando voltamos para encontrar com o Ramiro (que tava fechando o bar), o gringo voltou a alugar e o Raimiro disse algo como: "ese te hace sangrar las orejas!!!"

De lá partimos para o Uncle Sam Cafe Music, uma das muitas lojas da Washington Road que ficam abertas a noite toda. Lá dentro vários CDs e Vinils usados (descolei uns lances legais de reggae e de dnb a preços risiveis), Revistas (comportamento, m&uacte;sica e umas revitas indepentes com orientação libertaria e claramente calçadas nas batalhas de Seattle e no IndyMedia), Patches e Water Pipes. Hoje voltei a rua e acabei levando um Narguilee maneirissimo (não na Uncle Sams, em outra loja mais especializada) para duas pessoas que acabei de testar e relamente deu uma press&atile;o violenta. Naquele dia só besmilhotei e escutamos vários sons. A Tabata é bem ligada em música eletronica, mas disse que a boa deste fim de semana é um pico no downtown que ela chama da "LOUD! daqui!", é pra lá que vu se não rolar de ir pra Key West com a Lolita.

Depois disso, uma lariquinha básica na Pizza Rústica e uma boa pedalada devolta ao apê onde o Ney seguia encucado com a configur&cceil;ão de seu micro ("ê máquina lenta!"). Detonamos uma ponta e rimos pra valer.

É legal conhecer gente assim, que por seus motivos resolveu trocar de mundo. Subir e encarar umpaís completamente distinto, onde o trabalho é uma religião e o consumo um ritual acessivel, mas a liberdade sempre vigiada. Todo mundo tem saudade e segue plugado no Brasil, mas é dificil.

Ontem fui até a escola de televisão da "Miami Lakes Art Education Center", onde finalmente tive acesso estável e instantaneo a Internet. Mostrei o Bush or Chimp pra Lolita que descontrolou-se de rir e foi logo clicando o Print. Mais tarde sua mão disse que ia tirar cópias das paginas impressas e mandar pra todo mundo em Cuba. Também tive a oportunidade de ler vários jornais brasileiros e fiquei meio admirado, meio empolgado com o que tá rolando. Pulei as ladainhas de sempre do Jader e do apagão e fui dissecar a novidade. Comparei o que tem saído no Brasil sobre o Grammy Latino com o que tá saindo por aqui e li atentamente tudo que rolava sobre as greves das PMs, dos protestos no rio de janeiro, na argentina, na europa...

Durante uma década tentaram enfiranos abaixo aquele conecito de geraçao X. Muitas referencias e poucos ideiais, atmosfera mutante, fim de milênio. Hoje não dá masi pra esconder. Você caminha pelas sarjetas de Miami Beach e ve aquela garotada descolorida e desculturada, rapeando e cagando goma. O que caralho tu tem? Que que tu passou!? Aposto que você tem matricula numa High School com recursos e Internet instantanea, tem vários temperos e leites na geladeira, e com certeza dezenas de canais de TV a cabo.

A instatisfação ai é só uma caricatura do que a gente se tornou de verdade. Uma geração que apesar de consumir seu caminho, faz de tudo pra provar o desprezo das estruturas sociais, academicas, familiares ou profissionais que já não fazem mais sentido. Hoje, quando o monstro comunismo foi sepultado pela mídia junto com todos os ideiais contrarios a sociedade consumista, e o novo monstro tornou-se o Narcotrafico (mesmo que os campos de batalha continuassem os mesmos) testemunhamos um ativismo novo, direcionado e global, especifico e abraangente. O que não começou em Seattle, nem acabará em Gênova (onde a midia elegiu o primeiro martir da causa) assusta o estado por ser autogestionado e espontaneo. E portanto muito mais dificil de ser minado ou comprado pela repressão.

Assustando os canas, as velhas estruturas perdidas no tempo e todos os governos filhos da puta provaremos que este mundo é nosso. Ainda é apenas o começo!

18.7.01

Durepox


Estes dias foram foda!!!
E-mailfreak em Miami, mas preciso acertar minha trip pela Amazonia, se tudo der certo dia cinco tou eu Manaus, conferindo o evento do Soul Slinger com o Greenpeace e registrando pra tudo que é canto. Nação zumbi, Afrika Bambataa, Black Alien, Otto, Caldato e Bid.... Vai ser divertido!

Quando o EmersonG, meu ex-editor ficou desempregado, manteu a honra e propos de fazermos um fanzine. Nos ultimos zél mails o cara parece absurdamente empolgado, Mutley, outro desempregado tá embarcando na barca. Vai ser divertido!

Dai eu confiro o e-mail da Tabata, que já tava por dentro de minhas roubadas pelo Blog, que é irmã do Nickolas, amiga da Cissa e da Iza. Ela morre de tédio em Miami, mas me deu dicas pra descolar uma bike e convidou-me pra pintar no seu trampo, pra saborear umas Pinhas coladas.... Una lastima que no pude ir... Mas hey!!! Vamos armar alguma coisa sim!!!

Terça de manhã o Venezuelano de Atlanta Ricardo Bonilla, vocalista, violonista e manager do Diestra, que eu conheci lá no LAMC me liga.O cara tá morrendo de tédio em Miami e só esperando a mina do seu irmão mais velho (que tem familia e o caralho em Aventura) chegar pra pegar o carro.
Logo logo tou parado na Collins, usando meu Matias Magnum Outfit esperando o Rick, que aparece completamente perdido num carro grande e preto com a placa do texas e dois baby-seats no banco de trás,.

Mas Miami Beach é uma reta só dai acabamos achando South Beach e indo ao encontro desta chica hermossisima da ASAP, que convidou-nos para um Mexicano. Margueritas con Tequila Don Julio, Nachos, Queso Fundido, Chips y Salsa. Muita abobrinha, mucha risada, alguns negócios, e no final a conta centenária ficou por conta dela. Insistimos por um split, mas ela insistiu mais. Linda!

Nos despedimos e desejamos boa viajem a chica, e rumamos cambaleantes pela Lincon Road, indo parar num camelô onde uma hippie argentina (que segundo ela conhece toda a costa brasileira) vendia seus colares com detalhes de durepox e recheios fluorescentes na luz negra. Acabou vendendo um colar ao Rick, e quando perguntada disse que não fumava mas era para procurarmos El Basco. Andamos um pouco e achamos o Basco, que parecia muitissimo com aquele ex-percussionista da Radio Bemba, com o TopKnot e tal. Ele se empolgou quando descobriu que eu era do Brasil, e passou a falar de Morro de São Paulo, Caraíva e Trancoso aquele lugar maravilhoso onde passei o revellion com o Mosca.

Acabou me vendendo um colar de "pedra tailandesa" e confrmou o que Cony (a hippie argentina) disse acerca dos yankes quererem acabar com os camelôs, e eles estarem recolhendo assinaturas e indo prigar no Court hoje. "Es que aqui hay muchos comerciantes tentando passar-se por artesanos, gente que compra en downtown por 1 dolar y vende aqui a 20. Pero los reconozes por la cara no!?". O cara disse que tinha pego um fumo e que podia passar metade dele pra gente, por dez dolares. Entregou-nos uma trouxinha profissional, disse que não era regada como no rio de janeiro (onde reconheceu meu bairro, botafogo, como o que tem o melhor pó!) mas que era muito boa.

De fato, eu e rick flutuamos bastante aqui no apê, ouvindo sons de toda parte do mundo, conspirando, fumando e degustando as coronas e as dos equis que pude comprar gracias a mi mas que hermosa Lolita.

Otelefone me acordou muitas vezes pela manhã, atéque rick apareceu buzinando aqui na rua. Me meti no carro de José, um venezuelano amigo de infancia dele. Estacionamos o carro na praia e caminhamos atéa Liquor Store do Wallgreens, compramos um 12-Pack de Coronas e gelo. E voltamos pro carro, onde Rick e Jose colocavam as cervezas no isporo, mienstras yo dentro del carro preparava umbonito spliff.

Largamos nosssas coisas a alguns metros destas duas coroas que tavam fazendo topless. Fumamos, bebemos, e só entramos na atividade uma vez, quando um baywatch passou cagando gom pelo seu jipinho. A agua era quentinha e passamos falando das praias da venezuela e do brasil. Rindo muito e volta e meia espiando as coroas de relance. Que Chebere!

Nos despedimos e fui até a post ofice mandar as ultimas fotos do LAMC para o PO BOX da La Banda Elastica, lá em Long Beach, terra do sublime. Quem sabe ano que vem eu não dou um rolé na Califa? Los Angeles, San Francisco, Sand Diego,Long Beach y Santa Cruz onde posso me encontrar com o Augustín e viajar mais em sua teoria: "antes eram los comunistas! ahora son los narcos! Nomas van a ser nosotros los rockeros!!!"

Me perdi na volta, dei voltas, me queimei e suei, o sol aqui quema duro. achei o supermercado, fiz um refil de laricas e voltei cargado até o ap≖, chapado, exremamente chapado, one more beck to go. Ya ya loko! Acho que vou me rerescar na piscina... Ou caminhar até South Beach. Argh! Eu precisava de uma bicileta...Bem os E-mails primeiro.

ah!! não tou conseguindo checar e-mails... ah sim! AOL... si si si.. se!

17.7.01

Tierra de Fidel


Na Sexta Feira, dei um rolé com a Lolita pelo Downtown, e acabamos indo parar no Bayside, um shopping center rosa (como tudo em Miami, Barbie se sentiria muy bien aqui), na beira da marina. Lá um Puerto Riquenho não caiu no meu golpe da ID e se recusou a venderme um Daiquiri, mas um cubano em outro bar nao hesitou em servirnos duas Coronas, depois de coloca-las em copos de plastico, que poderiamos levar até a margem da Marina, e beber tomando sol sobre as pedras.

De imediato me lembrei da celebração de natal na minha antiga empresa. Foi no Porcão do RIO's (uma churrascaria rodizio soci, no aterro do flamengo, com puta vista pro mar). A cerveja e a caipirinha era por conta da empresa, assim como a carne que nos entupimos. Eu tinha acabado de fazer minha tatuagem e ficava mostrando pra todas as mulheres da empresa, fazendo questão de deixar aparecer alguns pentelhos no caminho. Depois que estavamos bem loucos, eu e o mosca fomos para o banheiro do Porcão e demos umas Bongadas. Ao sair demos de cara com um outro colega programador.

- Snfff... Snf... Eram vocês que tavam fumando!??? Hay!???
- Si! si! Senhor!!! quer fumar tambem!?
- Não, já tou legal!!! Acabei de dar um teco!
- Ah! sim! Claro!!!

Dai rolou a entrega do amigo oculto, todo mundo bem bebado e a gente bem chapado. Foi demais! O presente tinha de ser de até 30 reais, portando eu pedi uma Tequila. Eu tirei a Luisa, uma designer muito simpática com quem eu nunca tinha trocado muita idéia e que não tinha pedido nada. Resolvi dar-lhe um CD da Bossacucanova, do brother Marcelinho Da Lua e companhia (que por sinal tem um puta conceito em NY!) e ela se amarrou. Eu fui um dos ultimos a ser tirados no sorteio, mas ganhei a tal tequila, que vinha dentro de um case de CDs. Terminado o churrasco, rumamos os três para as praias que davam pra Baia de Guanabara, apertamos um Spliff gigante e ficamos bebendo tequila no gargalo e fumando, em pleno sol da tarde. Tinhamos muito a comemorar, estavamos entrando de férias e planejando ir pra Trancoso pro Revelion... E foi um revelion do caralho!!!

De volta a Miami, salvo o flashback, não aguentamos muito tempo no sol. Aqui só fica denoite l&aatilde; pras 21:30, sendo humanamente possivel aturar o sol só depois das 15:00... Dai voltamos pro shopping rosa e ficamos dando rolé até a hora que Lolita tinha que voltar pra casa, acompanhei-a no metrô. Eu disse metrô? Os trens aqui são suspensos que nem em Disney World, e lentos pra cacete, deve ser o metrô mais lento do mundo!!! Apelidei-o de Bonde Baiano, ou como estamos perto do Caribe, Bonde Jamaicano.

Na estação um coroa veio pedir informação pra Lolita, e reconhecendo o sotaque apresentou-se como Cubano. Disse que veio há muito tempo pra Miami, e que em Havana era policial. "De que Governo?"."De Batista!"

Fudeu!! O cara começou a falar como Fidel é um filho da puta que matou Cinefuegos (verdade) e cagou pro Che quando ele foi pra Colombia (verdade), mas começou a falar que Batista sim que era um grande homem, e que nunca havia matado ninguém (olha o caô caô). Depois disso começou a contar historias terriveis dos campos de estudantes onde caso as muchachas engravidassem e tivessem vergonha devoltar pra casa, seus filhos eram mandados pra Russia. Disse que era informante do FBI naquela época, e que sua família, que era uma familia de bem segundo ele, havia perdido todas as suas propriedades e que no governo de Fidel ele havia sido preso vinte e cinco vezes. Ele dizia isso tentando agarrar o braço de Lolita, que sabiamente se esquivava.

Filho da puta! quem mandou ser cana!? Quem mandou ser FBI...

O X9 terminou dizendo que se pudesse voltar no tempo, mataria todos os comunistas que deixou viver. Que poderia matar um prédio inteiro de comunistas...

O nosso trem chegou, e Lolita disse que o dele era o que vinha na outra plataforma e nos livramos do aluguel. Esqueci de perguntar se realmente ele ia pro outro lado (afinal os bairros cubanos ficavam na direção onde iamos) ou se ela fez isso pra fuder o velho... Vai saber!

16.7.01

Que a America Online é uma grande roubada, todo mundo sabe. Agora, puta que pariu! Esta AOL Miami se pasa! Ê servicinho porco!!!

15.7.01

Miami Vice

Salsa, camisas estampadas, correntes e dentes de ouro. Depois de caminhar toda Washington Road (toda cidade americana tem uma Washington Road, e uma Martin Luther Plaza) e virar na Ocean Drive eu e Lolita finalmente nos decidimos por esse bar com vista pro mar e um sujeito destilando perolas da latinidade brega em seu violão, o único americano lá era o barman, que custou a entender meu sotaque. E quando eu pedi os dois Daiquiris ele já foi pedindo as IDs, entreguei-lhe a Drivers Liscence da Lolita, que nasceu em 1979, enquanto o cara a analisava fazendo as contas eu coloquei a m&atile;o no bolso fingindo procurar a minha.

- That doesn't looks like you!!!
- Sure not! It's her!!!

O cara ficou tão sem graça que devolveu-me a ID e foi preparar os drinks (muito bem servidos diga-se de passagem).Easy! Easy! Here's the place tostay till get drunk. Acabamos bebendo dois drinks cada um, mas o sujeito só cobrou dois, ele explicou, mas não entendi porra nenhuma mas agradeci sorridente. Rumamos para Washinton Road, onde est˜o os clubs. Entramos primeiro num que era gratis, bem maneiro, mas que tava com as caixas estouradas, caimos fora e fomos parar no Tanja Club, onde só rola Hip Hop e por 15 dolares voce descola "Free Drinks". A mina da porta pediu os IDs, mostrei a da Lolita e fiquei procurando a minha, enquanto ela fazia as contas (neguinho aqui é muitoooo devagar! belive it!) eu lhe entreguei o dinheiro e ela colocou as fitinhas que davam direito a free drinks nos nossos pulsos, quando a gente ia entrando elapediu os IDs denovo, mostrei a ID da Lolita denovo e a mina nos liberou. Easy... Easy...

Que mas!? Bailamos, bailamos e bebemos pra cacete... Calculei que pra lucrar tinha que tomar pelo menos 4 drinks... acho que tomei 5!!! Me dei bemzao! O Club era maneiro, não muito cheio, mas com a maior mulherada e todo mundo muito animado, fazendo trenzinhos (sem horrorizar sirio darlan nenhum) dançando e fazendo sinais com as mãos, eu fazia o que aprendi com os chicanos lá em NY, onde no HipHop rolava muito break, aqui não tinha break. Mas tinha um sujeito de dente de ouro muito chapado que ficava me pedindo X toda hora! 100% Maleta.

Hoje de manhã Lolita me deixou pra ir fazer Yoga com um bando de Zen-budistas que não comem carne, não trepam, são carecas e adoram uma imagem gorda, mas tudo bem, fui me dessestressar na praia. Antigamente bastava atravessar a rua que em frente ao prédio da minha avó tinha uma clinica que tinha um estacionamento que dava acesso a praia. Acontece que aparte de Miami Beach onde eu estou é bem estreita, tem a marina de um lado e a praia do outro, e uma só avenida no meio, este prédio fica do lado da Marina, os prédios do lado da praia tem acesso a esta, e fora isso tem uns poucos acessos publicos bem distanciados. A saida dos prédios sempre dão nuns barrancos imundos, com um matagal de um lado, você caminha até estas pontezinhas que passam por cima dos matagals e chega na praia.

Acontece que demoliram a clinica e hoje em dia o que rola é um terreno baldio cercado, como estava sem saco de caminhar até uma das entradas publicas simplesmente pulei a porra do muro e parti pra praia. Os americanos são bem estupidos, e só ficam por perto das entradas publicas, onde armam suas barracas, fazem seus Picnics, soltam seus cachorros e crianças, enfim, fazem a porcalhada que lhes é peculiar (voce sabia que o estado de New York produz algumas toneladas de sujeira por semana, e por nao ter onde guarda-la pagam milhoes de dolares para estados proximos como a Virginia guardarem essas merdas todas??). Logo me dei bem, porque entrando por esse terreno baldio fui parar um trecho da praia completamente deserto, onde pude nadar e boiar tranquilamente por algumas horas até encher o saco.

Resolvi caminhar até a muvuca para ver se dava uma espiada naquelas yankes peitudas e pra saber onde a entrada publica dava, afinal eu poderia querer voltar a praia com a Lolita e ela talvez não tenha a disposicao de pular o muro. Bem perto da saida avistei estes tres figuras fumando um Blunt numa dessas pontezinhas que passam por cima do mato. Os tres usavam roupas largas de time de basquete, bandanas, correntes de ouro e se achavam bem malandros. Um deles era mais moreno e usava um cavanhaque, era meio que o porta voz dos outros, o cara que mandava, vamos chamálo de Latino. Os outros dois eram branquelos mas falavam como negros, eram bem retardados como prevee a média dos jovens norte-americanos, vamos chamálos de Eminems.

Primeiro perguntei onde era a saida mais proxima, depois perguntei onde eu podia descolar um fumo. Eles disseram que se eu tivesse com disposicao podia caminhar com eles ate a boca mais proxima, numa praca a uns sete quarteiroes. Let's Go. Lá fomos nós bebendo Malt Liquor e falando estupidezes. Lá em NY fiquei amigo de um trafica que era da Guiania e nos entupimos de Malt Liquor e Tacos, fumamos num parque as margens do East River no Lower East End, junto com seu amigo Nuevo Riquenho (que não falava espanhol, tinha 17 anos e atuava como um Beavis mais energico) e um Homeless, falando mal da policia e ouvindo Heavy Metal, foi como voltar ao Empório.

Mas estes caras eram muitoo otários, não paravam de fazer Raps ("Born and Raised in the Dade County") e perturbar as mulheres que passavam, o Latino era o unico um pouquinho (eu disse um pouquinho) mais ligado. Mas eu não curti os caras, mas resolvi continuar pra ver onde ia terminar. E terminou mal!

Quando finalmente fomos na praça o Latino me mostrou onde tavam os dealers, e me pediu o dinheiro, disse que tinha de ir sozinho pra não chamar atenção, não gostei nada disso mas otario que sou lhe passei os dez dolares e ele foi pra lá e eu fiquei esperando com um dos Eminems, pois outro acabou indo atrás. De longe pude ver que os traficas deram um role com o latino e o eminem e entraram no matagal que dava acesso a praia. O outro Eminem ficou bolado e fomos até um telefone pra ligar pro celular deles, logo voltou um dos Eminems dizendo que tava tudo OK, dai quando atravessamos a rua pra encontrar este cara que supostamente estava com o bagulho um falou alguma coisa pro outro e cada um correu pra um lado, me deixando desorientado no meio. Eu tava de chinelos, não dá pra correr de chinelos. Logo perdi um tempo tirando-os e resolvi correr atrás do Eminem que supostamente tinha o bagulho, que a esta altura já tava se metendo no mato que dava acesso a praia. Vendo que ele corrira rumo sul, mesma direção onde o latino tinha ido antes resolvi ser mais malandro que eles, continuei descendo pelo sul, pela rua mesmo, bem bem rapido até encontrar outra entrada, esperando surprende-los de frente. Acontecia que a esquerda dessa entrada tinha um mato fechado, só dava pra continuar descendo rumo ao rul, isso me deixou ainda mais feliz. Sai pra praia, andei um pouco pro norte até encontrar uma ponte que desse nesse dead end no mato fechado e de lá pude ver o Latino acendendo um Blunt com um negao cascudissimo e um terceiro eminem (nenhum dos outros dois anteriores).

Eles não me viram, portanto tratei de me aproximar sem fazer barulho e sem ser visto, me escondendo no mato, quando cheguei bem perto pude escutar que o latino tava contando pro negao que os seus dois amigos tinham dado uma volta num turista, mas sem avisar nada, que eles eram os maiores otários e... Foi ai que eu apareci, do meio do nada, andando tranquilamente de braços abertos e falando com um sorriso no canto da boca:

- Man!!! I'm totally disapointed with you!! Totally sad about your friends...

Os olhos do sujeito arregalaram, o negao, que de perto parecia mais cascudo ainda (com muitas tatuagens, cicatrizes e marra, mas sem chance alguma de assustar um sujeito do terceiromundo) ficou bolado, e olhou pro latino fazendo cara de puto. Ficou claro que tratava-se do chefe dos traficas. Contei-lhe que os moleques tinham roubado meus dez dolares, que eu tava muito disapontado, que eles não eram profissionais e sim crianças e que eles tavam fudidos se cruzassem comigo. Falei assim mesmo, num ingles claro e com um ou outro slang adiquirido em NY, sem medo nenhum mas tambem sem pose. O Cara me rolou o Blunt e comecou a revirar os bolsos. Me descolou mais um Blunt, pediu desculpas pelos moleques mas disse que eu dei mole, mas que eu "...gotta learn from your mistakes". Dai o sujeito com um guarda chuvas pontudo coçou a desenhar un grafite na areia. Estavamos num beco feito pelo mato que cresce na borda da praia, com o muro de uma contrução do lado, cheio de Tags e Pichaços. Agora era a vez de dar esporro no Latino.

- Man! I Trusted you!! I Gave you the money and now... what happened??? You got my Weed!?
- I gave it to the guy with the blue shirt... and he ran from you... I don't know where he is...
- Are them your buddies!?
- Yes they Are!
- So you better tell them that if i see them again, they better have some weed or money for me!!! But of course they would not be stupid enough to bee seen by me...

Os caras eram magrelos tudo bem... Eu podia arrasar os dois, e até os tres numa briga justa, é claro, um de cada vez... afinal não importa o que você é, e sim como você briga! E esses caras tinham pinta de ser sujeitos de muita garganta mas pouca ação. Perguntei ao negão o que significava o grafite.

- Nothing You can understand...

Não me intimidei e com o dedão do pé gravei um "C.V." na areia, do lado do grafite do chefão que disse para da proxima vez eu procurar ele, e me deu seu endereço e tudo. O Blunt acabou, e cada um partiu pro seu canto, eu pessoalmente fui caminhando pela praia, fumando o Blunt que o negão me descolou, muito puto, observando cada pier e cada banhista torcendo para encontrar com um dos Eminens dando mole...

Mas eles não são estupidos o suficiente pra aparecer na minha frente... Não o suficiente, e não hoje... Never Mind!

No mais, planejo derepente amanha comprar uma Bike, tem que se andar muito nesta porra de Miami Beach, se eu tiver uma Bike fica mais facil. Tenho de ir pra algum lugar revelar as ultimas fotos do LAMC e mandá-las pro pessoal da LA BANDA ELASTICA (a revista de rock en espanhol de maior circulacao nos EUA)que já compraram as fotos dos primeiros dias, para ilustrar a matéria de quatro páginas que eles vão publicar em agosto, e pagar em dolar. E é por isso que eu não me estresso, devo estar pagando o karma dos inumeros gringos que eu dei volta no Brasil (inclusive o Asian Dub Foundation)... Normal... "Gotta Learn from your mistakes"...

13.7.01

...Mano!! Preciso sair pra comprar suprimentos pra geladeira, que ta vazia... o foda eh que o supermercado mais perto eh longe pracaralho... Miami Beach eh que nem a Barra. Eh foda sair de NY, uma cidade onde tu pode ir pra qualquer lugar sozinho de metro e chegar aqui onde omais perto que dah pra ir a pe, é a praia... vazia!!!

hmmm... isso nao é de todo mal!
Cheguei a Miami em algumas horas. El bulin sigue un chiche. Y que mas!? Bueno...
Ultimos Blogs sobre NY antes que eu me esqueca ou perca o interesse em relatar:

Things that suck 'bout NY:

Tipping
Ok, ok, o pessoal que trampa em bar e restaurante aqui ganha tipo 2 reais por hora, dai o grosso de sua grana vem das gorjetas, tem um dialogo no "Cães de Aluguel"do Tarantino a respeito disso. Mas é o seguinte, eu vim do terceiro mundo, e tudo fica muito caro pra mim, Segunda por exemplo fui no "La Banda Elastica" Awards, no Bowery Club em Chinatown, era o evento que encerrava o LAMC oficialmente. Depois do show do Titan rumei pro bar e pedi uma Marguerita pra esta barwoman que era bem, bem gatinha.

- Don't forget to tip the Bartender, or she wont give you another drink! - disse ela de maneira robotica de um jeito que de cara achei engra&ccedi;ado.

A Marguerita tava otima, su madre tambien, dai resolvi dar um dolar pra gatinha que agradeceu com piscadinha e tudo. Subi pra ver e clicar o Si.Se, que é um grupo panlatino baseado em NY. Bem cool, bem newyorker mas totalmente cucaracha, tem uma vocalista de algum lado de centroamerica, uma violinista rasta, percussoes, teclados... Terminado o show desci ao bar e peguei uma corona, paguei os seus 4 dolares e voltei a subir, pra ver os Pericos.

Agora o bowery tava bem lotado, e o pueblo começou a agitar, tinha uns Argentinos na frente pagando mico com a camisa da sua seleçao (se bem que mico paguei eu indo pro show do Manu com a camisa da seleçao brasileira. A desculpa que eu dava era que a camisa tinha tres estrelas, era de 1994.). Bastante Slamdancing... o basico... Fiquei empapado de suor, e desci com a intenção certa que valia muito mais a pena pedir uma outra Marguerita (por 5 dolares), resulta que a gatinha resolveu me ignorar, e o balcão nem tava tão cheio assim.

- You haven't tipped your bartender, thats bad! You wont get served!!!
- Hey! I have tipped you already!!!
- Not in the last round!
- What!?
- You gotta tip me every round, or you won't get payed!
- Come on! I'm from third world!!!
- Hey! I have to pay rent!!!
- Hehe... I know but...
- No! You don't know it, you just don't have an Idea how hard it is...
- Fuck off! I'm from Brasil YOU have no idea how tough it is there!!!

Mandei tomar no cú e deixei a mina falando sozinha, contornei o balcão e pedi uma marguerita, igualmente boa, pro outro barman, obviamente não deixei gorjeta nenhuma, afinal.eu não ia tomar outra marguerita mesmo...

Legal Age
Uma das coisas mais escrotas por aqui é que teoricamente voce não pode beber na rua. Não que neguinho não beba (ontem mesmo mandei vãrios 20's desta bebida asquerosa que é o Malt Liquor em Brown Paper Bags no Lower East End), mas é que as banquinhas de cachorro-quente só tem coca-cola e agua (sendo a coca mais barata que a agua) e não existe such thing as neguinho vendendo cervejinha gelada em ispores na calçada. Se voce quer beber voce tem que ir numa casa que tenha uma Liquor liscence, um club ou bar. E para tal voce tem que ter vinte e um anos.

O Melvin me disse uma vez que o legal disso é que ninguem fica na rua de bobeira, como no Brasil onde a porta das boates muita vezes tao mais maneiras do que as proprias e daí o clube lucar com o bar e libera toda a entrada pras bandas. Pode ser, afinal os preços das bebidas nos clubs são extorsivos, mas eu simplesmente acho escroto que voce não possa entrar num club pra ver um show se voce é menor de idade.

Nos primeiros dias, nas poucas vezes que me pediram ID eu consegui dobrar na Labia ou apelar pra usar uma ID do Enrique, que tinha uma foto bem jovem dele, que podia passar batido como eu, apesar da data de nascimento ser em 1968. Mas dai teve um dia que eu fui barrado, dai depois disso as vezes seguinte que me pediram a ID eu mostrei a minha carteirinha de estudante, onde esta bem clara minha data de nascimento 23/08/1980, e os caras nao souberam fazer as contas direito e me liberaram. Mas a situação que eu fui barrado foi bem escrota, não deu nem tempo de eu usar a tal da carteirinha de estudante, tentei primeiro enrolar os caras num teatrinho, joguei a mochila no chão e fingi estar procurando alguma coisa enquanto alava: "maybye i have my student ID, is that i don't like walking aroun with passport, 've already losted one and got stucked on this country like for almous a week, with no more money. Horrible!" na verdade a Student ID tava no meu bolso e eu tava disposto a usala so depois de desistir de tentar ganhar os caras nachoradeira, mas foi dai que a dona do estabelecimento (ou manager, ou chefe de seguranca, sei lã) apareceu e eu expliquei meu drama, não teve muito ca⊚.

- There's nothing we can do, now please mister retire yourself from our propety...
- Hey!!! I'm not at you propiety!! I'm at the sidewalk!
- Yeah! but you're in front of our propiety!

Me lembei daquela constituiçao escrota assinada em papel de canhamo. E me emputeci.

- I'm standing at the sidewalk, wich is public.
- Get out of here before we'll kick you ass...

Motherfuckers! Fiquei muito puto, mas eram dois, e desses bem grandes, nao era desse jeito que eu me vingaria... ah! mas eu me vingaria. Cai fora soltando a frase do Lavin:

- Yeah! Land of the free! But with too many rules!!!

Quer saber o que eu fiz!? ahn não!? bem digo que atravessei a rua, liguei pra 911 e inventei uma historia sobre ter visto segurancas dessa boate espancando um menor de idade que tava drunk r tentou entrar com fake ID. Disse que eles tinham levado-o away, que there was lots of blood on the sidewalk and i was afraid that they're going to kill him. Eles falaram que iam mandar carros de policia e uma ambulancia, e eu cai fora sem esperar pra ver, mas rindo pra caralho!

Beggars
Quem veio do terceiro mundo e já viu moleque de desseseis anos muito pancado com um AR-15 na mão não tem nada que temer da malandragem daqui, que é patética, só caga goma mesmo. Mas quem t´ acostumado com a tragédia latinoamericana da miséria realmente se emputece com a quantidade de mendigos jovens e saudáveis que pintam com cartazesdizendo serem portadores de HIV, ou simplesmente fica sentados na rua com uma cara de cu e um braço estendido.

- Go fuck yourself!! Do something!!! Get a job!! Go deal drugs, it's easy belive it!!!


Tou com muito sono, sei lá tá bem estranho estar aqui em Miami, depois de toda aquela coisa maravilhosa que foi NY... Estou muito cansado tambem... espero que consiga acordar a tempo de pegar uma praia... New York foi foda!!! Putas nights, fiestas e shows, consumo construtivo, pouco turismo e muitos bons negócios e a cada experiencia a certeza maior de que Sampa é uma merda, e o melhor lugar do mundo é o rio de janeiro.
Cara!! Tou muito puto!!! Ja se vao um par de meses que diariamente algum filho da puta me manda algum virus por e-mail que eu obviamente nao sou estupido o suiciente pra rodar. Que va a merda este otario!!!

Bem, no mais, tou aqui em Miami... hoje foi um dia de grandes aquisicoes la em NY, recebi convites pra ficar mais dias, mas lamentavelmente ja tava com a passagem marcada e remarca-la significaria uma multa de 100 verdes... Mierda!

10.7.01

Sabes!? Cuando yo era un nino sonaba en ser un rockstar, bueno... esto es lo más cerca que he llegado


Things Start to happen



O telefone me acorda na sexta, es Mami, quierendo saber como estava. Parto pro Hilton, onde o LAMC tá baseado. Peguei minha credencial e meu kit (uma bolsa maneirissima com camiseta, CDs, Videos, Poster y muchas revistas) Saio pra dar um rolé e enviar um docinho por correio para o mamata (embaixo do selo, classico!) e quando volto acabo conhecendo o Enrique Lavin, editor de asuntos latinos da CMJ.

Mais tard eu tou na redação, que fica no ultimo andar de um prédio e tem teto de vidro, maneirissima. Lavin é Pan-Americano, filho de Ecuatoriano com outra latina e criado em L.A., foi logo com minha cara e saiu abrindoo jogo. Explicou que ano passado eles entraram numa com investidores da nova economia, e daí a empresa cresceu bastante, freelancers e viagens tornaram-se constantes, até que o Nasdaq foi pro caralho, metade da gente pra rua e os freelas pro espaço.

Hoje o Bill tava me falando de como Manhatam se transformou nos ultimos anos por causa desse papo todo. Ele disse que executivos de empresas dotcom começaram a ganhar muito dinheiro e bonus, e passara a comprar anadares inteirosde predios por Manhatam, e fazer puta reformas. O mercado imobilario e noturno se inflacionou estupidamente e uma porrada de gente teve de Move Out para o Brooklyn ou Jersey.

"And right now those Yuppies should be broke, killing themselves to pay next month rent..."

Na CMJ conheci uma porrada de gente, todo mundo muito ligado em musica brasileiro. Um dos malucos inclusive é um dos culpados pelo GRITA! e num portugues medonho me contou das suas trips pro Brasil, como Blind Pings e o White Frogs. Tirei uma puta onda com a minha materia de seis paginas com o Manu Chao, na BiZZ de Julho de 2000, e conquistei varios Indies com as fotos do SuperChunk, Stereolab e Sonic Youth. O mais sangue bom era o editor-chefe, que a cada foto lançava um: "Cool! Kim, i just had dinner with her last week... she's fantastic!"

Mas as sencaçoes foram a foto da BJORK (a qual rolou inclusive um interesse comercial) e a do Axl Gordo. Esta ultima rolou de mao em mao por toda redação, logicamente tambem se amarraram nas fotos da Nação zumbi, e na do Demolition Doll Rods. Foi do caralho! O Levin então passou a me apresentar uma pã de gente, inclusive Maria, editora de La Banda Elastica, a maior revista do Mexico. E que pediu para eu revelar logo as fotos do LAMC e mostrar pra ela... Uhhh... As coisas estao começando a aparecer.

Mais tarde rumamos pro Brooklyn, nos encontramos com estes amigos yankes do Lavin, um casal com dois bebes (uma menina e um menino, acho que gemeos, gorduchos, loirissimos e fofissimos!) e mais um outro casal de amigos. Na entrada para o Parque onde rolava o "Celebrate Brooklyn" alguem estava recolhendo assinaturas e doaç&oatilde;es para a preservacao do parque, dai esse Yanke que tava pra gente pergunta:

- Is this for Saving the Bush!???
- Well... Sort of...
- Damned Republicans!!! Go FUCK YOURSELVES!!!

Em seguida um coro de vaias e dedos para o pobre reflorestador que so queria saber de salvar o arbusto mermo... Lavin me apresentou este Peruano que vive em Houstoun, e trabalha com producao de shows, e que ta armando um festival com Steve Vay Haugan e Carlos Santana, eu nao me lembro onde, o sotaque dele era otimo... "Sabes en los sessenta teniamos mucha sicodelia... es que estavan todos estos hippies de europa ahi por Machu Pichu... Pero ahora Peru vaa muy mal... todos se han ido,y vistes estas eleciones!? Sacaran un hijo de puta madre para poner una otra gran mierda..."

Julieta Venegas tava no palco, ela é gostosíssima, canta bem pra caralho e é musa da comunidade Mexicana. Todas las chicas quieren ser ella, todo los chavos quieren...bueno! O show muito massa e conquistou geral, mas o melhor veio com os Venezuelanos do Los Amigos Invisibles, que fazem um rock psicodelico, com muito funk e salsa que é digno de gente que come maconha. Foi do caralho, depois de fazer meus clicks peguei as duas cervejas que tinha direito no backstage e fui la pro meio da galera, bailar... bailar... rebolar...

Um puta show, um Chicken Sandwich (servidissmo, uma coxinha no meio de dois paes, not actually a sandwich...) e muchos apierto de manos y saludos despues lotamos um vagão do metrô em direção;o ao "Fun", um club debaixo da Manhattam Bridge onde nas sexta rola a fiesta "La Leche". A esta altura estavamos comecando a ficar locos, falavamos muito alto, eramos muito e deixamos pianinho uns malandrecos que ocupavam o vagão antes. A cada parada algum fanfarrão gritava - Proxima Estacion!!!!! a resposta, de todo mundo, em coro was pretty obvious...

O Fun é do caralho! Pela primeira vez pediram meu ID, mas eu fiz cara de turista burro e o security me liberou - Just get in! O lugar era bem amplo, tinha um mezannino com luz vermelha e uma varanda onde uma Go-Go-Girl oriental rebolava as pampas. Todas as paredes eram ocupadas por projeções de videos e super-8 e os tês Dee Jays revezavam latinidades, jamaicanidades e algo de eletronico, enquanto um percursionista Puerto-riqueņo completava o quadro. Foi aí que eu conheci todo mundo da conferencia, e sotaques de toda centroamerica, sudamerica y caribe, me xinguei enormemente por nao ter trazido cartões mas voltei com os bolsos cheios deles. Conheci um pessoal PuertoRiquenho e uns Venezuelanos, todos baseados nos Estados Unidos e depois de me descoalr seus CDs e demonstrem-se superinteressados em tocar no Brasil e apresentaram un Porro de Puta Madre. A maconha estadounidense é impressionante, tem outra cor, outro cheiro e outra onda, te deixa fudido,só se precisa de um beck pra deixar uma roda chapada pela noite toda, e foi assim que rebolamos por horas no repertório que ia de Santana a Lee Perry, Orishas a whitelabels de DnB.

American Pie



Y estava caliente ahi. He conocido muchos acentos y nuestras charlas siempre empezavan en espaņol, passava para Ingles y terminava com un "obrigado" o otra expressão fácl do portugues. Bailei bastante com muchas chicas latinas, em determinado momentos armamos rodas e desciamos até o chão rebolando e rebolando... Era s&oatilde; trocar olhares, tocar as maos y ja estavas bailando con una Puerto-riqueņa, Argentina, Mexicana o Paname&ncirc;a. Já as Yankes umas tremendas pataduras, cold as rock.

Não sei direito como aconteceu, eu sei que depois de aplaudir a gogogirl que fez um desfilizinho prive pra nós deixei os Mexicanos lá no mezanino e fui bailar, derepente eu tava de cara pra esta loira muito, muito bonita, y ya tocava sus manos.

A mina é lá da Rússia, mas chegou em NY nos anos oitenta, e agora estava se formando... i don't remember on what... Bailamos bem proximos e ritimados alguna bonita cancion latina. Eu falava no seu ouvido e ela ria, se ouricçava respondia calientamente, quando eu finalmente comecei a beijá-la a mina se afasta e solta um - hey! i just wanna dance...

Direito dela, as cinco da manhã eu ja tava bem loko e tive de pegar um Taxi pra voltar mesmo sabendo que em algum lugar proximo havia uma estacao de metro. O taxista era do egyto, musçumano e ficou me questionando a respeito da regiolisidade dos brasileiros e a minha propria religiosidade, foi uma conversa bem bonita e filosofica, mas oito dolares depois eu tava no hotel.

Dormi pra cacete e acordei numa puta ressaca, meio atrasado e louco pra comer alguma coisa. Entrei nesta lanchonete tipicamente americana, com aquelascadeirinhas alcochoadas uma atras da outra, milk-shakes, cheesburgues com queijo nachos, jogo do New York Yankees na TV, cozinheiros mexicanos e garconete brasileira. Hoje eu havia decidido explanar, dai sai com a camisa da seleção brasileira, mesma certo de que o Brasil é o pais do Volei e Tenis.

Y ahi Está Manu



Reencontrei Manu y Radio Bemba no central-park e me preparei pra clicar o fantástico show.
Já escrevi muito sobre Manu e seus shows. Desta vez o cara tava com um repertorio completamente dferente, com as musicas do novo album, roupagens diferentes das musicas de clandestino e um momento especial Mano Negra com "Mala Vida" e "Larchuma Footbal club", finalizando com "Eldorado", aquela que fala da morte dos sem-terras em Carajás, que como era de se esperar, acabou em pizza.

- Hey Manu! Que es el "Bicho do Coco"???
- En Galicia o bicho do coco pode ser una depresion, pero tambien puede ser otra cosa - disse-me Manu tracando uma linha reta debaixo do nariz com o Indicador...

"...O bicho do coco entro en minha casa
e minha cabeza puxouse a abalar
O bixo do coco entro en minha casa
Levouse toda minha ilusion
Levouse os cartos, levouse a mulher
Deixo tormenta, nada de comer..."


Na banda algumas mudancas, um trompetista siciliano muito engracado que nos intervalos do show presenteou-nos com um ragga em italiano, um percursinista de Barcelona e um MC/Raggaman de Guiné, West Africa, este cantava pra caralho, tem uma voz muito bonita em Ingles, espanhol e um ragga num Patoá incomprensivel. Mas ja falei muito de manu, e por isso falo do combustivel desse show, o maravilhoso publico Pan-Latino que gozava a cada "PRESENTE" chamado por Manu. É sempre assim, Manu grita o nome de algum pais e os nativos da plateia respondem"presente!" ele chamou pelo Brasil, Rio de Janeiro e Santa Tereza em "Minha Galera",escutava com atenção e emoç:ã pelo publico.

Punks Chicanos com Piramides e monumentos Aztecas tatuados. Muchas chicas, bandeiras de todos os lados, Maryjuana (buena...muy buena...) pedidos de musica y pogo saudavel.Tudo isso com um ceu azulzissimo e um calor do caralho que so nos atiçava mais. Otra! Otra! Otra! Que Pasó? Que Pasó? Caliente!

Em seguida o backstage... Sem maconha mas com muchas sonrissas, fotos e intercambios de tarjetas y ideas. Depois de muito tempo por lá, boa parte com o tecladista espanhol, rindo dos dois caras que com uma mochila motorizada nas costas, conectada a uma magueira que soprava ar tentavam limpar a sujeirada de garrafas e copos de plastico largados pela plateia, essa tecnica além de mais cara que a tradicional vassoura e deveram ipratica porque ao inves de apenas direcionar a sujeira pra um canto o jato de ar espalhava os lixos, fazendo com que os malucos perdessem horas pra fazer um metro quadrado de lixo avancar mais de dois metros... Tipicamente Americano.

De lá parti com o Bill pra uma casa no Soho onde estava rolando uma festa apresentada pelo Grammy Latino com vários showcases, bebidas e cigarros de gratis. Assistimos aos sensacionais "Yerba Buena" que e um grupo de Cubanos radicados em NY com um vibe do caralho e saimos de lá para rangar num restaurante nas proximidades que servia apenas comida "Organica".

Por Organica entenda-se comida sana. Vegetables y Chikens grown freel, like the old times, far from the Labs and hormones. We've talk a lot while i was taking that Tandori Spiced Organic Breast of Chiken. Descobri que o Bill e etnicamente Judeu e como eu ja esteve no Cairo e em Israel. Me contou tambem da Etiopia, seus lindos palacios, florestas e artwork. Disse-lhe que planejo viajar pelos andes em dezembro, e ele me contou a historia de um amigo seu que foi assaltado no Peru e arremessado de um desfiladeiro... They never found his body... Yeah... he was American right!?

Voltamos pra festa, sou apresentado para varios empresarios e gerentes de selos, todos muito interessados e curiosos a respeito do mercado brasileņo, se tudo der certo tamos ai armando invasiones latinas na LOUD! who knows!?

Foi entre um Rum e uma vodka que no ambiente eletronico da festa eu conheci Julia. Una Mexicana calientissima, 22 aņos cabelo cheio, quadris largos y una forma seductora de moverse frente a mi. Ella vive nuna comuna en Montreal, onde estudia biologia... Capaz que el aņo que viene pasa por el Pantanal brasileiro, para estudar formas de preservação.

- Por fin alguien se preucupa por nosotros...
- Si.. lo que pasa en Brasil es una desgracia... Tipo... La gente no se revolta!?
- Las grandes ciudades estan lejos de la Jungla... y ahi la gente no leimporta nada, estan todos mas preucupados con la classificacion de Brasil al mundial que qualquier otra cosa...
- Pero y los locales!? No serevueltan...
- Es un pai muy pobre sabes!? Esa gente es muy ignorante, capaz que estan haciendo unos verdes para con sus machetes ajudar a los gringos a hacer mierda la floresta...

A mina ficou indiginada, de fato esa beleza de calça jeans, bata com flores bordadas e uma tiara supercolorida nasceu no DF (ciudad de mexico), mas se ha ido a Chiapas. Uno de los pocos lugares de la actualidad onde una revolucion popular resiste. Arriba los que luchan!!!

"Nuestra luta es por nuestros derechos, y el malgobierno se llena de assesinos y criminales (...) Democracia, justicia, libertad (...) esta son nuestras demandas en la larga noche de los quinhentos aņos..."

Si cambias Democracia por Paz temos o lema do PCC e do CV, nossas malqueridas organizacoes criminosas que ainda nao se deu conta de seu poder revolucionario e so faz matar-se entre si... Lejos de comprender lo que es el Pueblo en Armas...

Su bata ha sido bordada por esta tia que vive en el desierto mexicano, nun lugar de poder, onde nascen ongos magicos... Esta chava ya ha conocido Mescalito y como yo tiene muchas ganas de conocer a la Ayauscua.

Conheci Sano.In, um rapper afro-latino de NY muito curioso a respeito do Hip Hop brasileiro o qual ele so conhecia o Gabriel Pensador, lhe falei dos Racionais e do Marcelo D2, na minha opiniao o melhor rapper do pais.

- You know! This guy sings on a CypressHill/Sublime-like rock band, but he also has his solo work as an MC, you know he has his albun produced by Mario Caldato and recorded with a fellow from NY... ShabaZZ...
- Man!! That's my boy!!! He's my buddie, you know! He's from the WuTangKlan...
- I've meet him in RIo... he got gold teeth and sharp voice...
- He was in RIo!? But he doesn't understand a fuck in English... Portuguese then...
- Marcelo babysited him...

Quando o bar fechou, o Bill e um bonde partimos para uma boate na 21st. Oriental-themed, com estatuas de chiva, tapestrys, narguilles y varios tipos de puffs e tatames. A cerveja era japonesa e custava seis dolares, e quando chegamos o som era um arabe moderno... 100% Curry.

Hasta Siempre



Dai os DJs foram se revezando, logo chegou Lucia trazendo o Gambit e parte do crew da Radio Bemba, trocamos altas ideias, o Gambit (baixista do Radio Bemba) me descolou seu endereco e disse pra eu mandar coisa brasileira que ele me manda coisa europeia. Tao prontamente o Bill assumiu as pickups e colocou uma secao de Funk (Cerol na Mao/Tchutchuca) que deixou todo mundo bolado, na sequencia emendou com "Rios Pontes e Overdrives" do Chico Science e logo eu, Lucia e Gambit estavamos gingando e abrindo uma roda.... Brasil... PRESENTE! Francia... PRESENTE! Mexico... PRESENTE...

Esta chava bailava mucho bien... Y yo mismo me impresione bailando en su mismo compasso (mismo que no tan bien como ella) y me recuerdo mucho una chica Indiana com que tive um rolo em 1996, cuja relacao so nao foi mais longe porque na epoca eu tinha uma namorada estupidamente ciumenta..

pero no...Not tonight... A festa continuou ate as cinco, porque quando a pista tava ficando vazia es que llega na casa Manu y Radio Bemba, direto de algum estudio... que eu so nao conferi porque acabei nao descobrindo o pico... Foi classico, nos echamos unos tantos porros y bailamos, y bailamos... o Siciliano comoecou a tocar seu trompete na onda da musica y todos nos reimos... E pude conferir a canastrice de Manu sobre duas fans americanas em pessoa...

- Pleaase! Where can I get ashirt like your!??? - referindo-se a camiseta da Radio Bemba que manu usava...
- We didn't bring them to the US...
- But you can give me yours... - said the chick puting her hand on his breast
- Well, this is all sweaty,but if you come to the hotel with me...I'll give you a clean one...

That's my boy... Quando finalmente os donos da casa passaram o rodo na gente (literalmente, os caras acenderam as luzes, desligaram a luz e soltaram o balde no chao) fomos saindo devagar, o siciliano comecou a brincar com uma marionete perto da porta e o seguranca lhe deu uma prensa. Triste! Dai samos, tava chovendo, uma Argentina ficou de me descolar um 1-800-POT by tomorrow. E parti pro Metro,estacao vazia, so uns negoes fumando um beck num canto. Quatro estacoes e tou em casa, o sol de domingo tá nascendo y estoy muy... muy... muy contento... y hambriento! Damnit!

Ahn! Consegui acesso a Net, sabes como!? catei um desses "700 hours Free" da AOL... AOL!!! Hay dios mio, onde he llegado...

babylon


You know man!?/Sabes pibe!?
Estoy nel ultimo piso de una torre en NY, la vista, por supuesto es otr torre mayor ainda... La Marihuana es de estupenda cualidad, pero la birra es esta budweiser hitetrash de mierda. Los shows en las ultimas noches solo han sido fantasticos. Manu Chao fue record de publico en el Summerstage, Titan estuvo magnifico,loko loko, El Gran Silencio hecho los Mexico Cabrones a la locura. Julieta Venegas es aquella presiodidad no!? Aterciopelados no he podido ir, estava arrebentado, y en King Chango solo no entre por el security cagagome de mierda y su jefe que no me dejara entrar neste China Club de mierda (pico que hasta poco estava con una colla rellena de hombres... y nada mas!) y told me to get out of their propety or get my ass butted. But fuck off i'm in the side walk.... Land of the free right!? fuck off...

estos chavos de la industria me estan carghando right now... hablando que estoy en mi mundo... verdad! i'm back to my net zine blogz world... solo estuve lejos por que he trabahjado mucho estos dias... muchas fotos, negocios y tarjetas... Gente! Capaz que ya asa algo muy bueno...

Besitos! :*

6.7.01

"gimme ganja, gimme weed, gimme sensimila"



Antes de viajar encontrei na estante la de casa, dentre os livros da minha mami (onde tem muita coisa boa como DUNA completo e varios do Gabriel Garcia Marquez) um guia de NY, escrito pelo Nelson Motta. Trouxe ele e li quase todo no aviao. O livro eh bem maneiro porque escracha pacas a sociedade yankee consumista e gorda. Tem varias dicas interessantes e tal, o unico vacilo eh que ele classfica o Summerstage (uma das razoes pra eu ter chegado ate aqui) como programa de Indio... Mas tudo bem, o cara eh coroa, deixa ele...

Tem um capitulo sobre Parques, onde ele zooa basante o fato dos caras usarem os parques de praia. Neste capitulo ele descreve o Washington Square como um lugar cheio de gente andando de patins, artstas de rua e jamaicanos vendendo maconha. Lembrei disso quando tava na Forbiden Planet, uma loja de quadrinhos superclassica que tem aqui, dai eu consultei o mapa e vi que o Washington Square ficava no caminho da minha destinacao, o Soho e o Village.

Chegando la me decepcionei com o ambiente familiar e um casal de canas que tava por la (estes nao eram gordos, e sim dois rednecks jovens e saudaveis). Muito puto sentei num banco e fui consultar o meu mapa e anotacoes pra saber pra onde ir. Dai em questoes de minutos aparecem estes dois figuras que bem podiam ser cariocas distribuindo filipetas aos macos. Quando o cara me entregou eu puxei assunto:

- Do you have something or tonite!?

"Sure I Do" disse o malaco largando a mochila do meu lado e comecando a revirar os montes de filipetas, dai o cara me entregou dois flyers, apontou pra festa onde ele estaria que era de Trance e antes de ir embora falou bem baixinho - Hey! If you're into it! I got some X and some Tabs...

Eu ja ouvi muito falar de cops que se fantasiam de dealers, oferecem bagulho pras pessoas e as prendem em flagrante quando estas aceitam. Atitude deprimente e super anti-etica da policia do Giulliani, mas esses dois caras definitivamente nao tinham pinta de tiras, eram magrelos e tatuados demais e afinal, porra! Eu vim do terceiromundo! Eu nao vou rodar assim tao facil na Babilonia...

- hmmm... Do you got some weed!?
- No sorry!!! Not yet! You can call me in two hours and i'll get you soon!!! But i can make this Xs really cheap to you...

Topei, dai a gente saiu da pracinha, ele falou que la era sujeira.

- There's Lots of Cops in this place... you're not a cop right!?
- Do I look like a cop!?
- No! then say: "i'm lot a cop".
- I'm not a cop! Your turn now!
- I'm not a cop! Let's gettaoutahere...

Dai a gente foi pruma esquina e por vinte dolares descolei um ecstacy com o simbolo da paz e dois acidinhos gelatinosos que o cara me garantiu ser psicodelico. O cara me deu o fone dele tambem pra u pegar o bagulho mais tarde. Lamentavelmente so deu fora de area.

Small Change Jim, um figura que conheci no Summerstage com a maior cara de elfo que bem poderia ter saido de uma comunidade riponga de Maua, se nao fosse pelo celular e Palm (todo mundo aqui tem celular e palm!!) me convidou pruma festa onde ele ia colocar um som, de gratis. Fui pra la, o nome do lugar eh "Apartment", e fica no "Meat District", que tem esse nome nao por causa da prostituicao, mas por que lah tem varios armazens que distribuem carne pra cidade. A boate ficava num subsolo e era bem Fancy, tava bem legal. O cara era um dos quatro DJs que se revezavam la colocando Dub, Acid Jazz, Trip Hop e HipHop, alem de eventuais rocknrolls. Bem legal, tinham varias gostosonas mas ninguem deu muita trela. Lembro que em determinado momento, um negao que tava devorando uma oriental me saudou e brindou. Troquei altas ideias com o elfo, basicamente sobre diferencas entre Rio e New York, os americanos que sabem da existencia do Brasil (a maioria pensa que o Brasil deve ficar na Africa) admiram pra cacete agente. No Bar do Apartment (que tinha uma dessas barwomans que dao vontade da gente levar pra casa) tinha uma garrafa de 51 imported, me disseram que era porque Caipirinha tava de moda, perguntei quanto era. Algo em torno de dez dolares disse o elfo, ha! ha! quando falei que no Brasil sai por menos de 1 dolar todo mundo passoumal...

Aqui pra se embebedar alem de ter muita grana voce precisa ter mais de 21 anos, eu tenho vinte, mas ate agora ninguem pediu minha ID... Mas do jeito que a galera eh burra por aqui eh capaz dos caras so olharem pro 1980 pra acharem que eu tenho vinte e um. Serinho, mais de uma vez eu tentei facilitar trocos (tipo assim, comprei algo que deu US$14,30 dai eu descolei uma nota de US$20 mais 30 centavos) e os caras se enrolavam todos, nao conseguiam fazer as contas... impressionante!

Antes de viajar perguntei pra amigos que ja tiveram por aqui alguma dicas. O Pedro So, me mandou ir na St.Mark St., no Village. Putaquepariu que prejuizo, varias roupas maneiras, CDs e discos baratissimos... putz... nao vou nem falar o quanto gastei pra nao levar porrada... mas bem, pelo menos acho que ja descolei tudo que eu precisava nestes dois dias de NY, com excecao da minha lente e do "American Gods" do Neil Gaiman, que ta "Sold Out" em todas as livrarias e comicshops que fui. O maximo que encontrei foi uma copia autografada por 30 dolares! Fuck off!!! Tenho tres autografos do cara, com dedicatoria, desenho do morpheus e o caralho! ate parece que vou gastar meu dinheiro numa porra de livro autografado...

Ah! Encontrei minha lente na B&H, uma loja de fotografia que eh tortura pura. Tem simplesmente TUDO que voce possa imaginar pra foto, video, cinema, edicao de audio e video. Punheta pura, e o mais legal eh que 80% dos atendentes sao Judeus Ortodoxos, aqueles com cachinhos, camisas com elasticos pendurados e equipa (eh assim que escreve), todos muito simpaticos, ficavam animadissimos quando eu falava que era do Brasil, e mais ainda quando eu falava que ja havia ido a Israel... heehehehehe, Judeus sao negociantes natos, e essa estrategia me rendeu bons descontos...

Encontrei a lente dos meus sonhos... uma Nikon 14mm 2.8, no catalogo custa mais de 2000 dolares, so que eles tem uma usada (que na verdade nunca foi usada, apenas ficou muito tempo na vitrine) pela metade do preco... Putz... investimento cruel! cruel! Cruel... mas porra! Foi pra isso que eu economizei durante um ano, pedindo pra entrar de graca nas boates e dando calote em onibus... Putz... tou fudido! vou passar o resto da viagem tentado a comprar essa porra e vou acabar fazendo... Espero descolar varios contatos la no LAMC, vender fotos e pautas sobre o Brasil e amenizar os prejus que estou tendo nesta trip... Ou senao eu posso cotactar o C.Cobbie (o malaco la do Wahington Square) e negociar uma compra no atacado, pra fazer a alegria da galera do Rio...

Bem, pelo menos em Miami eu nao vou gastar porra nenhuma, vou soh ficar naquela moleza de praia e rolezinhos com a gatinha... Mas se sobrar dinheiro e disposicao, tou pensando em descolar uma trip Miami-Kingston... Imagina so? Coisa de loco meu...

Ah! Fui buscar minha credencial pro LAMC. Maneiro, ganhei uma bolsa com camiseta, poster, quatro CDs, dois videos e uma caralhada de revistas e adesivos. Uma Yanke super gostosa que tava trabalhando la (uma das poucas, a maioria eh Cucaracha mermo) tava usando a camisa da selecao Brasileira. Eu mesmo trouxe a minha, mesmo sabendo que a selecao nao merece isso, mas bah! Vou usa-la no show do Manu Chao. Sera que ele vai tar com a camisa da Argelia denovo!? Se tiver eu mato, os tres shows dele que cliquei ele tava com essa camisa...

Eh isso, vou dar uns rolezinhos por ai ate chegar a hora do show de hoje, do "Los Amigos Invisibles" la no Brooklyn, amanha tem Manu Chao pela tarde, e uma festa denoite, que tem alguma coisa a ver com o Grammy, segundo o schedule que eles me descolaram... Tambem preciso tentar ligar pro dealer pra ver se ele descolou meu bagulho, ou passear pelas pracas atras de alguma coisa legal... Bem, pelo menos o show do Manu jah esta garantido em ser beeem colorido.

Nos vemos!
Campo Minado


Tem algo realmente estranho acontecendo, primeiro (ha umas duas semanas atras) eu libero o NoteBook pra uma amiga checar e-mails e... Zap! Ela abriu um desses "ganhe dinheiro facil" e meu micro foi pra vala, logicamente nao sem antes de brinde detonar o conteudo do meu Palm Top. Se voce, como eu, e uma pessoa apegada aos bens digitais deve saber do que estou falando...

Dai eu esqueci esta merda e fiquei só no meu Macintosh, que até dá seus paus, mas nao apaga arquivos e nao pega virus, como fcava meio dificil trazer ele na viagem, reformatei o meu notebook, reinstalei o windows e trouxe o bichinho, pensando que ia me dar bem, uma vez que o meu provedor (Openlink) foi comprado por uma multinacional (PSINET), que por sinal fundiu-se com outra maior ainda (Inter.Net) logo eu virtualmente teria acesso de qualquer lugar do mundo. Virtualmente, nestes anos todos trampando com Internet eu deveria ter aprendido que fusoes de empresas so servem para cagar as empresas, aquisicoes por multinacionais entao...

Primeiro, ainda no brasil, quando rolou a fusao, foi o maior drama pra fazer a porra do FTP do cucaracha funcionar, tive que enviar dez mil Faxes e ficar ouvindo horas daquelas musiquinhas do PABX do Suporte ("...Lamentamos informar, mas nossos atendentes continuam ocupados..."). Logico que continuam ocupados, eles devem ter demitido uma porrada de gente, e só deve ter sobrado meia duzia de malacos pra cuidar das crescentes cagadas que eles andam fazendo.

Dai eu chego aqui e nao consigo conectar. Ligo pra Inter.Net daqui e ela nao aceita meu User Name, desco ate o Business Center do hotel e a porra do Webmail da minha conta @cucaracha.com.br (hospedada na Inter.Net) tambem nao entra. Puta que pariu!!! Mas que servico de merda!!! Saca, eu sou usuario desse provedor desde 1996. Tudo sempre foi lindo ate esses yankes de merda comprarem a companhia e cagarem tudo. Caralho! Assim que voltar pro Brasil vou mandar essa companhia pro diabo, afinal em casa eu tenho cabo, e se precisar conectar com meu laptop eu uso o IG, ou o similar no pais em que estiver. A putaria agora vai ser encontrar um servidor novo pro Cucaracha... Alguma sugestao.

Ah! E se voce estiver procurando provedor... NAO ASSINE A INTER.NET!!! EH UMA GRANDE MERRRDA!!!

Bem, pra complicar meu Laptop voltou a dar pau... Eu nao sei o que diabos eh desta vez, ma vez que nao instalei nenhum programa nele... Puta que pariu, vou ter que procurar a merda da garantia... Mas isso só devolta no Brasil, e eu pensando que ia poder conectar numa boa. E que muy moderno poderia escrever meus textos todos nao aqui, mas em Miami, em frente a praia. Tudo bem muderno e inspirador!! Mas nao!!! A porra das minhas maquinas me traem!!! E nem acento tem mais!!!

Caralho! Eu cheguei ate em pensar em pegar o dinheiro que eu separei pra comprar lentes e comprar o novo IBook da Apple... Mas nao, eh muito caro... eh rapah... o Barato sai caro...

Ah! Sim, como ficou claro, unfortunatelly estoy e-mailless. Incomunicavel... muito... muito puto!

5.7.01

Utopia do Consumismo



Tudo em NY é em Ingles ou español, até mesmo os policiais mais rednecks sabem arranhar alguma coisa no idioma Ibero-latino. NY deve ter os policiais mais gordos do mundo, e um dos lances mais engracados é que quando voce passa perto de um deles voce escuta aquelas palavras no meio da interfereccia do rádio:

###### Chasing young black male ##### Roger! Roger!!! ######

Mas o hotel onde estou é diferente, tudo vem em Inglês e Francês, e o lado bom disso é que já filmei varias europeias felizes por aqui. Uma delas inclusive tem os dreads desgrenhados de gente branca, um pouco mais evoluidos que os meus. Alias, se no rio de janeiro eu ja tava mostrando a cara, aqui eu explano. Dread Locks aparecem na cabeca de todo mundo, em todas as cores e espessuras. Quem sabe eu nao finalizo os meus por aqui!?

No caminho ate o central park eu so acabei comendo um Pretzel pra lá de seco e salgado, dai resolvi que teria de comer decentemente denoite. Hoje tive cansado demais para explorar a cidade, o mais longe que fui foi no Summerstage, curti pacas mas acabei sentindo a fadiga da noite mal-dormida no aviao, acabei voltando pro hotel pra ficar de molho um pouco e me animar a sair so por aqui mesmo, pela Broadway, ate o World Center.

Apesar das milhoes de imagens, filmes e historias que voce ouve falar daqui, voce inevitavelmente acaba se impressionando. A fumaccedil;a que sai dos boeiros, a maloqueirajem de bandana, as luzes de dot-matrix e o sem-fim de andares e outdoors. Acabei indo parar num tal de "Mahatan Chili Co.", um restaurante mexicano exatamente em frente ao NASDAQ. Quem diria!?

O Barman era Chileno, latino como a maioria do bonde que tava por la. Rimos bastante e bebi dois chopes de DOS EQUIS. Aqui é foda, sabendo que o Central Park tem função de praia por aqui tava crente que ia poder tomar um solzinho bebendo uma cerva. Porra nenhuma! Só se eu trouxesse de casa dentro de um Brown Paper Bag, aqui beber na rua é sujeira, e quem ganha em cima disso sao os donos de estabelecimentos e seus preços extorsivos. No Summerstage o chope era cino dolares (uns onze reais!!!), pra complicar ainda era Heinekein e vinha naqueles copos de meio litro, que esquentam a breja no meio do caminho...

Mas eu encontrei com o Bill, o gringo que conheci no Abril Pro Rock e mudou a historia toda, o cara me apresentou para um casal d eamigos doidoes e acabei ganhando convites para tres festas, uma na sexta, uma no domingo e uma segunda. Vamos ver...
O Summerstage tem tradicao de semore apresentar atracoes de calibre no 4 de Julho, hoje o evento decidiiu reunir varios icones do Old School Hip Hop de NY. Foi lindo, porque no palco voce via aqueles coroas inteiroes, mantendo a mesma pose e cagando a mesma goma e na plateia voce via todo o tipo de gente, todo mundo de roupa oversized arriscando passinhos e break e cantando as musicas, da introducao ao fade...

Tev eum shwo de um quarteto cascudo de gorduchos (alias, como há gente gorda aqui! Putz! tenho de lembrar de nunca mais sacanear ninguem no Rio, que nem aqui nao existe no brasil. Serinho...) que foi muito engracado, na ultima musica, um dos MCs visivelmente alterado decidiu produzir um "concurso de dancas", chamou cuas meninas, duas coroas, um molequinho, um tennager whitetrash e um MC amigo dele que deveria ter uns 22 anos no maximo.

O cara disse que o publico escolheria o vencedor e quem ganhase ia ganhar uma porrada de camiseta e mais cinquenta dolares, do bolso dele! (o maluco fez questao de tirar o maço de verdinhas do bolso - claro que clickei).

Todo mundo se apresentou e tal, quem mandou melhor foi o tal do MC, mas nao conta porque o cara ja era MC, depois dele veio o whitetrash, que rodou de cara porque lembava muito o Vanilla Ice, mas o mais divertido nao foram esses resultados, foi que o cara tinha chamado uma menina de sete anos pro palco, que subiu animadissima, mas ao encarar o Central Park lotado ficou bolada e petreficada, quando chegou a vez ela dancar ela começou a chorar, e o MC, visivelmente alterado, so comecou a complicar as coisas....

- Pleeeease! Don'tcrylittlebaby, imsureyougonnabewell... i'll gaveyoutwentydolars to dance... now dance...

o Cara tava quase que envfiando a nota de vinte verdes goela abaiuxo da menininha (isso tudo no palco), dai veio o outro MC mandando um "it's ok... forget it!" mas o cara nada, prosseguiu instigado perturbando a menina... Eu sei que no final o pai subiu no palco e o caralho, e a menina obviamente, pediu uam puta chance...

...ou não!?

No meu role pelo Times Sqare cai na roubada de entrar na Virgin Megastore, mal descobr a prateleira de Latinos comeca a tocar o "proxima estacion..." fudeu! fiquei la garimpando CDs ate tocar "homens", daí eu ralei, com umas duzias de cds legais na bolsa. No caminho de volta, ja meio aletrado pelo par de cervejas carissimas eu juro que uma chica latina que andava com um bonde por la calle ficou me secando e eu uma piscadela, eu respondi obviamente e segui o rumo... lragando-a no esquecimento... Alguns metros depois um engravatado pergunta se eu nao quero conhecer sua boate e seus shows de srip-tease.
Habla sério...

Tipo assim.. .todo mundo smepre muito falou do mauhumor das pessoas por auqi, poxa, enato fui muito sortudo. Fui abordado varias vezes na rua, pela tarde um moleque black me olha, comeca a mandar um rap com um refrao "This is a town of foreginers... yeah! we're all foreginers". Mais tarde uma negra maravilhosa com uma bandana da bandeirinha yanke na cuca (maldito 4 de Julho) pediu para eu fazer um click dela com as amigas em frente ao World Trade Center, coloquei elas num tremzinho, bem numa onda "banana split"... deve ter ficado classico...

ah! E a Virgin Megastore tem uma prateleira gigante de musica brasileira, tem de tudo, de Marcos Valle a o Rappa... E no breve momento em qu efolhieei com ela testemiunhei os ocmentarios felzies de varios brasileiros que passavam. Teve um casal que tirou foto e o caralho...

Bueno, me voy que ja estoy caindo aos pedacos aqui... Amanha tenho de acordar cedo, visitar o SoHo, a CMJ, a B&H (loja de fotografia cascuddisima) e se tudo der certo ver e clicar o Aterciopelados por la noche.

Que las hay! las hay! Por la Carretera!!!
Nos Hablamos...

4.7.01

por la cerretera



Nao, eu nao perdi o voo. Pelo contrario tomei um cha de cadeira impressionante, mas nao foi de todo ruim, conheci na sala de espera uma mina maravilhosa la do Rio mesmo e ficamos trocando altas ideias, mais tarde outra maluca (do rio tb, so que mais coroa) juntou-se ao papo, e matamos bem o tempo.

A mina tem parentes na Varig, descola pasagens de graa e vai sempre a New York porqe tem um namorado em New Jersey, gringo e fotografo, quando falei que eu tambem fazia uns clicks a mina pirou e me mostrou um curriculo do cara, lamentavelmente nao tinah nenhuma foto, so o nome das "celebrities" e revistas que ele clicou... Parece que o cara tem um estudio eh profissa mermo, fiquei felizao, afinal bem que o cara podia me dar umas dicas de lugares pra comprar equipamento e derepente fazer uns workshops. Mais tarde a mina me disse que trazia duas malas, uma com suas roupas, e uma outra que sua Tia tinha feito que era pra ela entregar pra alguem, vai saber...

Ja no aviao lotado, do meu laod sentou um simpatico coroa argentino com quem pudebater algum papo ate ele dormir, o cara dormiu logo, eu nao. Os assentos da classe economica sao horriveis, do meu lado tinha uma familia com duas criancas e um Yorkshire que chorou a viagem toda, e ninguem puteava porque varias menininhas passavam falando "que lindo... que gracinha...". Na minha frente tinha umam gorda que se mexia pra cacete e ficava balancando a poltrona, ocasionalmente eu acidentalmente chutava a poltrona e a coroa me encarava com cara feia. Um saco!

Finalmente o desembarque, me encontro com as duas minas que conheic na sala de espera e entro na fila da Imigracao, tava na maior noia, primeiro eu fiquei procurando na fila alguem com mais cara de doidao do que eu. Pra desencargo de consciencia, achei um moleque sujaço mas com passaporte Europeu. Pensei pra mim mesmo: "Tou fudido! Tomara que o Fed que me entreviste seja alguma das negonas gordas e naoos coroas WASP".

Nao deu outra, um policia olhou pra nossa cara e colocou a genet na fila do coroa, primeiro foi a gatinha, o cara fez algumas perguntas e ele passou na boa. Dai veio eu, o cara foleou o meu passaporte e achou um carimbo de entrad nos EUA de Dezembro de 1999.

- How long have you stayed in the U.S. on December 1999?
- Like, three weeks... no! Four!
- Where have you been!?
- Miami... Key West... Palm Beach... Travelling with family!?
- Seen lot's of aligators andstuff huh!?
- Errr...? Sure!!

Dai o cara me liberou, passei aliviado pela migra e fui pegar minha bagagem, pude perceber que a outra mina (a mais coroa) nao teve essa sorte toda e ficou agarrada. Ajudei a gatinha com as malas e me dirigi pra saida, dai tinha mais uma Blitz, aquelas em que voce tem que "declarar bens". A mina me fez aquelas perguntas estupidas "Do you have Explosives on your bag!? Food!? Animals!???" e me liberou, dai quando eu tou saindo percebo que agarraram a gatinha e mandaram ela abrir a mala.

Fiquei la na porta observano o yankee pilantra mechendo na mala de roupas dela, a menor, e se amarrando naquelas roupinhas provocantes tipicas da mujer brasileira. Dai quando o cara comecou a abrir a segunda um policia coroa falou pra eu sair de la porque estava atrapalhando o trafego. Expliquei que estava esperando minha amiga ser liberdada. Nao teve cao o cara falou pra esperar la fora e pelo jeito que ele e os outros canas me olharam tava bem claro que se eu nao o fizesse eles iriam faze-lo por mim. Dei um tchauzinho pra menina, agora visivelmente nervosa, como quem diz: "te espero la fora". e sai...

Esperei uns vinte minutos... e nada da mina sair.
Torrei uma grana no Taxi ate o Hotel, que fica na 52st com a Broadway, de fora eh feio pra caralho, mas o quarto eh maneirissimo. Pena que a porra do micro do Business Center (que teoricamente tem que pagar 40cents p/minuto pra usar, as ate agora ninguem apareceu pra me cobrar PN) nao tem acentos.

Eu tou com fome pra caralho!!! Vou ver se filo algum hamburguer de 4 de JUlho no Central Park.

Nos vemos!!!

3.7.01

endless summer



Uma das melhores coisas em ter deixado o emprego um mes antes da trip é que tive bastante tempo para ler e escrever, um das dúzias de livro que confer foi "A Praia" do Alex Garland, um livro sobre um bando de viajantes (eles fazem questão de se identificar assim, e não como turistas) europeus curtindo vida de pescador numa ilha deserta da Tailandia. Em determinado momento do livro, lá pelo início, Richard o protagonista conhece dois Yankees, Sof and Sommy, que fazem questão de mostrarem-se radicalmente estúpidos enquanto fumamam ao som de "Smoke Two Joints"...

Na verdade os caras são universitários lá de Harvard, mas fazem questão de em suas viagens reforçarem a imagem escrota que todo mundo tem dos Yankes. É mais ou menos como quando eu vou pra sampa ou pro nordeste e faço a questão de me mostrar o mais cariocamente escroto possível. Normal!

Uma vez, em caraíva (que é habitado por vários "viajantes") um paulista com um adesivo da Mackenzie na Cherooke entrou numa comigo e um broder que tava comigo. O cara tava reclamando que a gente tinha colocado nossa barraca (uma daquelas bem pequenas, de uma pessoa só, que usavamos mais para largar as tralhas e revezar sonos) muito perto da dele (uma daquelas gigantes, onde dá pra levar uma suruba na boa). Ficamos ofendidos e destilamos mil ameaças pra quebrar aquele clima paradisiaco todo. O cara ficou assustado e saiu de perto, deixando cair vinte reais do bolso, devidamente embolsados pela gente.

Lá era massa porque rolavam uns esquemas com uns gringos que levavam farinha pra Europa e traziam balas e doces. Esse broder que tinha me levado já tinha feito seus negócios, e nos largamos num terreno na casa de uma mina que coordenava boa parte desses movimentos. Foi tudo muito regado e colorido aquele revellion de 2000, pena que mais tarde a veja publicaria uma matéria intitulada "Paraíso das drogas" e o revellion de 2001 foi deveras caído...

Como se faz pra descolar fumo em NY!? Se alguém souber please contact me. Caso os gringos que encontre pro lá sejam caretas vou apelar pra Hot Line da High Times. Lá é assim, consumo desenfreado né!? Será que chegando no dia 4 de Julho eu vou conferir milhóes de bandeirinhas e gordos fazendo churrasco naquelas churrasuqeiras redondas que nem a do Homer Simpson!? Será que os Hamburgues vão ser daquele tamanho todo!? Jea tou vendo que em NY eu vou comer mal pra caralho!

É estranho pra caralho. Eu vinha planejando fazer uma trip longa pelo exterior já faz tempo, estava focado principalmente an Europa ou na América Latina, nunca imaginei que acabaria indo pra Babilonia. Mas é como o Emerson Gasperin me disse ontem enquanto caminhavamos em direção ao Plebeu, onde traçamos uma Picanha.

"INVADA A AMÉRICA ANTES QUE VOCÊ SEJA INVADIDO POR ELA"

Gostei! Ir conferir esse "American Way" que eles tanto vendem nos seus filmes só pra ter certeza de apesar de todos os problemas, aqui ainda é muito melhor. Ainda. Provar o gostinho do que tá rolando por lá enquanto o mundo explode.

Em meia hora estou na casa da minha mãe e ainda tenho malas pra fazer, tinha uma tirinha onde os pais da Mafalda tavam na maior correria dentro de casa, arrumando malas e fazendo telefonemas, daí a Mafalda diz pra Suzanita, ou pro Manolito, sei lá: "Estes são os preparativos para as férias que vamos tirar para descansar dos preparativos das últimas férias". Essa correira é foda, nunca dá pra se lembrar de tudo, falar com todo mundo ou se despedir. Hoje eu queria ter me despedido de uma preciosidade merecidamente, mas tive de me contentar com a lembrança de seus lábios fofos ontem a noite.

A fetsa foi do caralho, consegui colocar uma hora de som decente, ragga, rock en español e funk, daí depois de uma hora caguei tudo, meus discos tavam se esgotando e eu já tava ficando chapado demais. Sabendo da minha viajem o bola me descolou um galão do "A Maldita" drink de Menta geladissimo que leva o nome da festa de segunda... Foi matador...

Bem, aqui estou eu queimando meu ultimo fininho, ouvindo "candidato caô caô" pelo Bezerra da Silva, mais de que certo de que todos os problemas vão se resolver. Pois como disse o livro que eu citei lá em cima, quando voce senta no assento dos avião vocë esquece todos os problemas e começa do zero.

Argh! O fone ligou, tão me esperando, é melhor ir pra não ter mais problemas...
Nos vemos na Babylonia...

2.7.01

LA DESPEDIDA


Caiu a ficha! Amanhã a noite estou partindo da cidade maravilhosa para New York, chegando na manha do 4 de Julho, como já era de se esperar estou super atolado, ainda não fiz as malas, não formatei o Laptop, mas já armei o esqueminha deste Blog, pra deixar o pueblo todo sintonizado das andaças todas.

Fui falar pro Tomas Coockan (que é o produtor do LAMC, festival de bandas latinas que vu conferir lá em New York) a respeito do "Febre de Funk", documentário sobre este ritmo maravilhosamente carioca no qual eu tive o enorme prazer de trabalhar. O cara pirou, parece que o Funk é falado lá no Norte, realmente depois de anos divulgando a violencia do Lado B e do Lado A nossa midia resolveu mostrar pro mundo as batidas e as bundas do pancadão, e os gringos tão ficando maluco. O cara pediu pra eu levar uns CDs pra ele, daí ele até me arrumaria umas coisas legais de rock latino e mais tarde me ajudaria a divulgar o documentário lá pelos EUA (só falta legendar... o que vai ser foda, imagina legendar o Catra!? E a música do Chatuba!???).

Rumei pra Uruguaiana, que pra quem não conhece é um vasto complexo de camelôs no centro nervoso do rio de janeiro, lembra bastante Asuncíon, só que sem aqueles mendigos te oferecendo Mate. De cara comprei umas sedinhas de palha de milho pra levar pra NY e impressionar os gringos, logo depois achei uma barraquinha bacana e levei Seis CDs de Funk mais um do Gerson King Kombo que tava perdido por apenas 50 contos. Tem altas variações, um CD solo do Mr. Catra, uma coletanea de Funks Antigos (Rap do Silva, Rap do Pirão, Endereço dos Bailes...), um com coisas mais novas (Bonde do Vinho, Bonde Neurose, Amilcar e Chocolate, Vanessinha...) Alem de logicamente um Furacão Tornado. Também achei o CD "Top Hits" do D. Fallah por cinco reais.

Mas o melhor foi numa barraquinha especializada em Funks que tinha uns vinils largados.

- É Base Amigo?
- Também, base, single. Cinco real...

Sujei os dedos mas pesqueis coisas lindas, aqueles discos deveriam pertencer a algum DJ, a maioria eram singles europeus do inicio da década de noventa, bastante Ragga, Dub e Dancehall. Levei uns troços da Pow Wow Recs, um Shabba Ranks e o mais clássico, um Single do Apache Indian com "Boom Shaka laka" e "Warning"...

De volta pra casa começo a fazer os telefonemas e passar os e-mails... Pretendia fazer uma despedida no Puebla Café, mas segunda a cobal não abre, dai resolvi que vou colocar um som na pista dois da Maldita, que é uma festa que rola toda segunda na casa da matriz, cujo lema é "comece a semana se acabando".

A festa começa tipo umas onze, a entrada é R$2,00 + R$8,00 de consumação. Vou colocar Rock Latino, Reggae e Ragga... Apareçam...
Casa da Matriz -- Rua Henrique de Novaes 107 (botafogo, entre a São João Baptista e a Real Grandeza).

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"el viento viene, el viento se va... sin mas razon. El hambre viene, el hombre se vá. Ruta Babylon. Cuando Volvera!? Por la carretera..." (Manu Chao - La Despedida)