20.7.01

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Encontrei com a Tabata na quarta feira, dia em que o Megazine publicou aquela matéria sobre Blog, com foto do Pedro Ivo e do Nickolas, irmão da Tabata. Encontrei com ela as nove no seu apê num pré de tr≖s andares super-sussu lá em South Beach. Foi bem legal ver aqueles rostos todos familiares e falar carioqueix solto. Ar condicionado, Internet a cabo, cigarritos e o Ney (o irmão mais velho) super encucado com a configuraçao de um dos seus 22 laptops P/B 486 (se bem que ele tava apanhando do Pentium I, o melhorzinho). Parece que o cara comprou tudo por US$150,00 e planeja através deles transformar o apê em algo parecido com a residência dos Jetsons.

Sob efeito pegamos os camelos e prtimos pra Ocean Drive, mais precisamente no Compass Cafe, onde a tabata trampa (quarta era seu day-off), lá conheci o Argentino Ramiro, bartender workaholic do pico que nos descolou dois Blue Hawaii (drink cremoso aul fluorecente delicoso). Tinha também um gringo maleta que não deixava de alugar a Tabata e por isso mesmo ganhou o apelido de "Green Card". Mais tarde, quando voltamos para encontrar com o Ramiro (que tava fechando o bar), o gringo voltou a alugar e o Raimiro disse algo como: "ese te hace sangrar las orejas!!!"

De lá partimos para o Uncle Sam Cafe Music, uma das muitas lojas da Washington Road que ficam abertas a noite toda. Lá dentro vários CDs e Vinils usados (descolei uns lances legais de reggae e de dnb a preços risiveis), Revistas (comportamento, m&uacte;sica e umas revitas indepentes com orientação libertaria e claramente calçadas nas batalhas de Seattle e no IndyMedia), Patches e Water Pipes. Hoje voltei a rua e acabei levando um Narguilee maneirissimo (não na Uncle Sams, em outra loja mais especializada) para duas pessoas que acabei de testar e relamente deu uma press&atile;o violenta. Naquele dia só besmilhotei e escutamos vários sons. A Tabata é bem ligada em música eletronica, mas disse que a boa deste fim de semana é um pico no downtown que ela chama da "LOUD! daqui!", é pra lá que vu se não rolar de ir pra Key West com a Lolita.

Depois disso, uma lariquinha básica na Pizza Rústica e uma boa pedalada devolta ao apê onde o Ney seguia encucado com a configur&cceil;ão de seu micro ("ê máquina lenta!"). Detonamos uma ponta e rimos pra valer.

É legal conhecer gente assim, que por seus motivos resolveu trocar de mundo. Subir e encarar umpaís completamente distinto, onde o trabalho é uma religião e o consumo um ritual acessivel, mas a liberdade sempre vigiada. Todo mundo tem saudade e segue plugado no Brasil, mas é dificil.

Ontem fui até a escola de televisão da "Miami Lakes Art Education Center", onde finalmente tive acesso estável e instantaneo a Internet. Mostrei o Bush or Chimp pra Lolita que descontrolou-se de rir e foi logo clicando o Print. Mais tarde sua mão disse que ia tirar cópias das paginas impressas e mandar pra todo mundo em Cuba. Também tive a oportunidade de ler vários jornais brasileiros e fiquei meio admirado, meio empolgado com o que tá rolando. Pulei as ladainhas de sempre do Jader e do apagão e fui dissecar a novidade. Comparei o que tem saído no Brasil sobre o Grammy Latino com o que tá saindo por aqui e li atentamente tudo que rolava sobre as greves das PMs, dos protestos no rio de janeiro, na argentina, na europa...

Durante uma década tentaram enfiranos abaixo aquele conecito de geraçao X. Muitas referencias e poucos ideiais, atmosfera mutante, fim de milênio. Hoje não dá masi pra esconder. Você caminha pelas sarjetas de Miami Beach e ve aquela garotada descolorida e desculturada, rapeando e cagando goma. O que caralho tu tem? Que que tu passou!? Aposto que você tem matricula numa High School com recursos e Internet instantanea, tem vários temperos e leites na geladeira, e com certeza dezenas de canais de TV a cabo.

A instatisfação ai é só uma caricatura do que a gente se tornou de verdade. Uma geração que apesar de consumir seu caminho, faz de tudo pra provar o desprezo das estruturas sociais, academicas, familiares ou profissionais que já não fazem mais sentido. Hoje, quando o monstro comunismo foi sepultado pela mídia junto com todos os ideiais contrarios a sociedade consumista, e o novo monstro tornou-se o Narcotrafico (mesmo que os campos de batalha continuassem os mesmos) testemunhamos um ativismo novo, direcionado e global, especifico e abraangente. O que não começou em Seattle, nem acabará em Gênova (onde a midia elegiu o primeiro martir da causa) assusta o estado por ser autogestionado e espontaneo. E portanto muito mais dificil de ser minado ou comprado pela repressão.

Assustando os canas, as velhas estruturas perdidas no tempo e todos os governos filhos da puta provaremos que este mundo é nosso. Ainda é apenas o começo!

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