10.7.01

Sabes!? Cuando yo era un nino sonaba en ser un rockstar, bueno... esto es lo más cerca que he llegado


Things Start to happen



O telefone me acorda na sexta, es Mami, quierendo saber como estava. Parto pro Hilton, onde o LAMC tá baseado. Peguei minha credencial e meu kit (uma bolsa maneirissima com camiseta, CDs, Videos, Poster y muchas revistas) Saio pra dar um rolé e enviar um docinho por correio para o mamata (embaixo do selo, classico!) e quando volto acabo conhecendo o Enrique Lavin, editor de asuntos latinos da CMJ.

Mais tard eu tou na redação, que fica no ultimo andar de um prédio e tem teto de vidro, maneirissima. Lavin é Pan-Americano, filho de Ecuatoriano com outra latina e criado em L.A., foi logo com minha cara e saiu abrindoo jogo. Explicou que ano passado eles entraram numa com investidores da nova economia, e daí a empresa cresceu bastante, freelancers e viagens tornaram-se constantes, até que o Nasdaq foi pro caralho, metade da gente pra rua e os freelas pro espaço.

Hoje o Bill tava me falando de como Manhatam se transformou nos ultimos anos por causa desse papo todo. Ele disse que executivos de empresas dotcom começaram a ganhar muito dinheiro e bonus, e passara a comprar anadares inteirosde predios por Manhatam, e fazer puta reformas. O mercado imobilario e noturno se inflacionou estupidamente e uma porrada de gente teve de Move Out para o Brooklyn ou Jersey.

"And right now those Yuppies should be broke, killing themselves to pay next month rent..."

Na CMJ conheci uma porrada de gente, todo mundo muito ligado em musica brasileiro. Um dos malucos inclusive é um dos culpados pelo GRITA! e num portugues medonho me contou das suas trips pro Brasil, como Blind Pings e o White Frogs. Tirei uma puta onda com a minha materia de seis paginas com o Manu Chao, na BiZZ de Julho de 2000, e conquistei varios Indies com as fotos do SuperChunk, Stereolab e Sonic Youth. O mais sangue bom era o editor-chefe, que a cada foto lançava um: "Cool! Kim, i just had dinner with her last week... she's fantastic!"

Mas as sencaçoes foram a foto da BJORK (a qual rolou inclusive um interesse comercial) e a do Axl Gordo. Esta ultima rolou de mao em mao por toda redação, logicamente tambem se amarraram nas fotos da Nação zumbi, e na do Demolition Doll Rods. Foi do caralho! O Levin então passou a me apresentar uma pã de gente, inclusive Maria, editora de La Banda Elastica, a maior revista do Mexico. E que pediu para eu revelar logo as fotos do LAMC e mostrar pra ela... Uhhh... As coisas estao começando a aparecer.

Mais tarde rumamos pro Brooklyn, nos encontramos com estes amigos yankes do Lavin, um casal com dois bebes (uma menina e um menino, acho que gemeos, gorduchos, loirissimos e fofissimos!) e mais um outro casal de amigos. Na entrada para o Parque onde rolava o "Celebrate Brooklyn" alguem estava recolhendo assinaturas e doaç&oatilde;es para a preservacao do parque, dai esse Yanke que tava pra gente pergunta:

- Is this for Saving the Bush!???
- Well... Sort of...
- Damned Republicans!!! Go FUCK YOURSELVES!!!

Em seguida um coro de vaias e dedos para o pobre reflorestador que so queria saber de salvar o arbusto mermo... Lavin me apresentou este Peruano que vive em Houstoun, e trabalha com producao de shows, e que ta armando um festival com Steve Vay Haugan e Carlos Santana, eu nao me lembro onde, o sotaque dele era otimo... "Sabes en los sessenta teniamos mucha sicodelia... es que estavan todos estos hippies de europa ahi por Machu Pichu... Pero ahora Peru vaa muy mal... todos se han ido,y vistes estas eleciones!? Sacaran un hijo de puta madre para poner una otra gran mierda..."

Julieta Venegas tava no palco, ela é gostosíssima, canta bem pra caralho e é musa da comunidade Mexicana. Todas las chicas quieren ser ella, todo los chavos quieren...bueno! O show muito massa e conquistou geral, mas o melhor veio com os Venezuelanos do Los Amigos Invisibles, que fazem um rock psicodelico, com muito funk e salsa que é digno de gente que come maconha. Foi do caralho, depois de fazer meus clicks peguei as duas cervejas que tinha direito no backstage e fui la pro meio da galera, bailar... bailar... rebolar...

Um puta show, um Chicken Sandwich (servidissmo, uma coxinha no meio de dois paes, not actually a sandwich...) e muchos apierto de manos y saludos despues lotamos um vagão do metrô em direção;o ao "Fun", um club debaixo da Manhattam Bridge onde nas sexta rola a fiesta "La Leche". A esta altura estavamos comecando a ficar locos, falavamos muito alto, eramos muito e deixamos pianinho uns malandrecos que ocupavam o vagão antes. A cada parada algum fanfarrão gritava - Proxima Estacion!!!!! a resposta, de todo mundo, em coro was pretty obvious...

O Fun é do caralho! Pela primeira vez pediram meu ID, mas eu fiz cara de turista burro e o security me liberou - Just get in! O lugar era bem amplo, tinha um mezannino com luz vermelha e uma varanda onde uma Go-Go-Girl oriental rebolava as pampas. Todas as paredes eram ocupadas por projeções de videos e super-8 e os tês Dee Jays revezavam latinidades, jamaicanidades e algo de eletronico, enquanto um percursionista Puerto-riqueņo completava o quadro. Foi aí que eu conheci todo mundo da conferencia, e sotaques de toda centroamerica, sudamerica y caribe, me xinguei enormemente por nao ter trazido cartões mas voltei com os bolsos cheios deles. Conheci um pessoal PuertoRiquenho e uns Venezuelanos, todos baseados nos Estados Unidos e depois de me descoalr seus CDs e demonstrem-se superinteressados em tocar no Brasil e apresentaram un Porro de Puta Madre. A maconha estadounidense é impressionante, tem outra cor, outro cheiro e outra onda, te deixa fudido,só se precisa de um beck pra deixar uma roda chapada pela noite toda, e foi assim que rebolamos por horas no repertório que ia de Santana a Lee Perry, Orishas a whitelabels de DnB.

American Pie



Y estava caliente ahi. He conocido muchos acentos y nuestras charlas siempre empezavan en espaņol, passava para Ingles y terminava com un "obrigado" o otra expressão fácl do portugues. Bailei bastante com muchas chicas latinas, em determinado momentos armamos rodas e desciamos até o chão rebolando e rebolando... Era s&oatilde; trocar olhares, tocar as maos y ja estavas bailando con una Puerto-riqueņa, Argentina, Mexicana o Paname&ncirc;a. Já as Yankes umas tremendas pataduras, cold as rock.

Não sei direito como aconteceu, eu sei que depois de aplaudir a gogogirl que fez um desfilizinho prive pra nós deixei os Mexicanos lá no mezanino e fui bailar, derepente eu tava de cara pra esta loira muito, muito bonita, y ya tocava sus manos.

A mina é lá da Rússia, mas chegou em NY nos anos oitenta, e agora estava se formando... i don't remember on what... Bailamos bem proximos e ritimados alguna bonita cancion latina. Eu falava no seu ouvido e ela ria, se ouricçava respondia calientamente, quando eu finalmente comecei a beijá-la a mina se afasta e solta um - hey! i just wanna dance...

Direito dela, as cinco da manhã eu ja tava bem loko e tive de pegar um Taxi pra voltar mesmo sabendo que em algum lugar proximo havia uma estacao de metro. O taxista era do egyto, musçumano e ficou me questionando a respeito da regiolisidade dos brasileiros e a minha propria religiosidade, foi uma conversa bem bonita e filosofica, mas oito dolares depois eu tava no hotel.

Dormi pra cacete e acordei numa puta ressaca, meio atrasado e louco pra comer alguma coisa. Entrei nesta lanchonete tipicamente americana, com aquelascadeirinhas alcochoadas uma atras da outra, milk-shakes, cheesburgues com queijo nachos, jogo do New York Yankees na TV, cozinheiros mexicanos e garconete brasileira. Hoje eu havia decidido explanar, dai sai com a camisa da seleção brasileira, mesma certo de que o Brasil é o pais do Volei e Tenis.

Y ahi Está Manu



Reencontrei Manu y Radio Bemba no central-park e me preparei pra clicar o fantástico show.
Já escrevi muito sobre Manu e seus shows. Desta vez o cara tava com um repertorio completamente dferente, com as musicas do novo album, roupagens diferentes das musicas de clandestino e um momento especial Mano Negra com "Mala Vida" e "Larchuma Footbal club", finalizando com "Eldorado", aquela que fala da morte dos sem-terras em Carajás, que como era de se esperar, acabou em pizza.

- Hey Manu! Que es el "Bicho do Coco"???
- En Galicia o bicho do coco pode ser una depresion, pero tambien puede ser otra cosa - disse-me Manu tracando uma linha reta debaixo do nariz com o Indicador...

"...O bicho do coco entro en minha casa
e minha cabeza puxouse a abalar
O bixo do coco entro en minha casa
Levouse toda minha ilusion
Levouse os cartos, levouse a mulher
Deixo tormenta, nada de comer..."


Na banda algumas mudancas, um trompetista siciliano muito engracado que nos intervalos do show presenteou-nos com um ragga em italiano, um percursinista de Barcelona e um MC/Raggaman de Guiné, West Africa, este cantava pra caralho, tem uma voz muito bonita em Ingles, espanhol e um ragga num Patoá incomprensivel. Mas ja falei muito de manu, e por isso falo do combustivel desse show, o maravilhoso publico Pan-Latino que gozava a cada "PRESENTE" chamado por Manu. É sempre assim, Manu grita o nome de algum pais e os nativos da plateia respondem"presente!" ele chamou pelo Brasil, Rio de Janeiro e Santa Tereza em "Minha Galera",escutava com atenção e emoç:ã pelo publico.

Punks Chicanos com Piramides e monumentos Aztecas tatuados. Muchas chicas, bandeiras de todos os lados, Maryjuana (buena...muy buena...) pedidos de musica y pogo saudavel.Tudo isso com um ceu azulzissimo e um calor do caralho que so nos atiçava mais. Otra! Otra! Otra! Que Pasó? Que Pasó? Caliente!

Em seguida o backstage... Sem maconha mas com muchas sonrissas, fotos e intercambios de tarjetas y ideas. Depois de muito tempo por lá, boa parte com o tecladista espanhol, rindo dos dois caras que com uma mochila motorizada nas costas, conectada a uma magueira que soprava ar tentavam limpar a sujeirada de garrafas e copos de plastico largados pela plateia, essa tecnica além de mais cara que a tradicional vassoura e deveram ipratica porque ao inves de apenas direcionar a sujeira pra um canto o jato de ar espalhava os lixos, fazendo com que os malucos perdessem horas pra fazer um metro quadrado de lixo avancar mais de dois metros... Tipicamente Americano.

De lá parti com o Bill pra uma casa no Soho onde estava rolando uma festa apresentada pelo Grammy Latino com vários showcases, bebidas e cigarros de gratis. Assistimos aos sensacionais "Yerba Buena" que e um grupo de Cubanos radicados em NY com um vibe do caralho e saimos de lá para rangar num restaurante nas proximidades que servia apenas comida "Organica".

Por Organica entenda-se comida sana. Vegetables y Chikens grown freel, like the old times, far from the Labs and hormones. We've talk a lot while i was taking that Tandori Spiced Organic Breast of Chiken. Descobri que o Bill e etnicamente Judeu e como eu ja esteve no Cairo e em Israel. Me contou tambem da Etiopia, seus lindos palacios, florestas e artwork. Disse-lhe que planejo viajar pelos andes em dezembro, e ele me contou a historia de um amigo seu que foi assaltado no Peru e arremessado de um desfiladeiro... They never found his body... Yeah... he was American right!?

Voltamos pra festa, sou apresentado para varios empresarios e gerentes de selos, todos muito interessados e curiosos a respeito do mercado brasileņo, se tudo der certo tamos ai armando invasiones latinas na LOUD! who knows!?

Foi entre um Rum e uma vodka que no ambiente eletronico da festa eu conheci Julia. Una Mexicana calientissima, 22 aņos cabelo cheio, quadris largos y una forma seductora de moverse frente a mi. Ella vive nuna comuna en Montreal, onde estudia biologia... Capaz que el aņo que viene pasa por el Pantanal brasileiro, para estudar formas de preservação.

- Por fin alguien se preucupa por nosotros...
- Si.. lo que pasa en Brasil es una desgracia... Tipo... La gente no se revolta!?
- Las grandes ciudades estan lejos de la Jungla... y ahi la gente no leimporta nada, estan todos mas preucupados con la classificacion de Brasil al mundial que qualquier otra cosa...
- Pero y los locales!? No serevueltan...
- Es un pai muy pobre sabes!? Esa gente es muy ignorante, capaz que estan haciendo unos verdes para con sus machetes ajudar a los gringos a hacer mierda la floresta...

A mina ficou indiginada, de fato esa beleza de calça jeans, bata com flores bordadas e uma tiara supercolorida nasceu no DF (ciudad de mexico), mas se ha ido a Chiapas. Uno de los pocos lugares de la actualidad onde una revolucion popular resiste. Arriba los que luchan!!!

"Nuestra luta es por nuestros derechos, y el malgobierno se llena de assesinos y criminales (...) Democracia, justicia, libertad (...) esta son nuestras demandas en la larga noche de los quinhentos aņos..."

Si cambias Democracia por Paz temos o lema do PCC e do CV, nossas malqueridas organizacoes criminosas que ainda nao se deu conta de seu poder revolucionario e so faz matar-se entre si... Lejos de comprender lo que es el Pueblo en Armas...

Su bata ha sido bordada por esta tia que vive en el desierto mexicano, nun lugar de poder, onde nascen ongos magicos... Esta chava ya ha conocido Mescalito y como yo tiene muchas ganas de conocer a la Ayauscua.

Conheci Sano.In, um rapper afro-latino de NY muito curioso a respeito do Hip Hop brasileiro o qual ele so conhecia o Gabriel Pensador, lhe falei dos Racionais e do Marcelo D2, na minha opiniao o melhor rapper do pais.

- You know! This guy sings on a CypressHill/Sublime-like rock band, but he also has his solo work as an MC, you know he has his albun produced by Mario Caldato and recorded with a fellow from NY... ShabaZZ...
- Man!! That's my boy!!! He's my buddie, you know! He's from the WuTangKlan...
- I've meet him in RIo... he got gold teeth and sharp voice...
- He was in RIo!? But he doesn't understand a fuck in English... Portuguese then...
- Marcelo babysited him...

Quando o bar fechou, o Bill e um bonde partimos para uma boate na 21st. Oriental-themed, com estatuas de chiva, tapestrys, narguilles y varios tipos de puffs e tatames. A cerveja era japonesa e custava seis dolares, e quando chegamos o som era um arabe moderno... 100% Curry.

Hasta Siempre



Dai os DJs foram se revezando, logo chegou Lucia trazendo o Gambit e parte do crew da Radio Bemba, trocamos altas ideias, o Gambit (baixista do Radio Bemba) me descolou seu endereco e disse pra eu mandar coisa brasileira que ele me manda coisa europeia. Tao prontamente o Bill assumiu as pickups e colocou uma secao de Funk (Cerol na Mao/Tchutchuca) que deixou todo mundo bolado, na sequencia emendou com "Rios Pontes e Overdrives" do Chico Science e logo eu, Lucia e Gambit estavamos gingando e abrindo uma roda.... Brasil... PRESENTE! Francia... PRESENTE! Mexico... PRESENTE...

Esta chava bailava mucho bien... Y yo mismo me impresione bailando en su mismo compasso (mismo que no tan bien como ella) y me recuerdo mucho una chica Indiana com que tive um rolo em 1996, cuja relacao so nao foi mais longe porque na epoca eu tinha uma namorada estupidamente ciumenta..

pero no...Not tonight... A festa continuou ate as cinco, porque quando a pista tava ficando vazia es que llega na casa Manu y Radio Bemba, direto de algum estudio... que eu so nao conferi porque acabei nao descobrindo o pico... Foi classico, nos echamos unos tantos porros y bailamos, y bailamos... o Siciliano comoecou a tocar seu trompete na onda da musica y todos nos reimos... E pude conferir a canastrice de Manu sobre duas fans americanas em pessoa...

- Pleaase! Where can I get ashirt like your!??? - referindo-se a camiseta da Radio Bemba que manu usava...
- We didn't bring them to the US...
- But you can give me yours... - said the chick puting her hand on his breast
- Well, this is all sweaty,but if you come to the hotel with me...I'll give you a clean one...

That's my boy... Quando finalmente os donos da casa passaram o rodo na gente (literalmente, os caras acenderam as luzes, desligaram a luz e soltaram o balde no chao) fomos saindo devagar, o siciliano comecou a brincar com uma marionete perto da porta e o seguranca lhe deu uma prensa. Triste! Dai samos, tava chovendo, uma Argentina ficou de me descolar um 1-800-POT by tomorrow. E parti pro Metro,estacao vazia, so uns negoes fumando um beck num canto. Quatro estacoes e tou em casa, o sol de domingo tá nascendo y estoy muy... muy... muy contento... y hambriento! Damnit!

Ahn! Consegui acesso a Net, sabes como!? catei um desses "700 hours Free" da AOL... AOL!!! Hay dios mio, onde he llegado...

Nenhum comentário: