17.7.01

Tierra de Fidel


Na Sexta Feira, dei um rolé com a Lolita pelo Downtown, e acabamos indo parar no Bayside, um shopping center rosa (como tudo em Miami, Barbie se sentiria muy bien aqui), na beira da marina. Lá um Puerto Riquenho não caiu no meu golpe da ID e se recusou a venderme um Daiquiri, mas um cubano em outro bar nao hesitou em servirnos duas Coronas, depois de coloca-las em copos de plastico, que poderiamos levar até a margem da Marina, e beber tomando sol sobre as pedras.

De imediato me lembrei da celebração de natal na minha antiga empresa. Foi no Porcão do RIO's (uma churrascaria rodizio soci, no aterro do flamengo, com puta vista pro mar). A cerveja e a caipirinha era por conta da empresa, assim como a carne que nos entupimos. Eu tinha acabado de fazer minha tatuagem e ficava mostrando pra todas as mulheres da empresa, fazendo questão de deixar aparecer alguns pentelhos no caminho. Depois que estavamos bem loucos, eu e o mosca fomos para o banheiro do Porcão e demos umas Bongadas. Ao sair demos de cara com um outro colega programador.

- Snfff... Snf... Eram vocês que tavam fumando!??? Hay!???
- Si! si! Senhor!!! quer fumar tambem!?
- Não, já tou legal!!! Acabei de dar um teco!
- Ah! sim! Claro!!!

Dai rolou a entrega do amigo oculto, todo mundo bem bebado e a gente bem chapado. Foi demais! O presente tinha de ser de até 30 reais, portando eu pedi uma Tequila. Eu tirei a Luisa, uma designer muito simpática com quem eu nunca tinha trocado muita idéia e que não tinha pedido nada. Resolvi dar-lhe um CD da Bossacucanova, do brother Marcelinho Da Lua e companhia (que por sinal tem um puta conceito em NY!) e ela se amarrou. Eu fui um dos ultimos a ser tirados no sorteio, mas ganhei a tal tequila, que vinha dentro de um case de CDs. Terminado o churrasco, rumamos os três para as praias que davam pra Baia de Guanabara, apertamos um Spliff gigante e ficamos bebendo tequila no gargalo e fumando, em pleno sol da tarde. Tinhamos muito a comemorar, estavamos entrando de férias e planejando ir pra Trancoso pro Revelion... E foi um revelion do caralho!!!

De volta a Miami, salvo o flashback, não aguentamos muito tempo no sol. Aqui só fica denoite l&aatilde; pras 21:30, sendo humanamente possivel aturar o sol só depois das 15:00... Dai voltamos pro shopping rosa e ficamos dando rolé até a hora que Lolita tinha que voltar pra casa, acompanhei-a no metrô. Eu disse metrô? Os trens aqui são suspensos que nem em Disney World, e lentos pra cacete, deve ser o metrô mais lento do mundo!!! Apelidei-o de Bonde Baiano, ou como estamos perto do Caribe, Bonde Jamaicano.

Na estação um coroa veio pedir informação pra Lolita, e reconhecendo o sotaque apresentou-se como Cubano. Disse que veio há muito tempo pra Miami, e que em Havana era policial. "De que Governo?"."De Batista!"

Fudeu!! O cara começou a falar como Fidel é um filho da puta que matou Cinefuegos (verdade) e cagou pro Che quando ele foi pra Colombia (verdade), mas começou a falar que Batista sim que era um grande homem, e que nunca havia matado ninguém (olha o caô caô). Depois disso começou a contar historias terriveis dos campos de estudantes onde caso as muchachas engravidassem e tivessem vergonha devoltar pra casa, seus filhos eram mandados pra Russia. Disse que era informante do FBI naquela época, e que sua família, que era uma familia de bem segundo ele, havia perdido todas as suas propriedades e que no governo de Fidel ele havia sido preso vinte e cinco vezes. Ele dizia isso tentando agarrar o braço de Lolita, que sabiamente se esquivava.

Filho da puta! quem mandou ser cana!? Quem mandou ser FBI...

O X9 terminou dizendo que se pudesse voltar no tempo, mataria todos os comunistas que deixou viver. Que poderia matar um prédio inteiro de comunistas...

O nosso trem chegou, e Lolita disse que o dele era o que vinha na outra plataforma e nos livramos do aluguel. Esqueci de perguntar se realmente ele ia pro outro lado (afinal os bairros cubanos ficavam na direção onde iamos) ou se ela fez isso pra fuder o velho... Vai saber!

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