3.8.01

Viagem no Tempo


Em algum lugar constrangedor demais pra citar eu li que toda viagem sempre começa com alguém perdendo o avião. Bem, acontece que quando eu cheguei no Santos Dumont baixo uma nuvem usuais esporros por parte de minha mãe que tava me levando lá, tava rolando uma neblina e todos os aviões da Varig que tavam no ar foram mandados pro Galeão. Porra! E no final do dia eu li que as aterissagens no Santos Dumont eram auxiliadas por GPS, mas que porra de neblina é essa que fode tudo?

Quando comprei a passagem, na segunda, queria um vôo direto que saia as 10:00 do Galeão e chegava as 14:00 em Manaus. A mina disse que não tinha mais passagem promocional nesse vôo e me colocou nesse vôo que saía as 8:00 do Santos Dumont, fazia uma conexão em Brasília e chegava em Manaus as 13:30. Acontece que graças a neblina eu cheguei em Brasília meio dia, e o vôo pra Manaus já tinha partido, os caras me deram um ticket pra eu almoçar de gratis no (horrível) buffet da Varig, onde fiquei até as 16:30 observando o entra e sai de "velinhos filhos da puta" (expressão do broder Yuka!). As 16:30 entro no vôo, que foi pra Rio Branco (que tinha dois fusos), depois voltou pra Rio Branco (um fuso) e finalmente foi parar em Manaus as 21:30.

Não tinha ninguém me esperando, alias tinha sim. As 13:30. Mas como eu já tou nessa a um tempinho, lá em Brasília eu liguei pro hotel tropical e avisei que ia chegar tarde. Quando cheguei, os vários guias que tavam levando turistas pra rave me indicaram o balcão da secretaria de turismo, que ligou pro hotel que mandou uma van me buscar.

O Hotel Tropical é um hotel turistico, meio luxuoso, mas super antigo e enorme, com vastos corredores de madeira. No balcão da EcoSystem1.0 não tinha uma credencial pronta pra mim, o que eles prometeram agilizar pra hoje (me descolaram uma credencial de um alemão furão aê!), mas pra minha surpresa tinha uma reserva pra mim. Fiz o check in e larguei minhas paradas no meu quarto, um quarto tipico com duas camas, ocupado exclusivamente por mim.

Um banho depois me dirigi pra recepção pra pegar uma das constantes vans que levam ao evento, foi quando eu encontrei com a Mayra, amiga minha do Greenpeace que eu conheci há mais de um ano, via o Cucaracha Zine mesmo. Naquela época ela tava trampando com o pessoal do Rainbow Warrior, que tava dando um rolé pelo rio Amazonas, ela tinha chegado até o meu site, procurando informações sobre aquele Francês picareta amigo da gente. Fomos nos conhecer mais tarde no Rio, e re-encontrarnos aqui em Manaus... Clássico.

No meio de toda essa correria eu tinha até esquecido o que realmente é legal numa Rave. Quando fui pra Trancoso, no ínicio do ano 2000, impulsionado por histórias de uma amiga raver super doidona não levava a menor fé no evento. Mas me impressionei com aquele sound system movido a gasolina na beira da praia, e a manada de pessoas fluorecentes de todas as nacionalidades e gêneros, dançando e acampando descompromissadamente. "Ei! Mas você é da Slovenia, como você veio parar aqui...?"

Com a EcoSystem1.0 não foi diferente, na entrada parecia um evento desses safados que fazem na barra, mas a medida que você vai penetrando no vasto terreno começa a se ligar que as estuturas onde rolam os DJs são Malocas indigenas com VideoWalls e um sound system que eu nunca vi no Rio. Paredão de grave que só perde mesmo pra Furacão 2000. São duas dessas malocas, conecatadas por uma estrada de areia, que passa por duas pontezinhas sobre Igarapés ou pela Trilha do Chill Out.

A Trilha do Chill Out é o melhor pico, você atarvessa essa trilha bem fechada mas tranquila e vai parar nuam clareira, com várias cabaninhas de madeira, redes, uma árvore ancestral caída no chão, um telão que fica passando videos sobre animais (ontem rolou macacos de cara vermelha transando nas alturas dos cipós!) e o Som quando a gente chegou era Dub... Tudo a ver, Dub Reggae, a amiag do rio, um camarada de New York e bastante fumaça.

Uma das malocas é House e Trance, a outra (bem mais legal) é Drum'n'Bass. Mas ontem a festa ainda tava meio estranha, com pouca gente. Já tinha alguma gente acampando e bastante locais curiosos (a entrada pros locais é 5 reais!!! Ou seja se você tá intimado em vir pelo preço, chega aqui que é limpeza descolar essa entrada!), mas o grosso do povo é experado pra hoje. Por isso talvez que a ambientação mais legal ontem foi a área Vip. Onde rola uma mesa de banquete no maior estilo Hawaii, e uma barraquinha com bebidas, Flash Power, Cerveja, Guaraná Natural ou Refrigerante... Tudo na faixa...

Mano... Estes dias prometem... O Palco em que a Nação Zumbi vai se apresentar pra ter uma idéia, é flutuante. Enfim o pico é maravilhoso e o som bom demais. Falta agora descolar alguns aditivos, essa é a missão do momento, não sem antes passar no Lobby. O Zé, o Nuts e o Otto já tão aqui desde ontem, daqui a pouquinho deve tar chegando o D2, o Gustavo Black e a Nação Zumbi, vai ser divertido, vai ser que nem um camarim, só que durando um fim de semana todo...

Uma pena que o pessoal da "Imprensa do Rock" (Bragato, Emersong, Bernardo...) não tá por aqui, assim como o pessoal do Tarja Preta (Vlad!!! Cadê Você!????). Tem muita imprensa modernete paulista e muito gringo deslumbrado que vai voltar pra terra com aquela impressão erradissíma do Brasil! Porra tenho que levar esse povo pro Rio de Janeiro... caralho!

Já dizia Fidel Nadal - "Es la buena vida..."

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