10.8.02

WORKING CLASS HEROES

"Banditismo por questão de Classe"

Já estava arquitetando o cocktail de lançamento do meu vídeo que faria com a grana do Fantástico quando fiquei sabendo que depois de um telefonema do empresário da banda, a emissora desiteressara-se pelo material. Passei o fim de semana a bangu, deixando essa porra pra lá. Fiquei meio puto só porque o mesmo programa já tinha passado uma imagem do Hebert há um ano atrás onde ele aparecia bem debilitado tocando numa clínica. Agora que ele estava são, recuperado e feliz da vida encantando uma platéia emocionada eles quizeram proteger a imagem do cara. Bem, me disseram que o tal do empresário é sangue bão… Tipo de coisa que rola por falta de comunicação.

Dai na segunda feira eu e Rabu invadimos a casa do Marcelo Camelo. O Los hermanos foi uma banda que eu acompanhei bem de perto, estudavámos na mesma faculdade e a galera dos Hermanos era a única com quem eu me identificava no meio daquela futilidade toda. Pelo menso era gente que habitava meu mesmo universo. E naquela época eu cruzava a cidade no carro do rock atrás dos caras, coletando material fotográfico exclusivo que pode ser conferido em parte no site dos caras. Eu conheci o Camelo pelo Alex, eles fizeram fanzines com muita empolgação durante bastante tempo, até que um dia resolveram tentar vendê-lo por um real para pagar os custos e ninguém quiz comprar. O cara se frustrou e resolveu virar músico, experimentando algo totalmente inédito que ele descobriu assistindo o Acabou La Tequila – Que você podia fazer rock, e colocar samba no rock, e colocar latinidade no rock, e se você fizer direito e ser autêntico, sem medo do que vão pensar nem pretensão de ser o que não é… você tá feito! E dai o zineiro frustrado vira músico de sucesso.

Mas a banda que estourava no underground como um hardcore que falava de amor chegou na grande mídia como uns caras do hardcore que tinham estourado uma música de amor. E muita gente demorou pra engolir-los, enquanto aqui no rio todo mundo tinha acompanhado a trajetória e tinha tanta certeza de que a banda podia bem mais que Anna Júlia, que também era autêntica. Foi legal que nessa entrevista o cara conseguiu se soltar e falar de tudo isso. Riu do circuito que encararam de programas de auditório de playback “que é algo muito escroto, mas que não se pode criticar, porque efetivamente ajuda a banda iniciante. Se você acredita que seu som é bom, e se recusa a participar de um programa desses, você tá impedindo que o nível do programa se eleve!!!”. Quando voltei pra casa animado, fiquei sabendo qual seria a missão da manhã seguinte, visitar o Instituto Correcional Padre Severino com o Inumanos. Ótimo! Cagando pra hora que teria de acordar fui zoar na maldita, e quando já tava bem tarde, encontrei com o Lariú e ao confirmar o horário que tinhamos marcado para a entrevista pra MTV no dia seguinte, lembrei que tinha prometido preparar uma fita pra ele. É que o cara tá fazendo uma matérria sobre minha produtora, a Tarja Preta Terrosimo Editorial, e sobre o vídeo que tou fazendo com o Rabu, dai eu tinha que entregar uma fita com algumas imagens pra ele… Cheguei em casa tipo umas cinco… e fiquei capturando, cortando e editando material até umas sete horas…

Lá pelas dez, Aori, Babão, um Angolano Islâmico e um Rasta coroa estavam esperando-nos numa Kombi estacionada em frente ao prédio. Partimos sonolentos até a ilha do governador, onde está localizada a casa de detenção para menores delinquentes conhecida como Padre Severino. Uma assistente social sangue bão amiga do Rasta estava envolvida em algum evento que rolaria no instituto e convidou os Inumanos para fazer um show lá. Passamos tranquilamente e sem revista pela casa protegida por vários PMs de colete e fuzil até chegarmos a uma area aberta, de um lado um gramado isolado pelos altos muros, onde os moleques ficavam, alguns organizados em fila indiana e outros mais a vontade. Do outro lado havia montado um PA onde uma banda de pagode tocava para a diretoria do instituto, acompanhada de delegações de políticos, ONGs e secretarias de não sei o que caralho. Haviam umas mesas com fartura de frutas e pães preparados pela padaria do reformatório, além de galões de café da manhã. Os moleques, de todas as idades, mas a maioria bem novos atacavam as mesas em grupos, num misto de empolgação e cautela. No entanto, em um determinado momento um bonde de moleques entre 15 e 17 anos (que mais tarde viriamos a saber que eram do Terceiro Comando) jogou frutas nuns moleques bem pequenos, de uns oito anos (que era do Comando Vermelho). Antes que alguma confusão começasse funcionários discretamente poram ordem na casa, organizando a saída em grupos da molecagem de volta para a carceragem. O que esperávamos que fosse um evento pra levar Hip Hop para a molecada incarcerada logo tornou-se um evento pra porra da diretoria rica.

Os Inumanos deixaram logo claro de que tinham ido lá para tocar para a molecada, papo vem e papo vai e logo montaram um PA no pátio interno da casa de detenção, onde os moleques esperavam sentados, organziados em longas fileiras de meninos quietos que por um momento me lembraram a escola. Mas o teto tinha buraco de balas (resquicios da última rebelião “controlada”) e as paredes inúmeras pixações e insignías do Comando Vermelho. No chão perto de onde montamos o som havia o desenho de uma AK-47 detalhadamente talhada no chão. Assim que os carcereiros acalmaram, depois de um esporro na molecada, estes arriscaram uma aproximação.

- Tu fuma maconha né!?
- Que que tu acha!?
- Ahhhhhhhh!!! Tô ligado! Aperta aqui!!!

Dai quando eu aperto a mão do moleque de uns dez anos ele chega bem no meu ouvido e diz

- Descola um fininho aê…
- Tá maluco moleque!? Tu acha que eu quero ficar por aqui!??? Quer dizer! Sou maior! Dou um mole desses e vou parar em Bangu!!!

Dai quando Babão terminou de montar o som meteu logo um Racionais, e os carcereiros liberaram os moleques que se levantaram num segundo, por um momento deixando a bandidagem de lado e entregando-se a um espírito juvenil que por momentos deixou aquilo parecendo um animado recreio de colégio admirável em sua caótica inocência. Dai Babão vira do Racionais pro 509-E, a banda do Afro-X, ex-detento e pai da filha da Simony, aquela ninfeta da TV que fez a cabeça de geral durante a infância. Que pouco importa de que apenas um ou outro por ali teriam idade pra lembrar da Simony, o que importava era a fria poesia penitenciária do cara, e sua brilhante volta por cima, regenerando-se através do Hip Hop e realizando a fantasia de toda uma geração como prêmio. Dai que todos eles repetiam em voz alta os versos e refrões do cara, com a emoção de quem está no show de sua banda favorita.

- Cês são da Lapa né!? Tamo ligado!!!

Dai Babão mete a base de “A Batucada” do MD2 e começa um set de turntablism fudido, mandando altos malabarismos com as batidas e as mãos, virando de costas e levantando as pernas que nem na velha escola. Os moleques prestam atenção em cada movimento boquiabertos, urrando e batendo palmas. O público da barra pode pagar as contas do Hip Hop carioca, mas é energia como a dessa platéia que impulsiona o movimento. Logo entra Aori mandando Brutal Crew, instigando a molecada a “fazer barulho”. Em seguida o Angolano manda um som e finalmente Aori encerra o show com Polegar Opositor. Só três músicas, é que agora que os detentos tavam empolgados a diretoria e em espcial o PTista Pitanga aproveitavam a brecha pra falar no microfone.

- Eu já fui um Capitão da Areia como vocês! E acabei num colégio Interno, parecido com este, mas lá me esforcei e aprendi todas as profissões. Carpinteiro, torneiro mecânico, padeiro, alfaiate (…) E hoje tenho dois filhos atores, um é aquele negrão forte que vocês vem na novela, e a outra é a bela Camila Pitanga que todo mundo conhece…

Puta que pariu… Ninguém precisava daquilo… Dai fomos nos misturar na multidão, onde salvo os calouros mais novos e desesperados que se amontoavam na frente, prestando atenção no político na esperança em que a diretoria notasse sua boa indole de garoto do bem e aliviasse a sua pena, a maioria dos moleques estavam lá atrás fumando cigarros e tentando disfarçar a cara feia…

- Escuta… Esse papo que o cara tá falando é legal… Mas tipo assim… Têm alguma coisa dessas aqui!? Tipo, eles te ensinam alguma coisa? Tem aula? Curso profisionalizante essas porras!?
- Rapá! Isto aqui é escola do crime! Cês saem daqui e eles voltam a dar porrada na gente!!!

Vapores Baratos, trombadinhas, pivetes, meninos de rua e ladrõezinhos de sinal. Gente que podia tar me vendendo um baseado ou metendo um caco de vidro na minha mãe, todo mundo junto e aprendendo a odiar.

- Só não perdoamo estRupador e assartante de ônibus… roubá trabalhador é sacanagem!

Chegamos dando a idéia de que eles tinham que entrar na onda do hip hop, que dai talvez eles tivesse uma alternativa quando voltassem à favela. Algumas assistentes sociais tinham projetos para montar oficinas e competições de Rap entre os detentos, o pessoal do movimento estava disposto a ajudar, bastava agora seduzir a diretoria do instituto preucupada mais com o bolso do que eventualmente tratar de seus detentos. Sugerimos que apenas com a união e cooperação dos detentos, conseguiria-se fazer pressão na diretoria pra esses projetos bombarem…

- Acontece que tudo que requer união aqui é dificil, é dificil… Você viu o que aconteceu lá fora! Tem sempre uns babacas que não tão dispostos a colaborar! Isto aqui é escola do crime! Não rola união! Bangu controla tudo! Se em Bangu ficam sabendo que a gente (o Comando Vermelho, facção da molecada com quem dialogávamos) se juntou aos Alemão (os Terceiros, minoria na casa de detenção), pra que favela a gente volta depois!??? O Rio de Janeiro é assim… O que que a gente pode fazer!?

A merda do crime organizado do Rio de Janeiro, que aterroriza a sociedade conivente e facilita o trabalho da polícia, realizando a limpeza étnica-social que eles querem e fomentando uma corrida armamentista simgular. Porque os comandos e estados paralelos já detem armamento e logística pra sitiar a cidade quando quizer, mas perde seu tempo em tretas de gangue e território tão remotas quanto as disputas tribais.

- A gente fica com raiva! Muita raiva! Daí a gente quebra tudo! Faz rebelião e quebra a porra toda! Quebra mermo!!!
- Mas daí a policia chega e desce a porrada em vocies…
- Ah! Mas porrada a esta altura é massagem…

Você têm uma casa, família, Internet e pelo menos um segundo grau completo e não precisa ter passado por muito perrengue pra se revoltar, basta assistir as notícias com um minimo de senso critico ligado. Agora se você passa pelo que esses moleques passaram, você não tem muita alternativa de qualquer maneira. Acontece que essa galera não sabe nada sobre Che Guevara, Baader-Meinhoff, Carlos Chacal, os Feddayen e os homem-bomba, eles só tem o conhecimento de que podem muito fácil e muito rápido engajar-se numa vida de aventura e suicidio. A diretoria, por trás do sorriso hipócrita escondia o nojo e a sensação repugnante de poder estar de frente ao Elias Maluco ou Beira-Mar de amanhã, enquanto eu e alguns poucos tinhamos a certeza de que através do Hip Hop a gente possa tranformar alguns desses num Afro-X ou até num Thayde de amanhã. Bastava um pouco de empenho e aceitação. Sei lá, mas é que se não fosse por essas merdas tribais, a gente podia focalizar aquela raiva toda pro inimigo comum e real, a nova ordem mundial que quer transformar o mundo na utopia da classe média, onde toda a produção é voltada pro consumo e os indesejáveis são jogados no saco. Já estive em presídios e notei o poder de penetração e dominação das Igrejas, tão malignas e gananciosas quanto as facções. Ali não tinha religião, provavelmente porque menores não são bom negócio, então se a gente conseguisse pregar com os quatro elementos lá dentro, talvez daqui a uns anos tivessemos mais gente no microfone e menos no fuzil. Porque Hip Hop não é só o Rap de merda que você dança no fim de semana, é poesia, música, expressão corporal e visual. É sampleando o D2 “a sabedoria de quem não precisa resolver mais no tiro”.

Dai desmontamos o equipamento e voltamos pra Zona Sul. No carro o Angolano contava que na sua terra o pessoal via nas novelas um Brasil maravilhoso, onde não existiam problemas e todos os negros eram chiques e respeitados. E quando ele chegou aqui, assustou-se com as favelas, que ele diz não existir na Africa, mesmo com toda a miséria que dizem a respeito da Africa. Porque lá é um lugar onde o homem vive muito mais em paz com a natureza. Seu discurso era lindo porém as vezes sua religiosidade esbarrava em alguns dos meus ideais anarquistas, mas eu não queria discutir, estava interessado no papo e ainda pensativo na experiência com os menores.

Naquele curto período no meio da molecada fui sobrecarregado de narrativas e experiências que agora tanto me empolgavam como despertavam um sentimento de culpa burguês, aquele mico de quem visita o zoológico. Como naqueles vários contos do John Reed onde ele ou outros intelectualoides pagavam bebidas a putas, mendigos ou bandoleiros em troca de inspirações e o sedutor contato com a marginalidade. Imagino que aqui no Brasil ele levaria várias voltas, visto que não precisa ir muito longe pra ter esses contatos, apenas o signos certos pra conseguir neutralidade, e ouvidos para captar o que esses tipos gostam de falar. Porque aqui, quando você sai sozinho a noite nunca sabe se vai cruzar com uns playboyzitos fascistas com inveja de tua vida loka e pau grande, se vai levar uma geral e canelada da polícia ou assaltado por um cheirador qualquer. Me fez lembrar do episódio do intervalo do Brasil e Alemanha quando fui fazer fumaça na beira da praia de copacabana, onde assistia o jogo num telão cercado de câmeras, gringos, banhistas e meliantes. O sol rachava meu coco quando um sujeito de calça jeans e sem camisa muito marcado pela vida se aproximou pedindo uma bola.

- Vim de Cabo Frio…
- Lá é bom… Altas praias…
- Pois é… Mas Tive de ralar de lá rapá! Os caras queriam me pegar!
- Os canas!?
- Não… uns filhadaputa lá…
- Que merda…
- Agora eu moro aqui, nóis tudo dorme na praia…
- Ah!
- Não é fácil não… Aqui no Rio não é fácil pra ninguém… A gente passa fome! Necessidade! Os gringo vêm aqui denoite… perde mermo!

Hmmm… O papo tava começando a ficar pesado, e eu não precisava de toda essa negatividade, não com o Brasil prestes a ser campeão, quando eu já ia desviar o papo para algum debate fútil corrente como “Rivaldo ou Ronaldo?” somos interrompidos por três “amigos” de cabelo descolorido, jóias grandes e indumentária vermelha.

- doizinho aê sanguebão!
- O beque é dele!
- Fiquem a vontade…

O papo tinha tudo pra piorar, mas bandido safo é bandido quieto e os caras partiram depois de uma rodada sem dar um pio, só saudando.

- Fé em Deus!
- Valeu! É nóis!

Dai o outro recomeça….

- Então… Eu tou só dando um tempo…
- Pra que!?
- Eu não aguento aqui não cara!! Passando fome!!! Lá em Cabo Frio eu tenho casa!!! Aqui nada!
- …
- Eu tou só dando um tempo… Eu vou descolar uma arma e voltar lá, matar todos aqueles filhosdaputa e voltar a ser um cara tranquilo. Lá é o meu lugar!!!
- Porra… derepente o Rivaldo faz dois gols e é o artilheiro da copa… Já pensou!?

O Rio é assim… Um jornalista disse que se o Rio ficou assim é culpa de todas as pessoas que consumiram alguma droga nos últimos trinta anos, e que todos nós matamos Tim Lopes. Eu ainda acho que foi o “mole” ou a “função” de ter ficado muito visado, porque sabia-se que é um jogo arriscado, e sabe-se muito bem as regras do jogo no que se diz a respeito de caguetagem. É uma lástima ver toda essa garra iludida por gangues sanguinárias numa luta ilegitima dessas, é triste ver tanta violência empregada sem razão. A gente fica puto quandoos caras fingem se impressionar quando acharam mais de vinte caveiras antes de achar Tim Lopes e tu não acredita como tem playboy que sabe disso tudo e ainda sai de casa cheio de marra pedindo pra levar um tiro.

Chegamos na MTV, e a garra venceu o sono e dissemenei o Terrorismo Editorial no microfone, mandando declaração de amor para diretora de programa, detonando a mídia corporativa e levantando a bandeira dos indenpendentes ao narrar a história das inúmeras vezes em que ignorado pelas assessorias de imprensa e produção tive de armar “esquemas” para cobrir eventos e mais tarde quando publiquei o trabalho as mesmas pessoas que me ignoram vem babar o ovo.

- Nossa! Adorei! Como você conseguiu?

É um planeta estranho o nosso. E eu falava feito um Fidel Castro empolgado pelos sorrisos da atenciosa platéia de colegas de profissão que muitas vezes me viram em ação (e embarcaram na vibe). Acima de tudo o que tentava dizer na matéria é que “televisão eu também faço!” ainda mais nesta onda atual de reality shows e casa dos artistas… Mas acabei me enrolando demais na onda do Dogma, o 95 e o 1,99. Alguém por aqui viu o heróico Fucklands!? E “os Idiotas Mesmo”? Bem… São referências dos respectivos gêneros.

A matéria deve ir ao ar na semana do dia 15/8 no Drops-Rio da MTV, lamentavelmente só vai passar a matéria no Rio. Mas a Tarja Preta tá aí disseminando-se feito vírus. O terrorismo editorial já foi feito! Imagina no dia em que só os malucos povoarem a terra!? Testemunhando aquela vivência que é melhor que qualquer ficção ou jornalismo, contruindo a história das próximas gerações, sem medo de nada. Saindo de lá, fomos a pé até o final de copacabana, enfrentando uma tempestade de areia no calçadão e cruzando dentre as várias figuras, com uma coroa de shortinho que deixava de fora a vasta enorme bunda de textura similar ao maracujá.

- Deus do céu – blasfemiava um malandro transneunte.

Chegamos no bacanissímo apê de Gabriel Thomaz onde nos divertimos pelas horas seguintes fuçando sua vasta coleção de LPs e Compactos em vinil. Com inúmeras raridades e bizarrices de todo gênero. Galera… Esse video vai ter o sabor…

Uns no som, uns no video e outros na fita. O que faz os heróis não é só a origem humilde como o ciclo todo. É trabalhar pra melhorar e fazer a história, não acredito em competição mas quero ver todo mundo se esforçando pra elevar as coisas a outro nível. Outro dia eu estava na area do empório, posto nove, berço da supostamente transgressora juventude transviada (e maconheira) carioca. Estava fazendo o que era pra se fazer, quando um bonde de cinco desses pit-boys, desses que se se comem em frente ao espelhos das academias, tomaram e esfarelando nosso baseado, achando estar fazendo uma ação de cidadania ao tomar as dores da polícia. É triste ver a que ponto de mediocridade essa gente chega se fascitizando por falta de opção. Todo mundo achou que a coisa a se fazer era fugir… dar o fora no sapatinho, mas como Matias Maxx não abaixa a cabeça pra Playboy invejoso ficou á parado, desafiando como um Tyler Duren espancado pra cativar a platéia. Mas como esperado, os playboys eram covardes demais pra brigar, mas a platéia, de metaleiros, alternativos, ravers, clubbers e “alternativos” do posto nove nada mais fez do que se assustar, ao invés de tomar alguma posição.

No final das contas, o debíl mental só conseguiu me dar um soquinho de merda. Quase que na testa que eu facilmente bloquiei. Dai em seguida, como que ensaiado, um amigo o segurou.

- Fica calmo Gracie!!

Era obvio que o cara não ia tentar bater mais. Esses caras que só andam em mulão, geralmente nunca apanharam na vida e não sabem brigar for a do tatame. Sabem provocar mas não tem iniciativa nem desenvultura numa briga de verdade. Que pena que tava em maioria e tudo que eu podia fazer era jogar com as palavras e animar o circo.

- Você acha que eu tenho medo de playboy!?

Nos afastamos…Muito puto, como é que alguém pode assistir Jornal Nacional e sair com essa marra toda na rua!? Provavelmente nunca apanhou na vida, mas você engana as pessoas as vezes, mas não dá pra enganá-las o tempo todo. Então ele é Gracie!? Ou é apenas um apelido de academia!? O último Gracie cheio de marra acabou estirado em frente a uma boate com um tiro no peito… Deu notícia.

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