30.4.02

O CLONE

Um compa em sampacity, antes de irmos curtir (curtir? Meu fígado estava pedindo arrego!) uma noite do que chamam de Abril Pro Rock em São Paulo me pergunta:

- Mas e aí mano!? Tu que já rodou por aí, qual o melhor bagulho do Brasil!?

Bicho, eu não sabia dizer até então. Em Manaus só dava pra achar merla ou pó na pista, descolamos um bagulho de folha muito ruim. No entanto, na festa rolava green as pampas, e um tal de soltinho da Guiana. Macío me decepcionou, cheguei numa época de vacas magras, onde os traficas vendiam beck de folha com melaço. Em Pernambuco invadi o pina até tombar num barraco onde rolava um Funk, perguntei pela massa e recebi as indicações. O Maloqueiro me levou até a porta da casa dele onde dava pra ver sua mãe cozinhando pela janela, as vielas eram super estreitas e fediam a merda, como um daqueles canais bem podres que cortam a cidade há algumas guadras de distância da gostosa praia de Boa Viagem. A mutuca: uma mão cheia de camarões magrinhos porém abudantes enrolada numa folha de caderno escolar por cinco reales. Tinha uns sessenta pila, todo mundo tinha crontíbuido porém peidado de ir. Recebi doze dolas, não tinha como colocar no bolso, o maloqueiro ofereceu-se para ajudar, juntando as dolas e socando-as até formar um cone e devolver-me dizendo na maior tranquilidade:

- Enfie no cú!

No rio uma vez eu tinha descolado um prensolto maneiro, no atacado. Foi uma época maneira. Contei pro cara sobre o bagulho que tinha descolado na gringa que cheirava muito bem, era verde-fluor e tinha textura foda, foda, mas o dealer assegurou de que era plantado na terra, sem nenhuma química.

Antes de ir pra sampa o Rio, depois de um verão de prensados ruins estava em seca. Assim que voltei fiquei sabendo que tinha uma fonte pau a pau. Ah! Pau a pau sempre vale a pena, mesmo que seja palha. O bagulho que chegou era de chorar.

Papo de Baguliex, aprovadissímo em buquê, aroma, textura, cor, gosto… Ah! E a onda… Social… Coisa de tirar do sério. E ra felicidade de todos, você sai na night e ela tá fedendo a esse fumo. Todo mundo pegou, tá rolando por toda parte… Tão chamando de O Clone, porque por aqui bagulho dessa qualidade só green-go. Será o advento do homegrown!? Será que o bagulho daqui pra frente vai ser assim!? Um amigo liga pra avisar, e diz que já tão crescendo o olho…

Ontem na maldita estavnao distribuindo Columys carimbadas com uma chamada para Marcha Mundial da Maconha 2002 que será realizada no dia 4 de Maio, a famosa “Million Maryjuana March”, no Rio ela se concentra as 15h na Praça Nossa Senhora da paz em Ipanema e Ruma ao Posto 9 protestando contra a guerra às drogas que arruina a vida de milhares de inocentes por todo o globo, além de promover a corrupção e o armamentismo.

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