Desde 2007 eu e meus colegas das publicações de quadrinhos bagaceiros Tarja Preta, Quase, Prego, Samba, Beleléu e otrás más nos congregamos em festivais de quadrinhos num estande gentilmente apelidado de “Quadrinhos Dependentes”. Nestea ano, a cidade maravilhosa volta a ser palco de um grande evento de quadrinhos, a Rio Comicon, produzida pela mesma Casa21 que tocou nos ultimos oito anos o FIQ (Festival Internacional de Quadrinho) em Belo Horizonte e a mítica Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro nos anos 90.
Agora o evento que atrai artistas, produtores e fanáticos por quadrinhos de todo país acontece na bicentenária Estação Leopoldina. Essa estação desativada de trens carrega história em cada tijolo de pedra coberto por gerações e gerações de pichações do lado de fora. O lado de dentro é ainda mais incrível, com trens em vários estágios de decomposição estacionados em suas plataformas. Assim como no festival Back 2 Black um par de meses atrás a antiga estação recebeu iluminação e cenografia charmosa que aproveita seus antigos estabelecimentos como as bilheterias, charutaria (Ueba!) e outros curiosos espaços. Desculpem-me a redundância, mas nosso estande, o dos Dependentes, está curiosamente posicionado a um dos mais curiosos lugares – uma delegacia da Policia Ferroviária. Apesar da estação estar desativada há quase dez anos, a PF continua na ativa, com direito a poliças barrigudos de bigodón e tudo. Mas a moleza desses coroas há de acabar, nos próximos meses, a estação entra em reformas fazendo parte de um mega projeto arquitetônico que incluiu a remoção e demolição de um dos logradouros mais clássicos do Rio de Janeiro – A Rua Ceará, que numa ponta abrigou o Garage (berço do Rock carioca, aonde estreiaram bandas como Gangrena Gasosa e Planet Hemp) e atualmente o bar Heavy Duty e outros pontos de encontro de motoqueiros, swingeiros e adolescentes rebeldes vestidos de preto. A outra ponta da Rua Ceará é ainda mais divertida, abriga a Vila Mimosa, o maior complexo de entretenimento adulto barato do país, anteriormente conhecida como zona do mangue. Essa rua em formato quadrado, essa zona crepuscular de um Rio de Janeiro cada vez mais folclórico muy infelizmente será removida para dar espaço à um projeto muito tempo na gaveta – A estação do trem-bala que promete até a Copa de 2014 conectar o Rio de Janeiro a São Paulo for via ferréa… Trem que promete dar um novo e muito mais acelerado ritmo entre as relações profissionais e afetivas entre Rio e São Paulo… Vai vendo! Vacila na mídia social que a peguete interestadual vem a bala!!!
Só espero que role vagão-bar!
Voltando ao Comiconha… O primeiro dia rolou no clima de abraços e rabiscos em sketchbooks. Mesmo não bombando tanto deu pro pessoal dos estandes sentirem o que há de vendas por vir e o auge veio por volta das 20h no show da Orquestra Voadora, que dispensou o teatro e concentrou seu bloco no pavilhão central do evento, saindo para as plataformas e voltando para dentro da estação circulando pelas exposições e estandes. Depois de fechadas as portas, comboios de quadrinhistas rumaram para a zona sul, aonde todos estão hospedados para fazer o que, entre um rabisco e meia piada, melhor sabe fazer esta classe – Beber!
2 comentários:
também estou curtindo a comicon. massa conhecer a galera toda.
abs,
Presto
que jornalismo, hein? muito bom! O massa é que tu falou bem da estação. Nao imaginava que era assim
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