19.1.03

Eu tava lembrando do Techno. Ele aterrisou por aqui quando eu ainda era moleque, nas clássicas noites da Dr.Smith se não me engano. Eu comecei a meligar na parada mais tarde, por volta de 1995 se não me engano na extinta Guetto. Naquela época era ao mesmo tempo um negócio super maneiro, super underground como super hypado. Ao mesmo tempo que a música eletrônica era pauta em tudo que era veículo e começava a integrar trilhas sonoras de filmes e "mercados alternativos" era um movimento basicamente de bichas e plocs que assustava a maioria dos playboys e colocava uma corda no pescoço dos roqueiros mais conservadores. Hoje em dia tu vê vagabundo equipando o carro todo só pra perturbar os outros com suas muitas batidas por minuto em alguma praia, estacionamento ou lugar onde dá pra ver e se mostrar. Não culpo ninguém, hoje em dia é muito mais em conta pra um produtor picareta trazer um DJ gringo e lotar um galpão de idiotas disposto a pagar carissímo por energéticos, cerveja e até água. Basta criar um hype.

É nesta época do ano em que tradicionalmente rolam as coisas mais bacanas no Rio de Janeiro, e o começo do ano sempre é no Humaitá, no boxixo em frente ao Espaço Cultural Sérgio Porto, onde há não sei quantos anos rola o tradicional Humaitá pra peixe, que já fez muita história e promoveu muito show bacana. Não que as coisas tenham mudado, apesar da seleção de bandas caminhar cada vez mais para o mainstream, isto é deixando de lado as bandas independentes que deram fama ao festival e servindo de plataforma de lançamento para artistas de selos novos, sempre tem bandas maneiras e independentes representando a riquissíma cena que não se deixa morrer, neste ano tivemos o Netunos, o Cabeça, o Onno e os paulistas do Instituto, o único problema é o preço do ingresso que pulou dos tradicionais três reais para quinze reais. E isso que a cada ano rola mais apoios e patrocinios... vai vendo...

De qualquer maneira é lá que o ano começa, e o pessoal se encontra para dizer "feliz ano novo" uns pros outros, contar historinhas e fazer negócios. Os anos vão passando e você tem cada vez mais histórias pra contar e pra viver...

Eu tava no campo de concetração ontem, que é o nome do estúdio do Brutal Crew, a produtora do movimento Inumanos de destruição. Aniversário do dono da casa, as festas lá são sempre divertidas, parece até um conto de Blaxpotation do Scott-Heron, com muita fumaça, birita e cara de pau. Cara de pau é uma faceta da personagem que eu venho explorando, graças a ela outro dia eu quase realizei uma fantasia sexual e quase minei a amizade e os negócios de duas amigas... Mas a vida é assim. E Matias Maxx sempre resolve tudo.

A cara de pau te leva longe. É a estratégia do candidato Caô Caô. Aquele que até bagulho fumou...

É foda... Na correria da vida loka tu pensa rápido pra cacete, mas nem sempre tem o bloquinho a mão ou mesmo coordenação na mão pra anotar tudo. Tenho muita história pra contar, sobre o Manicômio Tour que tocou o terror na pacata cidade de Juiz de Fora há um par de semanas, com direito a pixação, icineração de cabelos e incitação à revolta sexual. Tem também outras citações interessantes e o fim de ano nos Pampas na companhia do Robert "I Love the Smell of Napalm by the Morning" Duvall.

Mas essas são histórias pro livro. Agora eu tenho um avião pra catar...
BOA VIAGEM!

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