Operação FreeJazz (2001)

Na virada do século eu trabalhava num agência de webdesign e a Wired publicou uma capa sobre a tecnologia Mini DV e o boom do cinema digital e suas infinitas possibilidades. Em 2001 numa viagem a NY (documentada neste blog), adquiri uma câmera Sony de 3CCDs!!! Aquela TRV9000 me serviu nos cinco anos seguintes, aonde eu praticamente documentei tudo e todos que passaram pela minha frente. Mesmo com as facilidades do MiniDV e o Final Cut Pro 1.0, naquela época a conexão web no Brasil ainda era uma merda, não existia youtube e as telas dos celulares exibiam no máximo o irritante jogo da cobrinha. Sendo assim, a maioria dessas relíquias permanecem nas fitas originais, numa gaveta aqui em casa. Muito pouco material dessa época foi editado e transformado e visto pelas massas. Um desses materiais é o “Operação FreeJazz”, um curtinha editado a partir de um material maior que foi compilado num “Videozine” idealizado por mim e o grande parceiro e mestre Remier. Esse vídeo foi exibido no primeiro Res Festival e foi o sétimo no Júri Popular, algo assim.

Eu já cobria o FreeJazz há uns dois anos pra BiZZ, que tinha acabado no inicio daquele ano, mesmo assim foi fácil descolar credencial, capturar pedaços dos shows e entrevistar os Orishas. A idéia basicamente era fazer uma cobertura do Freejazz de 2001, que naquele ano tinha como destaques Belle & Sebastian, Orishas e Fatboy Slim, mas acabou sendo uma reportagem sobre "o que é ser indie" e uma captura do espírito daquele festival, aonde circular pelo “do lado de fora” (no chamado “Village”), era tão ou até mais interessante do que assistir aos shows. Ainda não existiam os photoblographers mais os cariocas já demonstravam sua extrema competência para ver e serem vistos. Troquei idéia com jornalistas, amigos e desconhecidos. Carlos Jazzmo, João Paulo Cuenca, Fred Leal, Philippe Seabra, Rafael Ramos, Elisão, Marcos Bragatto, Thais Aragão, Pedro Giglio, Clarice Falcão e mais uma cabeçada são alguns desses personagens com seus depoimentos hilários. Espero que todos curtam e ninguém fique putinho o suficiente para pedir para eu tirar o vídeo do ar.